Resumo O presente estudo valoriza o projeto pedagógico como quadro de ação para os indivíduos na organização escolar. É, justamente, a essa luz que se analisa a forma como o espaço escolar é interpretado pelos utilizadores (nomeadamente, docentes), em um contexto muito específico: a Escola da Ponte (Portugal). Em um quadro de insucesso generalizado da experiência das escolas de área aberta em Portugal, aquilo que se procura demonstrar é que, no caso da Escola da Ponte, o êxito da experiência assentou no caráter inovador do projeto pedagógico (pondo em causa o DNA da organização pedagógica das escolas – a classe). A nossa interpretação, baseada no conceito de espaço como construção social, sustenta que foi, sobretudo, a consistência do projeto pedagógico e a interação entre atores e objetos da ação que determinaram a forma como o espaço foi sendo organizado; muito mais do que se tratar de um processo de indução resultante de o edifício ser de área aberta. A recolha empírica constituiu a base para conhecer o modo de apropriação do espaço pelo projeto pedagógico. Nessa ordem de ideias, foi enviado (por correio eletrônico) um inquérito através de um questionário a docentes que lecionaram na referida escola entre meados da década de 1970 e o ano de 2012. O arco cronológico tem a seguinte justificação: tratou-se do lapso de tempo que decorreu entre o início do projeto pedagógico e a transferência de instalações para um novo edifício.
Introdução Em 10 de junho de 1911, Boaventura José Dias Garção (1885-?), professor do ensino primário oficial em Borba, Alentejo, mas à data a residir na Suíça, mais precisamente na cidade de Berna, solicita nomeação para "qualquer das novas Escolas de ensino primário superior" (IAN/TT. Ministério da Instrução Pública, Cx. 82, Proc. 16) 1 , consignadas, acresce dizê-lo, na primeira reforma republicana do ensino infantil, primário e normal (decreto de 29 de março de 1911) 2. A missiva foi enviada à Legação de Portugal na Suíça, sediada em Berna, que, por sua vez, a remeteu ao ministro do Interior, António José de Almeida, em 28 de junho do dito ano, indicando tratar-se de um pedido de um pensionista do Estado "que acaba de concluir distintissimamente o curso da Escola Normal de Berna" (Ibid.). O mais relevante é que esse mesmo requerimento chegou a Lisboa, ao gabinete de António José de Almeida, acompanhado de outros dois documentos solicitados a Boaventura Garção pelo responsável da Legação de Portugal na Suíça. Trata-se, por um lado, de um parecer sobre a mencionada Reforma de 29 de março de 1911, precisamente decretada por António José de Almeida, que abordarei aqui tangencialmente, e, por outro lado, de uma Notícia sumária sobre as instituições escolares da Suíça, a qual será objeto de análise e de publicação na íntegra. Sabemos, Hist. Educ. [Online] Porto Alegre v. 17 n. 41 Set./dez. 2013 p. 235-249 Hist. Educ. [Online] Porto Alegre v. 17 n. 41 Set./dez. 2013 p. 235-249 Hist. Educ. [Online] Porto Alegre v. 17 n. 41 Set./dez. 2013 p. 235-249 Hist. Educ. [Online] Porto Alegre v. 17 n. 41 Set./dez. 2013 p. 235-249 Hist. Educ. [Online] Porto Alegre v. 17 n. 41 Set./dez. 2013 p. 235-249 Hist. Educ. [Online] Porto Alegre v. 17 n. 41 Set./dez. 2013 p. 235-249
O objetivo do presente artigo é o de analisar um conjunto de projetos de escolas primárias desenhados pelo arquiteto Raul Lino durante a I República Portuguesa (1910-1926). O que se procura demonstrar é que os projetos em causa afirmam uma vontade de mudança relativamente a anteriores programas arquitetónicos. Em causa, nesse momento histórico, um novo olhar sobre a criança e as realidades escolares e sociais; algo que tem implicações na maneira como a escola é fisicamente concebida. Nesse sentido, a reflexão organiza-se em torno de três entradas, que enquadram um conjunto de preocupações pedagógicas e sociais muito presentes no período histórico em questão: i) bem-estar físico e mental da criança; ii) "ensino intuitivo"; e iii) imagem social do professor de instrução primária. Por outro lado, no que concerne à análise dos espaços edificados, adota-se como matriz analítica: i) a sua forma ou estrutura morfológica; ii) a sua função e as atividades que neles se realizam; e iii) as relações existentes entre os diferentes espaços e as respetivas funções.
RESUMO No presente artigo admite-se que a cultura material constitui uma fonte essencial para conhecer o passado da escola. A essa luz, são analisados diversos modelos de carteiras escolares propostos pela Direção-Geral de Instrução Pública de Portugal, no ano de 1877. Uma das ideias defendidas é a de que a difusão dos mencionados modelos é legitimada na referência à experiência estrangeira, nomeadamente, a um modelo de carteira escolar (sistema de Kunze) apresentado na Exposição Universal de Viena de Áustria (1873). Sendo a carteira escolar um dos expoentes do processo de oficialização do aluno, aquilo que se observa, no contexto de acolhimento, é que é mínima a permeabilidade ao conhecimento veiculado (isto é, ao modelo exterior). Por outras palavras, a nível local, observa-se resistência à classificação e estandardização criadas pelas exposições universais; expressão, entre outras, de uma determinada realidade pedagógica.
Carlos Manique da Silva acerca-se nesta recensão à obra Telescola: um espaço de referência educativa, um e-book do que são autores Luís Alberto Alves, Rui Guimarães Lima e Francisco Pereira. A obra que se compõe de três capítulos e um importante conjunto de anexos, desenvolve uma linha argumental que, partindo das origens da televisão escolar em Portugal, tenta compreender a importância da evolu ção e implantação desta metodologia educativa ao longo de um dilatado período de tempo e o seu papel na democratização de Portugal.
This paper highlights a pedagogical experience that began in Portugal in 1976, namely that of the Escola da Ponte, the success of which was based on a shift from the graded school model. Unlike the majority of educational reforms that were tested throughout the twentieth century, changes were made in Escola da Ponte precisely due to the fact that the genetic matrix of the school model, the classroom, had been called into question. Therefore, it is not surprising that since the late 1980s, Escola da Ponte has received multiple visitors, associated with the knowledge of new ideas and pedagogical methods. Departing from the research of Larry Cuban (2008), however, the initial aim of this paper is to reflect on the inflexibility of the school model. Secondly, with a view to understanding how Escola da Ponte was «regarded» by its visitors (based on their own photographic records), the use of visual documents in historical research is addressed. The pedagogical project of Escola da Ponte is then discussed. Finally, a number of photographs depicting pedagogical action in the School in the 1980s and 1990s are considered. Based on the assumption that images are representations of objects, in other words, re-representations (Collelldemont, 2010), this paper seeks to reveal what the photographs sought to transmit, and how they should be interpreted in terms of pedagogical innovation.
459Cómo citar este artículo: Manique da Silva, Carlos. «Práticas pedagógico-didáticas e a sua influência na configuração do espaço escolar. A materialidade das escolas de ensino mútuo em Portugal à luz dos diretórios do método (1835-1844)», Historia y Memoria de la Educación, 6 (2017) Resumo. Nas primeiras décadas do século xix o método ou modelo de ensino mútuo gera ampla discussão pedagógica em vários países (a sua difusão transcontinental não tem mesmo precedentes). Não obstante ter passado rapidamente pela paisagem pedagógica, exerce uma influência decisiva na definição de uma organização pedagógica específica para a escola primá-ria pública, levando à superação (irreversível) do ensino individual e à legitimação do ensino simultâneo. Num primeiro momento, à luz de investigação já produzida, procuro contextualizar de que forma se deu em Portugal a receção do método, relevando a pluralização de interpretações dessa tecnologia educativa no curso da sua difusão mundial. Num segundo momento, recorrendo a materiais impressos -no caso, dois diretórios do método redigidos em Portugal (1835 e 1844)-e aos dados neles plas-
Este artigo procura narrar a história de vida de uma personalidade – Alexandre Luís da Cunha (1803-1852) – que nasceu, viveu e faleceu no Funchal (ilha da Madeira, Portugal), mas que, por razões várias, nomeadamente, profissionais e políticas (por duas vezes se encontrou na situação de exilado liberal), circulou no mundo atlântico. A sua atividade profissional foi muito intensa e diversificada, embora se tivesse identificado, sobretudo, com a docência. No texto procura-se elucidar os aspetos mais marcantes da vida pessoal e profissional de Alexandre Luís da Cunha, enfatizando a sua condição de liberal, manifestada na luta pela liberdade de expressão e pelos valores da tolerância.
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