Resumo: O presente artigo objetiva tratar sobre a forma como o ódio colonial vem sendo historicamente capitaneado pelo capitalismo, perpetuando, a partir do Estado moderno, uma estrutura racial e sexista que alijam pessoas negras, mulheres e LGBT. Ainda que interseccionada, iremos nos deter no ódio direcionado às pessoas transgêneros, sujeitos cujo controle da vida e dos corpos tem revelado ódio como projeto de Estado neoliberal que promove a invisibilidade e o extermínio dessas pessoas.
O aumento na prática de esportes por parte das mulheres na sociedade ocidental atual é um fato de inegável importância. Entretanto, os esportes e as práticas esportivas ainda são um campo no qual os homens estão em maior número e continuam a ser mais valorizados e mais bem remunerados do que as atletas. Se praticar esportes traz benefícios para o desenvolvimento integral do ser humano, entre os quais se destacam os aspectos físicos, psicológicos e sociais (transmissão de valores, trabalho em equipe, respeito, autoestima, autoconceito etc.), quando se impede ou se dificulta o acesso da mulher no âmbito esportivo, impõe-se uma posição de inferioridade em relação ao homem. Neste artigo, fazemos uma breve análise das justificativas científicas e sociais utilizadas para dificultar o acesso das mulheres às práticas esportivas na sociedade ocidental por razões de gênero, bem como refletir sobre como o próprio desenvolvimento desse conceito pode influenciar na transformação dessa condição. Essas reflexões se inscrevem tanto no campo da psicologia quanto no da sociologia do esporte com enfoque feminista, que têm como objetivo questionar a discriminação de gênero nas práticas esportivas.
Este trabajo busca conocer las condiciones en que las niñas vivencian la medida socioeducativa de internamiento, para exponer las opresiones por ellas sufridas, en el contexto de una institución como la Fundación CASA (Centro de Atención Socioeducativo al Adolescente), describiendo como habitan el CASA Chiquinha Gonzaga, con el fin de identificar las tácticas de resistencia de las adolescentes que están privadas de libertad. Se hicieron observaciones a partir de la convivencia y se realizaron entrevistas con dos adolescentes que ya habían terminado de cumplir la medida de internamiento. La investigación se inspira tanto en la metodología de la investigación acción participante como en la metodología feminista, y además, parte de marcos teóricos como: la criminología crítica, la interseccionalidad del feminismo negro y de la afectividad como fuente de conocimiento. Las tácticas de resistencia fueron discutidas a través de los ejes de musicalidades, materialidades y afectos que circulan.
This study refers to getting to know the conditions in which the girls experience the social-educational measure of incarceration in order to expose the oppressions suffered by them, in the context of an institution as Fundação CASA (Adolescent Social-Educational Attendance Center), depicting how they inhabit CASA Chiquinha Gonzaga as to identify the resistance tactics of the female adolescents who are deprived of freedom. The insertion as a professional constituted as a research field where observations were made from the time spent together added to interviews with two teenage girls who have already finished the detention measure. The research draws its inspiration from the participatory action research methodology and also from the feminist methodology and sets off from theoretical frameworks such as critical criminology, the intersectionality of black feminism and affectivity as source of knowledge. The resistance tactics were debated through the axes of musicalities, materialities and affections around.
Resumo: Este artigo tem como objetivo apontar a importância do estudo inaugural de Heleieth Saffioti, A mulher na sociedade de classes: mito e realidade (1969), tanto para o desenvolvimento do pensamento feminista brasileiro quanto para a pesquisa sociológica desenvolvida por e sobre mulheres na América Latina. Seguindo as instruções de Antonio Candido (2013), analisamos o livro como quem observa um tríptico: como centro, a teoria do materialismo histórico; na lateral esquerda, uma profunda análise do papel que a mulher ocupa nas sociedades ocidentais capitalistas em geral e no Brasil, em particular; na lateral direita, uma crítica feroz aos mitos que cercam as ideias sobre o proceder científico de homens e mulheres.
Este artigo tem como objetivo refletir a luz da historiografia feminista o lugar que os trabalhos das mulheres ocuparam no desenvolvimento da cultura ocidental que ultrapassam em muito o papel que o modo de produção capitalista lhe outorgou. Especificamente, o que se pretende demonstrar por meio da revisão bibliográfica é que as relações de produção capitalistas que favorecem o patriarcado, além de imporem o modelo nuclear de família, também propiciam narrativas próprias da história e, neste modelo, não há espaço para a explicação da contribuição das mulheres na formação material e simbólica da cultura. Apagado da memória, o trabalho feminino é tratado como exceção à regra e nunca como uma constante. Não à toa, invariavelmente nos deparamos com textos indicando a entrada da mulher no mundo do trabalho como algo recente, quando, na verdade, desde que se tem notícia o trabalho feminino era determinante para a manutenção e desenvolvimento dos núcleos familiares e de suas respectivas comunidades. Neste sentido, para que se possa compreender a especificidade do trabalho das mulheres na sociedade capitalista é preciso fazer uma análise da totalidade dessa dupla estrutura que se utiliza de explicações ditas naturais para relegar as mulheres a condições precárias de existência e trabalho no processo de constituição do modo de produção capitalista.
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