Esse estudo tem como objetivo investigar os determinantes da duração do desemprego no mercado de trabalho brasileiro procurando identificar a influência das características dos indivíduos e do cenário econômico sobre a dinâmica de transição da desocupação para a ocupação, formal ou informal, e para a inatividade. Para tanto, é utilizado um modelo de Riscos Competitivos (RC) a partir dos microdados da PNADC no período de 2012 a 2019. Os resultados indicam uma redução no risco de saída do desemprego para ocupação e inatividade no período, sobretudo para o mercado de trabalho formal, a partir de 2015. Caracter ísticas pessoais dos trabalhadores também se associam com a inserção na ocupação bem como com a saída para a inatividade, com destaque para as mulheres, não brancos e menos escolarizados que compõem um grupo em desvantagem, visto que estão mais vulneráveis em permanecer desocupados e, em alguns casos, a deixar a força de trabalho.
A pandemia de Covid-19 implicou diversas consequências sobre as economias de todo o mundo, sobretudo no mercado de trabalho. Considerando esse contexto, o presente estudo analisa quais caraterísticas pessoais e socioeconômicas estão associadas com a participação formal dos indivíduos no mercado de trabalho brasileiro em um cenário pandêmico. Para tanto, foram utilizados os dados da PNAD Covid-19 referentes ao ano de 2020 com aplicação de regressões logísticas. Os resultados indicaram diferentes relações entre as variáveis de sexo, raça e responsabilidade familiar com a probabilidade de o indivíduo estar ocupado com carteira assinada. Além disso, foi verificado também que indivíduos diagnosticados com algum fator de risco à saúde possuem menores chances de estarem em situação de ocupação formal. Por fim, constatou-se que essa heterogeneidade também existe quando se consideram as diferenças setoriais.
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