O artigo discute a potencialidade e os modos de uso da prosopografia em pesquisas sobre intelectuais na história da educação. Apresenta, em percurso bibliográfico, as principais definições, conceitos, operações metodológicas e fontes que a constituem. Sustenta que, no campo da história da educação, a metodologia prosopográfica oferece contribuições para o estudo dos intelectuais, sobretudo em investigações sobre os manifestos e seus signatários, cujos liames societários podem reafirmar ou subverter a lógica das posições individuais; os coletivos docentes, suas trajetórias de formação e movimentação institucional e regional; as histórias institucionais, notadamente quanto à destinação social e política de egressos e à circulação de quadros técnicos e acadêmicos; as associações da sociedade civil, tais como sindicatos e entidades categoriais, cujos quadros atuaram na esfera educacional. Conclui-se que a utilização da prosopografia permite ao historiador extrapolar a usual abordagem individual de autores e ideias em educação, a fim de integrar os intelectuais em coletivos, tais como grupos profissionais, redes de sociabilidade e comunidades disciplinares, nos quais as propriedades relacionais e os jogos de interesse podem revelar tantos significados quanto os discursos, material da maioria das pesquisas em torno do tema.
Palavras-chave: Prosopografia. Intelectuais. Pesquisa histórica.
R e s u m o : Este artigo explora o caráter elitista da maçonaria, enfatizando o lugar da educação em seu ideário e prática como uma estratégia de distinção social e acumulação de capital de uso interno. Tomando como categoria de análise a noção de elite, elabora uma prosopografia de expoentes maçons entre 1912 e 1932, apontando a natureza e o volume dos capitais que perfazem um perfil comum, e examina, à luz da sociologia de Bourdieu, a proposta e a experiência das escolas da Loja Sete de Setembro, destinadas às crianças pobres, filhos de operários e estrangeiros. Os dados biográficos e as informações sobre a escola provêm da publicação A Maçonaria no Estado de São Paulo (1912-1932. Conclui-se que nas mais altas posições na hierarquia maçônica encontram-se detentores de significativos capitais econômicos, sociais, políticos, indicando haver homologia e reconversões entre os campos; que o empenho na instrução das classes subalternas respondia a exigências filantrópicas do grupo, revertendo em prestígio e distinção para promotores individuais e para a própria maçonaria.
Este artigo propõe-se a analisar os discursos dos intelectuais da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo nas sessões solenes realizadas de 1937 a 1951, destacando sua auto-imagem, memória coletiva e estratégias discursivas diante das questões políticas que desafiavam os intelectuais contemporâneos. Palavras-chave: Intelectuais. Discurso. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo.
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