Resumo Este trabalho comparou seis cadáveres de cães, sem predileção por raça, idade ou sexo, com peso entre 2 e 10 kg, provenientes da Diretoria de Vigilância Ambiental do Distrito Federal. Os cadáveres, cujos sistemas vasculares foram limpos com solução salina supersaturada, solução de Larssen modificada e água comum, foram divididos em três grupos aleatórios, respectivamente. EM seguida foram conservados com solução de Larssen modificada na proporção de 10% de seu peso corporal, objetivando-se terminar a durabilidade como modelo para o treinamento cirúrgico. Após seis sucessivos congelamentos e descongelamentos, nos quais foram realizadas cirurgias visando avaliar a resistência, cor, odor, maleabilidade e grau de autólise tecidual através de análises histológicas de coração, fígado, baço, intestino e encéfalo, ficou determinado que todos os grupos apresentaram boa qualidade para treinamento cirúrgico, permitindo cirurgias de órgãos cavitários até o terceiro descongelamento, cirurgias da conjuntiva bulbar por até quatro descongelamentos e cirurgias ortopédicas por até seis descongelamentos, ficando inviáveis a partir deste ponto, devido ao elevado grau de autólise tecidual. O grupo conservado com solução salina supersaturada se destacou por quase não desprender odor desagradável, além do encéfalo e do coração serem os únicos órgãos que praticamente não apresentaram alterações macro e microscópicas nos três primeiros descongelamentos.
Com o crescimento da população de gatos domésticos no Brasil, segundo o InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (2013), observa-se a necessidade do aprimoramento da qualidade de técnicas diagnósticas e nos atendimentos veterinários (CRUZ, et al. 2019) e, para tal existe a tomografia computadorizada que trata-se de uma técnica não invasiva (RICCIARDI, 2018) que fornece imagens tridimensionais com excelente resolução (TOBOLSKA et al., 2020). Diante dessa necessidade, realizou-se a coleta e análise estatística de informações contidas em 602 estudos tomográficos de 405 pacientes da Scan Medicina Veterinária Diagnóstica a fim de estabelecer o perfil dos felinos encaminhados para exames tomográficos no Distrito Federal e analisar as principais alterações cranianas encontradas nestes pacientes, uma vez que esta é a região em que predominantemente foram realizados os exames de imagem. Os principais resultados encontrados indicam que 80,24% dos pacientes não tinham uma raça definida, 51,36% eram machos, 34% tinham entre 1 e 5 anos de idade, em 68,24% foi empregada a espessura de corte de 2 mm e 95% utilizou contraste. Com relação às 144 tomografias realizadas no crânio, observou-se que em 40,97% dos pacientes o sistema respiratório apresentava-se comprometido, que em 34,7% constavam alterações no sistema nervoso central, em 32,6% haviam afecções no sistema otológico e que em 38,2% dos pacientes foram encontradas neoformações, sendo destes 47,3% com acometimento de três ou mais regiões no crânio. Dos pacientes com neoplasias, 58,2%apresentaram comprometimento do sistema respiratório, 45% do sistema esquelético e23,6% do sistema nervoso central. Observou-se ainda que 11,8% dos pacientes não foipercebida qualquer alteração no exame. Após a realização deste levantamento concluiu-se que apesar do aumento de encaminhamentos a centros de imagem, o que sugere melhor compreensão da qualidade e do valor diagnóstico da TC, os profissionais ainda precisam se capacitar mais em quando solicitar este exame e sobre o perfil de seus pacientes, a fim de prestar um serviço de melhor qualidade e com condutas mais assertivas. Por fim, sugere-se a necessidade de estudos mais amplos para confirmar as impressões deste estudo.
As doenças infectocontagiosas mais conhecidas dos felinos são a ImunodeficiênciaViral Felina (FIV) e a Leucemia Viral Felina (FeLV). Ambas possuem importância na clínica de pequenos animais por terem grande impacto na saúde dos felinos domésticos, além de possuírem alta prevalência em vários países, como no Brasil. Visto que estudosretrospectivos da prevalência dos animais positivos em uma região proporcionam um perfil epidemiológico que permitem os médicos veterinários reconhecerem as características mais importantes que englobam a ocorrência destas enfermidades, este levantamento teve como objetivo estimar as características e a distribuição dos pacientes com FIV e FeLV nas cidades administrativas que compõem o Distrito Federal (DF). A partir da análise de 500 laudos de exames sorológicos, realizados entre os anos de 2016 e 2019, fornecidos por um laboratório que atende todo o Distrito Federal, foi elaborada uma planilha eletrônica que incluiu a idade, sexo, raça e o ocorrência de FIV e FeLV dos pacientes, além da localização da clínica responsável pela coleta e a data de realização do exame. Observou-se que 116 animais foram positivos para FeLV e 18 para FIV, sendo predominantemente machos, sem raça definida (SRD) e de 1 a 6 anos de idade, com maiores índices nas regiões de Taguatinga, Ceilândia e Plano Piloto. Após a análise dos dados observou-se que estes vão de encontro a outros levantamentos, nos quais estas enfermidades seguem a tendência de terem maior ocorrência em regiões mais populosas, acometendo machos, devido ao comportamento territorial, de uma população SRD, por serem os mais testados. Quanto a idade, os felinos entre 1 a 6 anos de idade foram os mais contaminados, isso se deve à condição semidomiciliada que favorece o contato entre animais doentes e saudáveis, ocasionando maiores chances desses felinos se infectarem ao longo da vida e, consequentemente, são testados e diagnosticados mais velhos. Visto o pequeno número de casos analisado sugere-se a necessidade de um levantamento mais amplo para que se possa confirmar os resultados observados.
Há uma escassez de informações relacionadas ao diagnóstico de enfermidades intracranianas em cães por ressonância magnética, cujas alterações comumente se apresentam com sinais clínicos brandos, com lenta progressão, implicando em maior dificuldade para um diagnóstico rápido e preciso. Este estudo de coorte retrospectivo buscou delinear o perfil de incidência das alterações intracranianas em cães no Distrito Federal e foi realizado por meio da coleta do histórico de laudos cranianos de ressonância magnética de pacientes caninos de um centro de diagnóstico por imagem em Brasília – Distrito Federal, que ocorreram entre março de 2020 e janeiro de 2021. Dos 168 pacientes submetidos ao exame, 72 (42,86%) eram fêmeas e 96 (57,14%) machos. Os resultados apontaram uma possível associação entre alterações encefálicas e animais idosos e os animais sem raça definida apresentaram a maior incidência, fato que pode estar associado a este grupo representar a maior população mundial de cães. Percebeu-se também que quase um quinto dos pacientes deste estudo poderiam ter realizado outros métodos de diagnósticos, dado que não apresentaram alterações intracranianas perceptíveis ao método, sugerindo a necessidade de uma melhor capacitação de profissionais nesta área. Condição que pode ser auxiliada pelo aumento do número de aparelhos com esta tecnologia no país, contribuam para uma melhora nesta estatística e um aumento no número de estudos a respeito do tema. O aumento dos ventrículos foi a alteração de maior incidência observada neste estudo, assim como o encontrado na literatura, seguido de alterações em parênquima e aumento de pressão intracraniana. Neste levantamento não foi encontrada associação estatística entre o aumento da pressão intracraniana e o sexo do animal (P=0,877), porém há uma divergência entre autores a este respeito. E não foram localizadas publicações que aventassem uma associação entre sexo dos pacientes e alterações cerebelares ou neoplasias, porém neste estudo foi observado uma possível associação entre sexo (P=0,0504), mas não com neoplasias.
Devido à ascensão da população felina no cenário mundial, identifica-se a necessidade de aperfeiçoamento dos serviços veterinários, em especial dos relacionados à cavidade oral, uma vez que estes costumam ser negligenciados. Diante desta demanda, realizou-se a coleta, tabulação e análise estatística de dados contidos em 330 prontuários de pacientes de um centro veterinário especializado em odontologia de Brasília, a fim de compreender a incidência e comportamento da lesão de reabsorção dentária felina, uma das alterações orais mais comuns e subestimadas nesta espécie. Os resultados encontrados indicam que 19,4% dos gatos analisados apresentaram esta desordem odontológica e, destes a maior incidência foi de pacientes sem raça definida (85,94%) e machos (61%), porém não foi observada associação entre sexo e ocorrência da doença (p=0,29). A média de idade dos animais acometidos foi de 8,38 anos (±3,38) e observou-se uma correlação forte e positiva para animais com 8 anos ou menos (r=0,69405), e forte e negativa para animais com mais de 8 anos (r=0,6871). Com relação aos dentes afetados, a maioria dos indivíduos apresentou um ou dois dentes com a doença, sendo que os terceiros pré-molares mandibulares foram os mais acometidos, além de constatar-se que os felinos mais velhos tendem a apresentar uma quantidade maior de dentes afetados. Evidenciou-se ainda, que 76,56% apresentaram concomitantemente a doença periodontal e 20,3% sofreram fratura dentária decorrente da lesão de reabsorção dentária felina. Após a realização deste estudo, concluiu-se que, apesar das divergências a respeito do comportamento da doença, esta possui uma alta taxa de incidência entre gatos domésticos e apresenta uma ação progressiva e dolorosa, por isso é imprescindível que estes animais sejam acompanhados por um médico veterinário para que esta patologia possa ser prevenida, diagnosticada e tratada de forma precoce, a fim de conferir melhor qualidade de vida para estes pacientes.
O aumento do número de pets não convencionais nos lares brasileiros é uma realidade cada vez mais significativa. Por terem uma introdução relativamente moderna ao ambiente doméstico podem trazer alterações significativas à sanidade, aos seres humanos com quem convivem, que podem ser expostos a zoonoses, e animais de vida livre, que podem ser expostos à novas doenças. A tendência desses animais, cuja domesticação é recente, de esconder sintomas torna ainda mais desafiadora a tarefa de monitorar as potenciais doenças acarretadas por esse convívio. Estabelecida a importância de monitorar a saúde de pets exóticos, esse trabalho se propôs, por meio de um estudo de coorte retrospectivo, analisar as alterações coprológicas dos animais atendidos em uma clínica veterinária de Brasília especializada no atendimento de espécies exóticas e silvestres. Foram disponibilizados 427 exames coprológicos de animais de 38 espécies diferentes, dos quais aqueles que apresentaram mais de 7 alterações foram tabuladas e analisadas, estando aptos a análise 304 laudos. A partir dessa análise foi encontrada uma maior ocorrência de alterações gerais em aves, que representam 74% dos exames analisados. O principal protozoário observado foi a Giardia com um total de 16,7% dos animais infectados, também foram encontrados entre os protozoários Eimeria, Trichomonas, Balantidium, Metamonada e Entamoeba. Das helmintíases apenas répteis apresentaram resultados positivos, sendo o principal parasito as Oxyuroideas em 1,3% dos pacientes, também sendo encontrado Cestódeos, Strongyloides, Ancylostoma, Ascaridoidea e Trematódeos. Das demais alterações, houve prevalência de 28,9% de aumento da biota intestinal, sendo essa a principal alteração observada. Também apareceram entre as alterações Macrorhabdus ornithogaster ou megabacteriose, hemácias, bacilos, cocos, ácaros não identificados, ovos de insetos da família Gryllidae, gordura e sementes. Os resultados obtidos demonstram a importância de se atentar a higiene e procedência dos alimentos ofertados aos animais estudados e seu monitoramento para melhorar o bem-estar e saúde.
A prototipagem rápida é realizada em impressoras em três dimensões (3D), que utilizam vários materiais, como nylon, metal ou células de tecidos, viabilizando a produção de objetos de diversas formas e tamanhos. Para isto, ela trabalha a partir de uma imagem virtual do objeto desejado. Esta tecnologia traz diversas possibilidades na medicina veterinária, como a fabricação de modelos anatômicos fidedignos, placas, próteses e guias de broca customizados para o paciente, contribuindo para a capacitação de estudantes de graduação e residentes, além de aumentar a confiança do cirurgião, por possibilitar o planejamento e treinos prévios aos procedimentos, aumentando sua precisão cirúrgica e reduzindo o tempo do procedimento e o número de lesões iatrogênicas causadas em estruturas adjacentes à área de interesse. Além disso, os protótipos podem contribuir para a reabilitação de pacientes traumatizados ou mutilados, como aves, quelônios e outros animais silvestres. Mas seu custo relativamente alto, e a falta de profissionais capacitados para sua elaboração ainda limitam seu uso, porém a redução no tempo que propicia na execução de tratamentos pode compensar seu investimento.
Para implementar e executar ações específicas nas diversas áreas cirúrgicas de hospitais veterinários, torna-se imprescindível realizar registros fidedignos dos procedimentos cirúrgicos realizados nos prontuários dos pacientes. Essa base de informações permite ao gestor hospitalar reportar informações atualizadas para a tomada de decisões gerenciais. Diante dessa necessidade, realizou-se a coleta e análise de informações contidas nos primeiros 135 prontuários cirúrgicos de 115 pacientes do Hospital Veterinário Veterinari de Brasília. As cirurgias foram classificadas por especialidades. Dos procedimentos realizados, 81,7% foram em cães, 15,6% em gatos e 2,7% em jabutis e aves. Observou-se maior incidência de cirurgias do aparelho reprodutor (n= 41, 30%), seguidas pelas odontológicas (n= 29, 21,4%), ortopédicas (n= 21, 15,6%), oncológicas (n=13, 9,5%), suturas de pele (n=11, 8,1%), gênito-urinárias (n= 11, 8,1%), gastrointestinais (n=3, 2,2%), oftalmológicas (n=3, 0.75%) e outras (n=3, 2,2%). Dos procedimentos relacionados ao aparelho reprodutor, 20% foram em machos e 80% em fêmeas, destacando-se a ovário-salpingo-histerectomia (60%) como procedimento mais realizado. Dentre as, odontológicas verifica-se uma elevada frequência das periodontais (69%). Nas ortopédicas 28,5% formam reparos de fraturas e nas oncologicas houve o registro majoritário de mastectomias (53%), sendo 81% realizados em cadelas e 18% entre as felinas, em consonância como o observado por Portilho et al., (2015). Verificou-se que as casuísticas do sistema gênito-urinário estão relacionadas apenas à remoção dos cálculos por meio de cistotomia, já nos casos gastrointestinais destaca-se a remoção de corpos estranhos e biopsias. Os procedimentos oftálmicos foram os menos realizados com apenas uma enucleação, uma correção de protrusão de glândula de 3° pálpebra e um para correção da catarata. Os resultados evidenciaram maior incidência de procedimentos cirúrgicos em cães, no qual os atendimentos preventivos, como as esterilizações e os tratamentos periodontais, demandaram grande parte da rotina cirúrgica do estabelecimento estudado. Dessa forma, sugere-se um fortalecimento contínuo do segmento de prevenção junto aos clientes por meio das informações dos prontuários que possibilitem uma melhoria continuada de processos relacionados a gestão da área cirúrgica veterinária
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