Resumo A pesquisa buscou estudar as situações que condicionam o acesso e a qualidade da assistência à saúde de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTT) nos serviços de saúde, a partir de uma revisão integrativa da literatura nacional e internacional, cuja amostra de 41 artigos foi selecionada nas bases PubMed, Lilacs e SciELO, no período entre 2007 e 2018. O acesso e a assistência à saúde das populações LGBTT foram discutidos em três dimensões: relacional, que diz respeito às relações intersubjetivas entre usuários e profissionais; organizacional, que se refere aos modos de organizar os serviços e os processos de trabalho; e contextual, que engloba como situações de vulnerabilidades imbricadas com os determinantes sociais afetam as condições de satisfação das necessidades de saúde. Os dados mostraram que as populações LGBTT são alvo de preconceitos, violências e discriminações, que, somados a diferentes marcadores sociais, engendram um contexto de vulnerabilidades no acesso e na assistência à saúde. É necessário transformar as práticas e as relações sociais que se dão no interior das instituições de saúde, do contrário, corre-se o risco de afastar cada vez mais parte dessas populações dos serviços de saúde.
Resumo As populações de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTT) não têm tido um lugar na "história oficial" da humanidade, a não ser como atores secundários que desviam, distorcem ou mesmo maculam a memória dos povos, orientada pela cis-heteronormatividade. São esses mesmos sujeitos que frequentemente vivenciam obstáculos na assistência ofertada pela Estratégia Saúde da Família (ESF), dentro de um sistema que é universal, integral e equânime. Neste artigo, buscamos analisar experiências narradas por profissionais da atenção básica na assistência à saúde das populações LGBTT em Teresina, Piauí, Brasil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa realizada com 32 profissionais que atuavam em uma unidade básica de saúde. A análise foi pautada em três dimensões - relacional, organizacional e contextual - inspirada na discussão teórica de Giovanella e Fleury. A atenção básica, a qual deveria ser uma das responsáveis pelas ações de saúde comunitária, que prioriza a promoção e a prevenção em saúde, é a mesma que tem ofertado negações, violências, e negligência no cuidado às pessoas LGBTT. Aposta-se, portanto, na escuta como uma das chaves para o respeito à diversidade sexual e de gênero, para que essas pessoas sejam, assim, reconhecidas como usuárias da ESF.
As populações de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTT) vivenciam obstáculos no acesso e na assistência ofertada pelos serviços da Atenção Básica. Neste estudo, buscamos analisar relatos de profissionais na assistência dessas populações na Estratégia Saúde da Família (ESF). Tratou-se de uma pesquisa qualitativa realizada por meio de relatos orais. Participaram 32 profissionais que atuavam em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) em Teresina, Piauí, Brasil. A análise foi pautada em três dimensões – reconhecimento, redistribuição e representação – e mostrou que é preciso interligar, dentro de um mesmo princípio de justiça, o espaço do reconhecimento da diversidade sexual e de gênero (campo cultural), o espaço das desigualdades atreladas à exploração e redistribuição de recursos (campo organizacional) e o espaço de representação e participação das populações LGBTT (campo político e social), na lógica circular dos serviços de saúde.
Resumo Este ensaio procura produzir memórias sobre os percursos da construção de políticas de saúde para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) no Brasil, a partir da noção de política sexual. Com base na construção de uma linha do tempo que tem por ponto de partida a criação do Sistema Único de Saúde, o artigo apresenta: as primeiras produções de cuidados em saúde a partir da epidemia de Aids nos anos 1990; como a saúde se torna objeto de políticas públicas, fruto do diálogo governamental com o movimento social organizado, tendo como referência a perspectiva dos direitos humanos e da produção de cidadanização para pessoas dissidentes da cisheteronorma; e por fim, a abordagem de saúde integral como premissa da política de saúde LGBT. Em um momento de avanços de forças conservadoras e de desmonte de direitos, são apontados os desafios atuais para a construção do cuidado integral em saúde que leve em consideração a diversidade sexual e de gênero.
Resumo A atual crise sanitária e pandêmica gerou um conjunto de tensões, tramas e embates de amplitude global e entre diferentes espaços científicos, político-partidário e econômicos. Os medicamentos hidroxicloroquina e cloroquina ganharam fama e expectativas. O que até então servia para o tratamento apenas da malária, agora tinha “possibilidade de cura” para a Covid-19. Neste artigo, buscamos compreender o debate entre ciência e política gerado através de uma pesquisa com cloroquina (CloroCovid-19), desenvolvida em Manaus, Amazonas. Por meio de uma etnografia tecida em documentos como vídeos, notas, cartas e mensagens veiculadas nas mídias sociais, fizemos a descrição e análise: (a) do que chamamos de ativismo da cloroquina em Manaus e sua ofensiva; (b) da consequente reação acadêmica frente aos ataques. Ambos os polos - pró e contra - fizeram esforços na construção de uma verdade, em que a ciência e a política se reticulam constantemente.
A pandemia do novo coronavírus trouxe inúmeras mudanças sociais, culturais, econômicas e de saúde, e, com isso, vários especialistas têm lançado mão de diferentes abordagens para melhor compreender o fenômeno. Neste ensaio, o objetivo foi analisar elementos importantes na conformação da epidemia de aids que podem nos indicar caminhos e pistas para a compreensão de alguns aspectos da pandemia do novo coronavírus. Não se trata de um estudo comparativo, mas sim de uma análise crítico-reflexiva de espelhamentos possíveis, nos seguintes pontos: o estigma e a discriminação, o dialeto de guerra, vulnerabilidades, prevenção, políticas e tratamento. Para que possamos aprender com as experiências do campo da aids, precisamos compreender os elementos sociais e culturais que influenciam no processo saúde-adoecimento-cuidado da covid-19, os quais, em meio à necessidade de dar respostas tão imediatas, podem restringir o campo de visão e as dimensões que envolvem todo um complexo.
Objective: to understand the perceptions of a multidisciplinary health team in caring for hospitalized children and adolescents with psychological repercussions of sexual violence, in the light of Symbolic Interactionism Theory. Method: this is a qualitative study, carried out with 30 professionals from the multidisciplinary health team working in a general public hospital in Salvador, Bahia, Brazil. The interviews took place between June and July 2019, using a semi-structured questionnaire and, after being recorded, the reports were transcribed. In analysis, the data were categorized by similar themes following the steps: pre-analysis, material exploration, treatment of results and interpretation. The project was approved by an Institutional Review Board. Results: among the psychological disorders presented by children and adolescents are aggressiveness, mutism, eating disorders, infantilized behavior, hypersexualized behaviors, depressive disorders, anxiety disorders, psychotic episodes, and delusions. Conclusion: the study demonstrates the perceptions resulting from the interaction allowed in caring for the multidisciplinary team to children and adolescents who experienced sexual violence and developed psychological disorders. In this way, it raises warning signs for family members, health professionals, education, protective devices and the whole of society about the need to observe signs of these changes on a daily basis, seeking to investigate their possible relationship with sexual assault.
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