Resumo A pesquisa realizou grupos focais com adolescentes internados em Unidade Socioeducativa para entender como esses sujeitos compreendem a categoria trabalho a partir da comparação entre trabalho lícito e tráfico de drogas.
Trata-se de pesquisa que visa mapear os homicídios que vitimizam sujeitos residentes em Porto Alegre entre os anos 2015 e 2017, identificando suas principais características, bem como os bairros em que residiam e os locais de ocorrência das mortes. A partir dos dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde, optou-se pela análise do perfil das vítimas em relação à faixa etária, ao sexo e à raça. Após, com a utilização do software QGis, buscou-se mapear os locais de vida e morte dos jovens assassinados, com idades entre 15 e 29 anos. Assim, foi possível reafirmar a ideia de que os homicídios vitimizam principalmente jovens negros do sexo masculino. Entretanto, a curva da faixa etária apresentou um pico de vítimas que possuem entre 15 e 19 anos, o que não era uma realidade uma década atrás. Ademais, notou-se a diminuição proporcional de vítimas brancas, bem como uma maior representativa de mulheres. Por fim, tanto em relação aos locais de vida como de morte, ao mesmo tempo que se observa uma forte concentração nos bairros Rubem Berta, Restinga, Santa Tereza, Sarandi e Lomba do Pinheiro, também foi possível verificar uma crescente difusão territorial dos homicídios.
O trabalho busca compreender as possibilidades de utilizar a abordagem teórica do “interacionismo radical”para o estudo da temática dos chamados coletivos criminais do tráfico de drogas do Brasil. Assim, retoma-se a constituição do interacionismo simbólico, traçam-se as principais distinções da sua versão radical e articula-se a produção sociológica sobre os coletivos criminais do tráfico de drogas no Brasil contemporâneo. Após, utiliza-se de produção empírica sobre a temática do tráfico de drogas realizada com adolescentes internados, para propor a possibilidade de utilização do interacionismo radical na abordagem do tema, o que pode se constituir: a) pelos processos de dominação dos agentes mais velhos que fazem parte do tráfico; b) pela observação das operações veladas de dominação; c) pela centralidade que o status social adquire na constituição do fenômeno da violência.
Este artigo procura entender por que facções e seus sujeitos envolvidos no mercado de drogas gaúcho recorreram à violência extrema, entre 2016 e 2018. Com base em notícias de jornal, grupos focais e entrevistas narrativas com adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação, concluiu-se que o emprego de violência extrema constituiu um instrumento essencial na estratégia de expansão dos embolamentos no mercado de droga no estado. O uso da violência como fim principal da ação aprofundou o envolvimento dos sujeitos na "guerra", apontando para um padrão de sociabilidade, com códigos de solidariedade internos aos grupos."So They Can See How Bad We Are": Extreme Violence in Rio Grande Do Sul's Drug Market seeks to understand why factions and the individuals involved in the Rio Grande do Sul drug market resorted to extreme violence between 2016 and 2018. We concluded that the use of extreme violence was an essential instrument in the strategy of expansion of criminal groups in the drug market in the state. The use of violence as the main purpose of the action deepened the involvement of the subjects in the "war", pointing to a pattern of sociability, with codes of solidarity internal to the groups. Palavras-chave: violência extrema, tráfico de drogas, mercados ilícitos, facções, juventude
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