ResumoEste artigo refere-se ao Aprendizado Agrícola Borges Sampaio, instituição de ensino técnico que preparava trabalhadores para as lavouras, criada em Uberaba (MG), em 1916. Foram levantados alguns aspectos da história da instituição, tendo como referência as políticas públicas direcionadas a esta modalidade de ensino. As fontes utilizadas foram as mensagens dos presidentes do estado e uma notícia veiculada na imprensa local. A partir da coleta, análise e interpretação dessas fontes, estabeleceu-se o diálogo entre a realidade local com espaços e temporalidades mais amplos. Embora tendo como objeto uma instituição específica, este trabalho pretende dialogar com outras pesquisas que abordam temática semelhante, contribuindo para a construção da história do ensino profissional em Minas Gerais.
Este estudo aborda a Escola Profissional Feminina de modo a situá-la em meio a problemas contextuais que motivaram sua existência e que ajudou a resolver (demanda escolar em Belo Horizonte nos anos 1920–50). O trabalho cita o caso de uma ex-aluna (seus problemas de vida e os que ela conseguiu resolver como profissional formada por tal escola) como exemplo do trabalho da escola. O estudo objetivou entender a história do ensino profissional segundo seus desdobramentos em uma instituição e na vida de uma ex-aluna e seus problemas enfrentados para viver na capital mineira. Foram usadas fontes impressas e manuscritas e relatos orais. Os resultados apontam o ensino profissional como objeto de estudo valioso para a história da educação, pois abre perspectivas de compreensão mais palpáveis que na educação geral, assim como se relaciona com problemas sociais como miséria e higienismo, temas convergentes para a escola (pública).
A educação da população do campo no Brasil é preocupação secular, mas ainda motivadebate, ainda preocupa. No presente, é vista como condição de cidadania; prova disso éque o debate agrega parcelas da sociedade civil de vinculação recente com a questão; nãose associa mais com o ideal de progresso subjacente às primeiras campanhas maciças dealfabetização; e talvez tenha deixado de ser tão usada como estratégia política como noséculo passado. Este estudo toca no debate do presente, mas seu enfoque é a educaçãoconcebida e praticada no passado, sobretudo nas escolas rurais do município de Ituiutaba(MG). Ao fazê-lo, problematiza a criação dessas escolas e as políticas públicas(municipais) para ampliar a alfabetização, a fim de caracterizar tais políticas e verificar suaconcretização. Fontes diversas subsidiaram a discussão: relatos orais, dados estatísticos,fotografias, jornais, atas oficiais e outros, cujo uso se alinha à leitura de referenciais sólidosda historiografia da educação, em especial sobre as relações desta com a sociedade e apolítica. Os resultados reiteram algumas constatações da pesquisa histórica feita até então— por exemplo, que as escolas rurais dos anos 40 eram precárias (as de Ituiutaba tinham,em geral, uma sala de aula e um professor para cinco séries; não tinham água encanadanem profissionais para cuidar da merenda e limpeza) e que propósitos mais ideológicos(“civilizar” o rurícola incutindo nele o estilo de vida urbano dos conteúdos escolares) emais políticos (angariar votos) motivaram as iniciativas de escolarização rural. Essesresultados sugerem espaços a ser explorados historicamente, tais como os pontos críticosda educação rural e sua atuação no fracasso do ruralismo quanto a impedir o êxodocampo–cidade. Esse conhecimento dos problemas que entravaram a concretização bemsucedidae uniforme da ação escolar do passado pode ser útil à estruturação da educação docampo no presente.
Este artigo é decorrente de uma tese de doutorado que teve como propósito conhecer as práticas assistenciais voltadas às crianças pobres no município de Uberaba (MG) entre 1920 a 1964. Entretanto, o artigo aqui apresentado teve como objetivo identificar as construções discursivas acerca dessas crianças na imprensa jornalística local na primeira metade do século XX. A metodologia utilizada estabeleceu a dialética entre o contexto local e nacional, com o intuito de compreender como os discursos circulantes no país reverberaram na cidade. Concluiu-se que a imprensa incentivava práticas utilitaristas e higienistas que, de certa forma, influenciavam a sociedade.
Este memorial não pretende ser apenas um “registro” de experiências profissionais que se estabelece por normas da burocracia e que será simplesmente computado como estatística, reduzindo-se às regras matemáticas com suas fórmulas. É, antes de tudo, a memória do que foi feito ao vivenciar a vida educacional. Não utilizo somente a escrita como única linguagem para este memorial. Apresento imagens que correspondem ao processo que suscita afetos, já que nossa passagem pela instituição não é e nunca será apenas quantificações frias, ou meros “indicadores” numéricos de realidade. Em cada ponto somado e multiplicado no memorial, definido por regras de poder na instituição, encontro um conjunto de afetos, relacionamentos, marcas e ligações do docente com seus estudantes, com servidores administrativos e, porque não dizer, também entre os docentes. Diria ainda mais: consigo próprio. Esses afetos pessoais e institucionais do cotidiano são apagados da elaboração cognitiva pela instituição universitária – que se diz científica. Contudo, ainda assim, estão presentes: não há conhecimento, diz Castoriadis, sem a imaginação. Conhecimento e imaginário não são polos opostos, divergentes ou plenamente autônomos. A autonomia diante das instituições é um fim e um meio.
O presente estudo refere-se a uma investigação sobre a História da Educação e, para tanto, visa estabelecer as características relevantes da prática educativa desenvolvida pelo Grupo Escolar César Bastos, no período de 1947 a 1961. Para tanto, parte-se dos seguintes questionamentos: Qual o sentido da distribuição espacial e da definição do tempo escolar desta instituição de ensino? O que significou para alunos, professores e diretores participar da história deste estabelecimento escolar? Como abordagem metodológica optou-se pela pesquisa qualitativa, de cunho documental, ancorada na análise das seguintes fontes: Regulamento do Ensino Primário do Estado de Goiás de 1949, Mensagens dos Governadores, documentação oficial expedida pelo Grupo Escolar e entrevistas orais realizadas com ex-alunos, ex-professoras e ex-diretoras. Este trabalho se justifica pela escassez de pesquisa acadêmica sobre essa instituição, até o momento. Assim, pode-se afirmar que as práticas educativas vivenciadas no interior desta instituição escolar em alguns momentos se aproximaram, porém em outros se distanciaram daquelas vivenciadas nos primeiros grupos escolares brasileiros.
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