Nas políticas de atendimento aos adolescentes em conflito com a lei, evidencia-se a presença obrigatória do psicólogo nas equipes multidisciplinares de atendimento socioeducativo, cabendo a esses profissionais diferentes formas de atuar e, sobretudo a reflexão sobre o seu papel nesse sistema. Assim, este artigo discute a intervenção psicológica com grupos de adolescentes nas unidades de privação de liberdade a partir de um relato de experiência. Notou-se a necessidade entre os adolescentes de compartilharem as suas experiências com drogas, violência e tráfico, aspectos que constituem o que chamam de “mundo do crime”. Assim, entende-se fundamental para a coordenação de grupo com adolescentes em privação de liberdade o reconhecimento de suas histórias e experiências, considerando a postura ética que o profissional psicólogo deve assumir ao conduzir o trabalho grupal, cujo objetivo central é proporcionar um espaço de acolhida para discussão e reflexão coletivas.
ResumoA indenização por abandono afetivo caracteriza-se como um processo judicial em que um filho move ação solicitando compensação financeira pelos danos morais decorrentes do abandono de um dos genitores. O objetivo deste estudo, retrospectivo documental, foi compreender a dinâmica de processos de indenização por abandono afetivo, identificando a relevância das contribuições da psicologia jurídica nesse tipo de ação. Estudamos em profundidade dois laudos psicológicos decorrentes de avaliações psicológicas realizadas em dois processos por abandono afetivo, julgados em uma Vara de Família do Sul do Brasil. Identificamos que os filhos envolvidos nos conflitos conjugais buscaram a judicialização como recurso de esclarecimento da situação familiar, sendo essa uma estratégia para chamar os genitores ao reconhecimento de uma lacuna que foi aberta na relação paterno ou materno-filial. A psicologia jurídica, nesse contexto, chama a atenção para o reconhecimento da complexidade do conflito, bem-estar dos indivíduos envolvidos e necessidade de atenção especializada.
Realizou-se estudo quantitativo qualitativo e descritivo com 144 pessoas em locais frequentados pela população LGBT, objetivando investigar representações sociais do barebacking, comportamentos de risco, atitudes frente o uso do preservativo e conhecimento sobre HIV/Aids. Os dados foram analisados com auxílio dos softwares SPSS e SPAD. O grupo apresentou bom conhecimento sobre HIV/Aids, posicionamento favorável ao uso do preservativo e alta porcentagem de participantes já realizaram teste anti-HIV (65,7%). O uso consistente do preservativo foi declarado por 45,3% e 27,2% declarou que já fez barebacking. O principal motivo para a não utilização do preservativo foi a confiança no parceiro. Surgiram representações do barebacking ligadas ao arrependimento e promiscuidade, porém o prazer foi elemento importante nesta representação.
The quality of the coparental relationship after parental divorce significantly affects the parents-children relationship and the child's development. The objective of the study was to conduct a systematic review on the relationship between coparenting and child behavior in divorced families. The systematic review was conducted according to the methodological recommendations of the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyzes (PRISMA). The searches were carried out in six national and international databases, using the words coparenting, divorce and child behavior, and similar terms, in Portuguese, English and Spanish. Eleven articles published between 2010 and June 2020 were included. The main results of the studies showed that coparental support after divorce favors more positive outcomes in child behavior. However, the existence of coparental conflict represents a risk factor for child behavioral problems, including in families in which coparental support and communication exist.
This study aimed to investigate the psychological impacts of the COVID-19 pandemic on parental positive mental health, parenting and child’s behavior. Participants were 150 parents, mostly women (82.0 %), with a mean age of 38 years (SD = 5.4), mothers of children varying between 3 and 11 years of age (M = 6.1; SD = 2.5). Our path analysis model presented a good fit considering the indirect impacts of COVID-19 on parenting and child behaviors through the direct effect on parental mental health. The psychological impacts of the COVID-19 pandemic had a mediated effect through the parents’ mental health on the child’s behavior; however, it had no significant effect on parenting. Our results confirm some expectations reported by Brazilian and international researchers, who predicted impairments in the daily lives of families and the behavior of children during the period of social isolation.
Resumo: As relações sociais estabelecidas pelas figuras parentais afetam a qualidade da parentalidade. O objetivo deste estudo foi analisar a literatura científica sobre associações entre a parentalidade e o apoio social percebido em estudos com famílias de crianças de 4 a 12 anos. Para tanto, foi realizada revisão integrativa de literatura sem limite temporal, com descritores em português, inglês e espanhol, nas bases de dados LILACS, Index Psicologia, PsycInfo, PubMed, SciELO, SCOPUS e Web of Science. Selecionou-se 15 artigos completos indexados para compor o corpus final de análise. Os resultados indicaram a predominância de produção de estudos: nos últimos 10 anos, nos Estados Unidos da América, com modelos teóricos contextualistas, com método transversal e participantes mães como respondentes. Os instrumentos utilizados para avaliar parentalidade e apoio social percebido mostraram-se diversificados e as principais análises utilizadas foram correlação de Pearson, regressão hierárquica e a modelagem de equações estruturais. Nenhum estudo brasileiro foi encontrado. Constatou-se que o apoio social percebido influencia indireta e diretamente a parentalidade e, na maioria dos estudos, resultou como fator de proteção da parentalidade. Palavras-chave: parentalidade; apoio social; revisão integrativa.
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