Realizou-se a caracterização química e física de cinco materiais [solo, areia, turfa SCv, casca de arroz carbonizada (CAC) e resíduo decomposto de casca de acácia (RDCA)] e de algumas de suas misturas [solo + areia (1:1), solo + areia + CAC (1:1:1), solo + areia + RDCA (1:1:1), turfa SCv + CAC (2:1), turva SCv + RDCA (2:1)] para verificar quais deles podem melhor adequar-se ao uso como substratos para produção de mudas frutíferas e de flores em recipientes. Foram avaliadas as seguintes características: pH em água (pH), teor total de sais solúveis (TTSS), capacidade de troca de cátions (CTC), teor de carbono orgânico (Corg.),. densidade seca (DS), porosidade total (PT), espaço de aeração (EA), água disponível (AD), água remanescente (AR) e distribuição do tamanho de partículas. O substrato turfa SCv + RDCA apresentou características químicas e físicas superiores para o uso hortícola.
O termo "substrato para plantas" refere-se ao meio de crescimento usado no cultivo em recipientes. É um meio poroso, formado por partículas sólidas e poros. As partículas sólidas, de origem mineral, orgânica ou sintética podem variar muito em aspectos físicos como aparência, forma, tamanho e massa específica.As empresas produtoras de "substrato para plantas" nem sempre se localizam próximo ao mercado consumidor e o transporte a grandes distâncias onera o preço, limitando, com freqüência, sua aquisição. Para reduzir custos gerais, não raro o interessado elabora seu próprio substrato, misturando materiais disponíveis na região. Elaborar uma mistura de qualidade não é uma tarefa fácil pois, a qualidade final depende de cada componente e da interação entre eles. Para conhecer a qualidade de um material, é necessário determinar suas propriedades físicas e químicas. Fonteno (2007Fonteno ( , 1993) ressalta a importância de conhecer as propriedades físicas dos componentes de substratos, o que permitirá direcioná-los para as necessidades da planta. Da mesma forma, dirigindo-se a pesquisadores, afirma que protocolos de pesquisa com substratos devem incluir mensurações das propriedades físicas e hidráulicas.A caracterização das misturas e/ ou das matérias primas é, portanto, de fundamental importância para conhecer suas propriedades e definir seu uso e manejo. Entre as propriedades físicas destaca-se a densidade (bulk density ou densidade volumétrica), correspondente à relação entre a massa e o volume total de uma amostra (volume total = volume de sólidos + volume de poros da amostra). Assim, a densidade integra a relação das características exigidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, 2004) a serem informadas no rótulo dos produtos comerciais registrados no país.Os valores da densidade volumétri-ca de materiais usados na composição de substratos são expressos em kg/m 3 , unidade oficial conforme o Sistema Internacional. A literatura técnica para produção de plantas em recipientes refere-se à densidade volumétrica, muitas vezes, na unidade em g/L, cujo valor RESUMOO termo "substrato para plantas" refere-se ao meio de crescimento usado no cultivo em recipientes, freqüentemente resultante da mistura de materiais. A qualidade final depende das propriedades físicas e químicas de cada componente e da interação entre eles, as quais precisam ser caracterizadas. Apesar de obras referenciais serem unânimes em incluir a densidade volumétrica na caracterização de substratos, ocorrem dificuldades para interpretar laudos emitidos por diferentes laboratórios, porque estes utilizam métodos diferentes ou variações de um mesmo método. Além das diferenças entre os métodos, podem ocorrer outras causas de variação na obtenção dos resultados de uma mesma amostra. O presente trabalho visa demonstrar duas das causas de variação na determinação da densidade volumétrica: 1) o método de análise [método do duplo anel (CEN), método utilizado pela indús-tria (IND) e método da autocompactação (AUTO)] dos substratos pó de co...
O morangueiro é uma espécie de propagação vegetativa, o que explica a disseminação de doenças, quando utiliza-se plantas infestadas. Uma forma de eliminar as viroses é através da cultura de meristemas. Uma das etapas mais delicadas do processo de micropropagação é a transferência das mudas para condições ex vitro. Para garantir sucesso durante a aclimatização, faz-se necessário otimizar todas as fases do cultivo. Entre essas, encontra-se a etapa de enraizamento. Esse trabalho foi realizado nos Laboratórios da UFRGS e da UPF com o objetivo de quantificar o efeito da concentração de sacarose no meio de cultivo in vitro, na fase de enraizamento. Mudas da cultivar Campinas foram selecionadas na etapa de multiplicação e repicadas para o meio básico "MS" (Murashige & Skoog) acrescido de 0,005 mg.L-1 de BAP (Benzinoaminopurina) e diferentes concentrações de sacarose (0; 15; 30; 45 e 60 g.L-1). O delineamento experimental foi o de blocos casualizados com nove repetições. Cada parcela constou de cinco plantas por frasco, perfazendo um total de 45 unidades amostrais. Nessa etapa foram avaliadas as massas fresca e seca das folhas e raízes (mg). A partir dessas foi calculado o conteúdo de água nos tecidos. Observou-se que na ausência de sacarose não houve desenvolvimento da raiz in vitro. Plantas produzidas na concentração de 45 g. L-1 de sacarose, apresentaram maior enraizamento. Dessa forma, mudas de morangueiro Campinas apresentaram baixa capacidade fotossintética, respondendo como plantas mixotróficas ou heterotróficas.
Para avaliar a eficiência do cultivo hidropônico no estado nutricional de plantas de crisântemo em relação ao cultivo convencional, realizou-se um experimento no outono/inverno e outro na primavera/verão, utilizando-se argila expandida, nas classes granulométricas 4-10, 4-13, 10-13, 13-20 mm de diâmetro, saturada duas ou três vezes ao dia por solução nutritiva recirculante com relação N-P-K:1-0,3-2.5, mais o cultivo no sistema convencional. Os plantios ocorreram em casa de vegetação da Universidade Federal de Viçosa, no ano de 1994. As plantas cultivadas em argila expandida no outono/inverno tiveram produção de material seco e conteúdos de N-P-K significativamente superiores aos das cultivadas no sistema convencional, e foram favorecidas quando o cultivo ocorreu nas três classes menores de argila expandida e com uma saturação pela solução nutritiva duas vezes ao dia. As plantas cultivadas em argila expandida no período primavera/verão tiveram uma produção de material seco e conteúdo de N, P, K e Ca semelhantes às cultivadas no sistema convencional. Essas características não foram afetadas pela freqüência de saturação com solução nutritiva e granulometria da argila expandida. Fatores como época do cultivo, temperatura e umidade, podem ter limitado a absorção dos nutrientes pelas plantas cultivadas em argila expandida, nesse período. Em todos os tratamentos, as plantas apresentaram concentrações adequadas de macronutrientes nas folhas superiores.
O resíduo de rebaixamento de couro wet-blue (RR), também denominado de "serragem de couro", resulta do processo de padronização do couro na indústria de curtimento. Na virada do século, a indústria nacional descartou cerca de 131 mil toneladas do RR na natureza. Neste estudo, investigou-se a possibilidade de uso de RR como um componente de substratos para plantas ornamentais de jardim. Mudas de Tagetes patula L. "Aurora" foram cultivadas em recipientes de 6 cm de altura e 216mL de volume, contendo RR + a mistura CACV (casca de arroz carbonizada e vermiculita superfina, 6:1, v:v) nas seguintes proporções volumétricas: 0:1 (100% CACV), 1:3, 1:1, 3:1, 1:0 (100% RR). As mudas foram cultivadas por 23 dias, até o ponto de transplante. A caracterização dos substratos testados baseou-se nos valores de pH, salinidade, densidade seca e nas curvas de retenção de água. A adição de RR reduziu a densidade, aumentou a porosidade e a água retida nas misturas, proporcionando boas condições físicas para o desenvolvimento das mudas de Tagetes. A elevada salinidade do RR (>7g L-1 como KCl) e o baixo valor de pH natural do resíduo (3,7, em H2O) são características que precisam ser observadas nesta proposta de uso. De forma geral, as mudas mostraram boa tolerância à presença de RR até fração de 50% da mistura. Aumentando a proporção do resíduo, as plantas apresentaram tombamento, menor comprimento do sistema de raízes e menor estabilidade do torrão, que se desagregava ao ser retirada a muda para transplante. Os resultados sugerem a possibilidade de uso de RR como componente de substrato para plantas, desde que observados suas características limitantes e a adição em volumes menores que 50% na mistura.
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