Promoção da alimentação saudável na infância: fragilidades no contexto da Atenção BásicaPromoting a healthy diet in childhood: weaknesses in the context of Primary Health Care
RESUMO Objetivo: Analisar a influência de intervenções educativas nos perfis antropométricos, clínicos e bioquímicos, bem como na percepção de saúde e doença de portadores de hipertensão arterial sistêmica no contexto da Estratégia de Saúde da Família. Métodos: Estudo longitudinal, de intervenção e comparativo, realizado com portadores de hipertensão arterial sistêmica cadastrados e acompanhados pela Estratégia de Saúde da Família do município de Porto Firme, Minas Gerais, Brasil. Realizaram-se intervenções educativas, com duração de 12 meses, nas unidades de Estratégia de Saúde da Família e durante visitas domiciliárias. Analisaram-se dados socioeconômicos, hábitos de vida, cuidados de saúde, nível de apreensão e conhecimento sobre a hipertensão arterial sistêmica, percepção de saúde e doença, além das variáveis antropométricas, bioquímicas e clínicas, antes e após as intervenções. Resultados: Ainda que de forma discreta, foi possível perceber melhorias nas avaliações clínicas, bioquímicas e antropométricas. As variáveis índice de massa corporal (p=0,001), circunferência da cintura (p<0,001), glicose (p=0,011), colesterol total (p<0,001), lipoproteínas de alta densidade colesterol (p<0,001) e triglicerídeos (p=0,019) apresentaram diferenças estatisticamente significativas antes e após as intervenções. Os entrevistados mostraram incorporação de novos conhecimentos ao significado da hipertensão arterial sistêmica e a percepção de saúde e doença relacionou-se de forma mais importante com aspectos subjetivos da experiência vivencial e com a qualidade de vida em detrimento das questões biológicas e médicas. Conclusão: As intervenções educativas demonstraram importante potencial no enfrentamento da hipertensão arterial sistêmica ao promoverem alterações positivas nos perfis analisados; contudo, seu efeito tem forte relação com a continuidade das ações.
BackgroundArboviruses pose a serious and constant threat to public health, and have demanded surveillance efforts worldwide. The prevention of arbovirus transmission depends on effective measures to control vectors and promote health. The objective of this study was to examine the factors that enhance and impair the endemic disease control agents’ field work, based on their own perspective.Methodology and main findingsIn 2017, 65 ACE of seven municipalities participated in a series of seven focus groups in the Zona de Mata mesoregion (Minas Gerais, Brazil). The focus groups were organized aiming to broaden and deepen the discussion and analysis of ACE perception of their performance in relation to attributions, work processes, training, continuous education, and evaluation. All the workers, irrespective of municipality, recognize their role in disease prevention and health promotion, however they suffer from a reductionist stigma associated with their profession. Also, internal and external factors such as infrastructure, resources, administrative management, and the work process affect the quality of service delivered and job satisfaction. Practice challenges include incompatible demands such as refusal by residents and high sense of insecurity related to violence. The respondents reported that success of their activities depend on the population.Conclusions/SignificanceThe recurrence of epidemics demands effective vector control policies. Therefore, the performance of these professionals as regards surveillance needs to be reassessed. Public awareness and acknowledgement of the role of ACE in the identification of risk and health protection factors are indispensable for the improvement of this workforce.
The dengue surveillance system in Brazil has registered changes in the disease's morbidity and mortality profile over successive epidemics. Vulnerable groups, such as pregnant women, have been particularly hard hit. This study assessed the quality of notifications of dengue cases among pregnant women and non-pregnant women of childbearing age in Brazil, in addition to discussing the factors associated with arbovirus infection in the group of pregnant women. We carried out a retrospective study of cases registered in the national arbovirus surveillance system between 2007 and 2017. The indicator for assessing quality was incompleteness. Logistic regression was used to analyze the association between dengue during pregnancy and sociodemographic, epidemiological, clinical, and laboratory variables. The incompleteness of the data in the notification form for dengue cases in women of childbearing age and pregnant women indicates a significant loss of information. Dengue was shown to be positively associated with Social Determinants of Health in both groups, with more severe effects among pregnant women. The incompleteness of the data can limit the quality of information from the notification system and the national assessment of the situation of the disease in women of childbearing age and pregnant women.
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O desafio de se transformar o agir em saúde a partir de uma reconfiguração das práticas profissionais e do processo de trabalho em saúde, destaca-se a prática profissional do ACS. Assim, este estudo tem por objetivo compreender a visão do ACS sobre sua prática profissional. O estudo de natureza qualitativa, foram sujeitos 14 ACS’s que atuam no interior de Minas Gerais. Para coleta de dados, foi realizada entrevista com roteiro semiestruturado, durante o mês de julho de 2015. Os dados foram transcritos na íntegra e analisados por meio da técnica de Análise de Conteúdo proposto por Bardin.O projeto de pesquisa foi submetido à apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Viçosa e aos participantes foi entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento (TCLE). Diante da análise temática emergiram 3 categorias de análise que são elas: A prática profissional do Agente Comunitário de Saúde: entre o prescrito e o real; O Ministério da Saúde preconiza as atribuições dos profissionais da equipe de saúde da família dentre elas as do ACS. Partindo desse pressuposto, as falas dos participantes da pesquisa revelam coerência entre a percepção sobre seu papel profissional e as atribuições previstas pela política de saúde brasileira. No que diz respeito ao distanciamento entre as atribuições preconizadas e a prática realizada pelo ACS, foi possível perceber que o desenho organizacional fortalece esse distanciamento ao deliberar como função do ACS práticas que não são de sua competência profissional e cujo objetivo é suprir lacunas do sistema. ACS: os laços de identificação. A prática profissional permite refletir sobre os laços de identificação que o profissional estabelece com seu trabalho, e também, sua identificação organizacional. Esta é um alicerce para o pertencimento do indivíduo ao seu trabalho e para a construção de sua identidade profissional Pagés (1987) apud Alves (2007).Assim, no contexto da prática profissional dos ACS’s deste estudo, foi possível perceber a presença de laços afetivos e ideológicos, materiais-econômicos e profissionais. Há que se ressaltar que o estabelecimento de vínculos organizacionais não garante, necessariamente, que os objetivos sejam sempre alcançados. O desafio da formação do Agente Comunitário de Saúde: a gente aprende na marra. Muitos são os debates em torno do perfil e competência profissional do ACS, mas não há consenso na literatura no que tange a uma delimitação clara e efetiva do escopo de sua prática. O que existe é uma referência explícita ao ACS como sendo o protagonista de um novo perfil profissional na saúde. Entretanto, não há uma especificação delimitada do que seria esse novo perfil e essa nova prática. O estudou permitiu compreender a percepção dos ACS’s sobre sua prática profissional, evidenciando as contradições e os desafios desse fazer. Podemos inferir que embora seja preconizada pelo Ministério da Saúde, sofre influências do contexto local sendo reconfigurada por meio dos arranjos organizacionais de cada município. Os ACS’s deste estudo compreendem as atribuições que lhes são previstas pela política de saúde, mas não encontram condições para efetivá-las no cotidiano dos serviços.
A integração entre as Vigilâncias em Saúde visa à reorganização dos serviços para atender às necessidades locais, abarcando prevenção e controle de doenças e promoção da saúde. A valorização da Vigilância em Saúde e sua atuação integrada com a Atenção Primária podem possibilitar a construção de uma rede forte e eficiente de vigilância, permitindo que os agravos à saúde sejam monitorizados de forma eficiente e auxiliem em situações de emergência e reermergência das doenças. Assim, essa proposta deve ser encorajada, visto que ações de Vigilância em Saúde precisam de suporte de diversos setores e órgãos para o seu pleno desenvolvimento. O objetivo do estudo foi identificar os desafios e as potencialidades do processo de integração municipal entre as Vigilâncias Sanitária, Epidemiológica e Ambiental da Zona da Mata Mineira. Trata-se de um estudo avaliativo de abordagem quanti-qualitativa, cujo universo da pesquisa foi composto pelos sete municípios-polo de saúde da Zona da Mata mineira: Cataguases, Juiz de Fora, Manhuaçu, Muriaé, Ponte Nova, Viçosa e Ubá. A coleta de dados ocorreu no primeiro semestre de 2016, por meio de entrevista aos coordenadores locais das Vigilâncias Epidemiológica, Ambiental e Sanitária. O questionário elaborado com base na tríade Estrutura/Processo/Resultado de Donabedian, continha questionamentos referentes à integração das ações e às parcerias com outros setores e órgãos. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa, com parecer nº 1447272. Dentre os principais desafios observados, tem-se que a maioria dos municípios não possui estruturação organizacional ideal das vigilâncias, gerando sobrecarga de algumas áreas. Apenas uma cidade conta com a sala da situação de saúde e uma delas não possui o cargo de coordenador geral da Vigilância em Saúde, implicando falta de interlocução entre as vigilâncias. Foram observadas falhas nas ações de promoção da saúde, pois são realizadas unicamente pela Atenção Primária. Ademais, a avaliação externa e monitoramento das ações são feitos segundo as metas quantitativas, ignorando a qualidade do serviço prestado. As principais queixas dos entrevistados referem-se às limitações de recursos materiais, inviabilizando, principalmente, as atividades de campo; ao mau funcionamento dos sistemas de informação associado à má qualidade da internet, quegeram problemas técnicos de sobrecarga no servidor; e ao quantitativo de recursos humanos, que dizem ser insuficiente. Como potencialidades, identificou-se a integração das ações com as equipes de Estratégia de Saúde da Família; o uso do documento-base para execução das ações como instrumento condutor; a existência de canais de comunicação que facilitam a troca de informações entre as vigilâncias e melhoram a notificação dos dados, bem como de profissionais em cargo de chefia, em sua maioria, capacitados, experientes e efetivos. A descentralização associada à integração das ações de Vigilância em Saúde encontra-se em processo incipiente de implementação para todos os municípios. Em decorrência do potencial de impacto positivo no perfil de morbimortalidade locais, se faz necessário o fortalecimento do monitoramento qualitativo das ações e a melhoria a capacidade de análise dos dados epidemiológicos gerados, bem como seja promovida a educação permanente dos profissionais.
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