O artigo elege um tópico de teoria sintática – a constituência sintática –, tal qual abordada, por exemplo, em manuais introdutórios de Gramática Gerativa, para justificar a importância do ensino de gramática na educação básica bem como na formação do professor de português. Para tanto, parte de uma revisão de cinco testes de constituência sintática, utilizados no âmbito da teoria Gerativa, para identificar constituintes sujeitos a determinadas operações. Sugere-se que tais testes podem ser utilizados na desambiguação de sentenças estruturalmente ambíguas, o que se revela como importante recurso na construção de textos, servindo, por isso mesmo, à construção de diferentes sentidos. O corolário das reflexões aqui propostas é o reconhecimento do lugar e da importância do ensino de gramática – com contribuições advindas da démarche própria da Gramática Gerativa.
This paper revisits the issue of verb raising in two closely related languages, namely Angolan Portuguese (AP) and Mozambican Portuguese (MP). Cinque’s (cartographic) hierarchy of adverbs is used to examine microvariation in these two varieties of Portuguese. The empirical data, gathered through experiments on acceptability rating tasks (to detect the position of the V(erb) in relation to adverbs) and cloze tests (to diagnose the adverbial classes which can be recovered by the elliptical VP), have been collected among university students in Luanda and Maputo, the capitals of Angola and Mozambique, respectively. The cutting points within the functional hierarchy where the V goes, be it mandatorily or optionally, are different in the two languages. In AP, the verb must raise past the frustrative aspect adverb (em vão/à toa ‘in vain’), while in MP the verb must raise to the left of the singular completive adverb (tudo ‘everything’). The main verb cannot raise past the AspTerminative adverb (já não/não mais ‘no longer’) in MP. In AP, it can optionally raise over the highest projection in the inflectional domain. Such a difference may explain the recovery of high adverbs in VP-ellipsis structures, only possible in AP. The corollary of the inter-linguistic study developed for Comparative Syntax is the adequacy of the cartographic démarche when it comes to establishment of strict boundaries in the study of microvariation among closely related grammars.
RESUMO Neste trabalho, propõe-se uma análise para o fenômeno da quantificação flutuante e se problematiza a sua relevância nas discussões sobre o movimento do verbo. É feita uma revisão de duas abordagens teóricas sobre o fenômeno da quantificação flutuante, visando a compreender como cada uma trata da questão do movimento do verbo. Mostra-se que, para ambas, os quantificadores flutuantes são diagnósticos para a subida do verbo, pelo fato de ocuparem uma posição à margem esquerda da fase baixa (vP). Com base na distribuição de quantificadores flutuantes e advérbios altos em inglês, argumenta-se contra essas duas análises e se sugere que os quantificadores flutuantes, por ocuparem uma posição muito alta na hierarquia da oração, não podem ser considerados diagnósticos para o fenômeno do movimento do verbo.
Este trabalho tem por objetivo principal fazer um levantamento dos critérios utilizados para a conceituação de duas classes de palavras, o substantivo e o verbo, em três livros didáticos de língua portuguesa (do Ensino Médio). Os três livros consultados recorrem sobretudo a critérios morfossemânticos para a conceituação dos vocábulos. Recorrendo à epistemologia da Gramática Gerativa (Chomsky, 1986) e à sua metodologia de investigação, o trabalho sugere – no espírito de Câmara Jr. (1970) e, sobretudo, Donati (2008) – que não somente critérios morfossemânticos sejam contemplados na conceituação e classificação das classes de palavras; critérios sintáticos, por levarem em conta a posição do vocábulo na frase e serem diagnosticados com base na intuição do falante sobre os dados da língua (o que guarda semelhança com a metodologia de julgamentos de sentenças, típica da investigação gerativista), devem não só serem contemplados como também problematizados na classificação dos vocábulos na Educação Básica.
Neste artigo, são examinadas algumas propriedades de advérbios altos e baixos para mostrar que o focalizador só pertence ao primeiro grupo. Conclui-se que o comportamento do advérbio de exclusão só no Português do Brasil é mais bem explicado do ponto de vista da Sintaxe, isto é, em termos da sua posição na hierarquia universal. A pista para chegar a tal conclusão vem da distribuição do focalizador exclusivamente, que também é um advérbio de exclusão, mas se comporta de forma diferente em relação a sóno que diz respeito a algumas propriedades sintáticas que põem de um lado os advérbios altos e de outro os baixos. Além disso, este texto revela que a previsão de Bever e Clark (2008) – de que a Semântica seria responsável pelas assimetrias entre os advérbios quantificacionais e o exclusivo só – não é correta, na medida em que o focalizador de exclusão exclusivamente, no Português do Brasil, compartilha propriedades sintáticas com advérbios quantificacionais.
Resumo: O trabalho investiga a subida do verbo em duas línguas ibéricas: o português -em suas variedades brasileira e moçambicana -e o espanhol -em suas variedades colombiana, venezuelana e o peruana. Recorre à proposta cartográfica de Cinque (1999) para determinar, em cada variedade, a posição de quatro formas do verbo temático (o infinitivo, o gerúndio, o particípio passado ativo e o verbo finito) entre os oito advérbios mais baixos da Hierarquia Universal. Os dados foram obtidos por meio de julgamentos de gramaticalidade de sentenças envolvendo quatro padrões de ordenação da forma verbal mencionada relativamente a um dos oito advérbios mais baixos e o objeto do verbo. Há variação intralinguística (relativamente à altura a que cada forma verbal sobe, na hierarquia de Cinque) e interlinguística (se compararmos as diferentes alturas a que cada forma verbal sobe nas diferentes línguas consideradas). O exame dos dados favorece um abandono do movimento nuclear (para a sintaxe da subida do verbo), em proveito tão somente da assunção de movimentos sintagmáticos. Palavras-chave: movimento do verbo; Cartografia Sintática; hierarquia de Cinque; línguas ibéricas.Abstract: This work investigates the issue of verb raising in two Iberian languages (Portuguese and Spanish), by taking into account data from Brazilian and Mozambican Portuguese, and Colombian, Venezuelan and Peruvian Spanish. To achieve that goal, it turns to the cartographic analysis of Cinque (1999) to determine, in those languages, the position of four distinct forms of the thematic verb (the infinitive, the gerund, the active past participle and the finite verb) among the eight lowest adverbs of the Universal Hierarchy. The data were collected on the basis of grammaticality judgment tasks. The
The paper revisits the debate on verb raising in Brazilian Portuguese (BP) as well as the discussion on the impoverishment of BP verbal inflectional paradigm. It suggests that the weakening of the Agr system in BP is not sufficient to explain why the verb raises less in BP than in other Romance languages, from both theoretical and empirical points of view. Rather, it suggests that the weakness of Tense in BP (AMBAR, 2008; CYRINO, 2011, 2013) would explain why the verb raises at most to a medial position in this language. To arrive at this conclusion, the first attempt is to revisit the literature on verb raising in Brazilian Portuguese. Two main competitive approaches to verb movement in Portuguese will be discussed as well as their interpretation of some traditional tests normally evoked to justify the presence or absence of verb raising. It will be shown that the verb leaves the VP in this language on the basis of traditional tests involving adverbs, as floating quantifiers are no useful diagnostics in BP. The second step is to bring pieces of evidence to suggest that it is not the impoverishment of the verbal paradigm that explains why the verb does not raise in BP as high as it does in other Romance languages, but rather the weakness of Tense in that language.
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