A Revista Dialectus inicia seu décimo-primeiro ano com a publicação de quinze artigos que compõem o Dossiê Hegel-Marx, organizado pelos professores Renato Almeida de Oliveira e Antonio Francisco Lopes Dias. Os trabalhos aqui reunidos trazem à discussão problemas e conceitos pertencentes ou pertinentes às obras daqueles dois autores que marcam a transição entre as épocas moderna e contemporânea da Filosofia [...]
Resumo: Este artigo aborda, de modo ensaístico, a relação geral confiança/consenso/democracia. Para desenvolver essa temática, assumimos a tese de que, em sentido ontológico, a confiança é o fundamento genético da democracia. Isto considerado, elegemos as seguintes questões-guias para a investigação: o que é a democracia? Como ocorre a constituição da democracia possível no mundo da vida concreta dos homens que vivem sob as regras do Capital? À primeira indagação, respondemos que: a democracia é o poder de governar exercido diretamente pelo povo; eis a "verdadeira democracia". À outra pergunta, respondemos que: em sentido ontológico, a confiança é o elemento metafísico geneticamente fundante do consenso necessário à formação das práticas democráticas. A conversão da confiança em consenso é tarefa da atividade política. A ação política transforma a confiança comungada pela maioria dos indivíduos, e que portanto se configura como vontade geral, em consenso. O produto desse consenso é materializado na forma de ideias/estratégias/valores/práticas/projetos etc., que regerão o viver dos indivíduos em sociedade. Contudo, no mundo da vida Material-dialética dos homens, mundo capitalista, a democracia acontece quando a vida sociopolítica é moldada pelo consenso, que foi construído e é dirigido pela lógica e poder do Capital. Por essa razão, o consenso espelha (representa) os interesses dos que são poucos, mas que possuem o poder econômico; e os que efetivamente governam não realizam os interesses do povo. Eis a democracia pseuda: a democracia representativa. Considerando essas ideias, é correto concluir que a democracia só será mais bem compreendida quando for assumida como processo dialético originado da confiança que foi convertida em consenso. O desafio que compete às ciências é o de se abrir para acolher a validade do conhecimento metafísico para compreender a democracia.
No período de existência do “socialismo real”, na URSS e “Leste europeu”, fortaleceu-se a tese de que o pensamento de Marx é amparo de regimes políticos totalitaristas. Contra essa posição, meu objetivo é argumentar em favor da tese de que Marx é defensor da democracia. Para cumprir essa tarefa, assumo como referencial teórico a crítica de Marx ao Estado monárquico constitucional, proposto pelo filósofo Hegel, mediante a qual Marx qualifica a constituição dessa forma de Estado como antidemocrática. Hegel expõe suas ideias sobre o Estado no livro Princípios da Filosofia do Direito. Marx formula suas críticas na Critica da Filosofia do Direito de Hegel. Ao se opor ao modo de constituição e funcionamento do Estado hegeliano. Conforme a crítica de Marx, Hegel concebe o Estado como o poder de Um (do Soberano) sobre Todos (sobre o povo). Com amparo em sua lógica dialética de bases idealistas, Hegel conclui que a “decisão última” deve caber sempre à pessoa do Monarca, que é a expressão material do poder do Estado. Para Marx, isto implica total subordinação da soberania popular à soberania do Monarca, o que inviabiliza a democracia. Ao criticar estas posições de Hegel, argumentação de Marx: (1) identifica o caráter antidemocrático do Estado hegeliano e, por conseguinte, (2) converte-se em defesa da democracia. Esses dois pontos são importantes porque contradizem a tese de que Marx é “inimigo da democracia”.
Críticas de Marx às posições de Bruno BauerEm que consiste "a questão judaica", com a qual Bauer se defrontou? Que tarefa ela expressa? Conforme a exposição de Marx, na visão de Bauer, "a questão judaica" consiste na solicitação, por parte do povo judeu-alemão, de condições à emancipação política diante do Estado-cristão alemão então estabelecido. Os judeus se julgavam oprimidos e desonrados por terem de viver em um Estado subordinado aos ditames da religião cristã. À vista disso, Bauer assume a tarefa de responder sobre o pleito dos judeus e escreve um texto intitulado A Questão Judaica. Nesse texto, considerando a condição religiosa do
Esse texto é um escrito que, ao final, é um termo médio entre um Artigo e um Ensaio. O objetivo é expor nossa compreensão sobre o sentido d“o material” e as implicações onto(epistemo)lógicas desta concepção no pensamento de Karl Marx. Em plano geral, primeiramente, nosso texto discorre sobre o que nomeamos de “a questão primeira”, qual seja: o que é “o material” no interior e no contexto dos escritos de Marx? Para cumprir essa tarefa procedemos com leituras de textos marxianos visando identificar, neles, passagens importantes aonde o conceito de “material” é pressuposto, citado ou implicado. No segundo momento do texto, afirmamos que os resultados das análises do sentido d“o material” nos possibilitam induzir e/ou deduzir que o materialismo de Marx é dialético. Por fim, apresentamos algumas conclusões que decorrem do aceite da validade e veracidade da tese de que Marx pensa dialeticamente, de que seu materialismo é dialético.
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