L’article analyse quelques poèmes et poètes brésiliens des décennies 1970, 1980 et 1990 dans le but de comprendre les différentes stratégies poétiques créées pendant cette période pour répondre aux défis spécifiques du régime d’historicité présentiste (Hartog) propre à l’expérience contemporaine. La relation entre poésie et histoire, l’énonciation poétique et ses contextes, se transforme. Le poème internalise, intensifie et mobilise la perception de perte de garantie discursive et la multiplicité des temps dans le temps, en mettant en action des variations et modulations entre différents contextes et temporalités, comme on le verra dans certains poèmes de Haroldo de Campos, Paulo Leminski, Nuno Ramos et autres.
O artigo propõe um percurso interpretativo por alguns trabalhos literários do escritor e artista visual Nuno Ramos (1960), recorrendo pontualmente a comentários acerca de trabalhos plásticos, canções e ensaios realizados pelo artista. Como mote à interpretação, discute-se duas figuras ficcionais-poéticas extraídas dos livros Sermões (2015) e Adeus, cavalo (2017), a deusa e o cavalo, postas em diálogo com duas outras figuras conceituais, a voz e o signo.
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior -Brasil (CAPES) -Código de Financiamento 001. Aos funcionários do Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada, pelo compromisso e dedicação. Aos professores Alexandre Nodari (UFPR), José Miguel Wisnik (USP), Lorenzo Mammì (USP) e Veronica Stigger (FAAP), pelos comentários e contribuições feitos durante o exame de qualificação e a defesa da tese. Ao professor Pedro Meira Monteiro, pela recepção e supervisão no Department of Spanish and Portuguese da Princeton University.A Nuno Ramos, por não parar quieto, e a Bianca Eliza, pelo acesso à maior parte das imagens anexadas ao trabalho e pela disponibilidade.A Roberto Zular, pela insistência na escuta das múltiplas faces do outro. Aos professores, pesquisadores, artistas e amigos que colaboraram com materiais, textos ou simplesmente com o bem mais raro, a inter-locução:
By analyzing poems by Paulo Leminski, Ana Cristina Cesar and Veronica Stigger, this essay puts forward a notion of the theater of poetry aiming at clarifying a paradoxal and multiple status of the space of the poem, seen through de lenses of Brazilian poetry produced from de 1970s on. For doing so, it approaches a few contemporary modes of reception of a theoretical and practical antitheatrical field inherited from a modern context, where poetry, theater and visual arts hold converge by means of plural mises-en-scène of the specifity problem
O trabalho propõe atravessar alguns nichos das produções literária e plástica de Nuno Ramos (1960) mobilizando certo vocabulário em torno de voz e materialidade. No âmbito literário, parte de uma abordagem de Ó (2008), passando também por Cujo (1993) e Junco (2011), enquanto no campo da obra plástica dá ênfase sobretudo a trabalhos que se valem da incorporação de vozes, produzidos na década de 2000.
Este trabalho desenvolve uma proposta de leitura de O filantropo (1998) ancorada na aproximação dessa ficção de Rodrigo Naves a ensaios do mesmo autor sobre obras de Jackson Pollock, Amilcar de Castro e Mira Schendel. Sugere que a incorporação de questões das artes plásticas articula-se no livro a uma reflexão acerca dos desafios impostos ao ato de experimentação intelectual do contexto histórico contemporâneo. Há obras que, alçando-se para fora do mundo, simplificam-no na tentativa de melhor compreendê-lo e retornar a ele de maneira renovada. Há outro tipo de obra, porém, que busca incorporar a matéria do mundo em sua própria construção e, com isso, experimenta e faz experimentar a incerteza do mundo, suas dificuldades. Em O filantropo, Rodrigo Naves parece seguir este último caminho, assim como o leitor, que, algumas páginas lidas, já depara com a questão que emerge impositiva: "o que é este livro?"; ou, mais bem colocada, "o que são estes textos?" Ficção, poesia, conto, poema em prosa etc. Esses seriam alguns dos muitos gêneros possivelmente aventados pelo leitor que se indagasse da natureza das 38 "pequenas narrativas" -para recorrer a um termo certa vez utilizado pelo autor para referir-se a esses textos 1 -que compõem o livro de Naves. Porém, nessa indecisão de gêneros reside apenas o começo de toda a incerteza que caracterizará a experiência de leitura de O filantropo. Isso, diga-se de passagem, se aceitarmos o pressuposto de que esses textos podem de fato ser lidos como um conjunto, já que a todo instante eles ameaçam revelar-se construções autossuficientes. De fato, um personagem reconhecível como o Filantropo é delineado ao longo dos textos. Porém a segurança do leitor acerca daquilo que está lendo soçobra já após poucas páginas, à medida que se justapõem diferentes (e sutis) coordenadas temporais, espaciais e, num plano mais geral, ficcionais e que a voz supostamente atribuível ao tal filantropo passa a conviver com vozes diversas, de cuja origem, feição e sentido mal podemos nos assegurar. Abstract This paper develops a reading of O filantropo (1998) grounded upon the confrontation of this fiction by Rodrigo Naves with essays by the same author concerning works produced by Jackson Pollock, Amilcar de Castro and Mira Schendel. It suggests that the incorporation of problems of the realm of the plastic arts is combined in the book with a reflection on the difficulties in apprehending intellectually the contemporary world. ANDRÉ GOLDFEDERIsso para não mencionar a convivência dos textos construídos em primeira pes soa com outros narrados em terceira pessoa, além de relatos, semelhantes a algo como "retratos literários", que representam desde artistas significativos da arte 168 Literatura e Sociedade brasileira até um ex-boxeador de interesse aparentemente nulo para o leitor, e ainda uma fábula e um texto "que tem o tom objetivo e distanciado de um hipotético catálogo de vestimentas femininas", como o descreve João Moura Jr, na orelha do livro. 2 De modo que quanto mais segue a leitura, mais portos segur...
Em Ensaio sobre a dádiva (2014/2015), Nuno Ramos parte do ensaio homônimo de Marcel Mauss e atinge um ponto de acumulação e virada que remete a um modo de agenciamento decisivo em sua poética: a produção de planos de articulação entre elementos heterogêneos. Ao pôr em ato uma problemática da troca, reenuncia um espaço de remissões estéticas-históricas central para certas passagens entre artes modernas e contemporâneas, relançado em torno das relações entre linguagem e espaço. Assim, partindo da leitura do signo enquanto entidade elementar dos estruturalismos linguístico e antropológico por Patrice Maniglier, o artigo explora um campo possível de traduções recíprocas entre artes visuais e poesia, antropologia e filosofia, circulando ainda, com Jacques Rancière, entre Stéphane Mallarmé e Marcel Broodthaers, e com Lévi-Strauss, Saussure e certas linhas de debate sobre as artes contemporâneas, entre a problemática dos meios em artes visuais e um horizonte ontológico de pensamento com as artes.
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