No ciberespaço, relações sociais e culturais são reorganizadas, reformulando contextos, entre os quais, encontra-se o artístico. Como exemplo, está a poesia, que, sob matizes da cibercultura, (des) territorializa-se no ambiente digital, tomando fluidez em redes sociais, como o Instagram. Surgem, assim, os instapoemas e seus respectivos instapoetas, garantindo circularidade à poesia por meio do compartilhamento nas redes. Tendo em vista esses aspectos, propõe-se uma reflexão sobre a rede social digital Instagram enquanto uma (macro) textualidade que pode ser vinculada ao processo de autoralidade. Para tanto, foram tomados como referência o Instagram dos poetas João Doederlein e Ryane Leão, bem como a hashtag #purpleart, amparando-se teoricamente em Lévy (1996), Koch (2000), Santaella (2014) e Maingueneau (2016), entre outros teóricos. Foi possível perceber que o Instagram engloba várias textualidades que, conjuntamente, constituem outra, maior, que se amplia para a manutenção da autoralidade, especialmente, dos instapoetas. Migrando para o ciberespaço, a poesia encontra seu nicho nos algoritmos e a arte suscita sua função humanizadora.