Introdução: Em decorrência da transição epidemiológica brasileira, o câncer atualmente é um problema de saúde pública, pela sua elevada morbimortalidade. Objetivo: Verificar o conhecimento e práticas preventivas relacionadas às doenças oncológicas em mulheres climatéricas. Materiais e métodos: A pesquisa seguiu um delineamento transversal analítico, realizado com mulheres de idade entre 35 e 65 anos com cadastro ativo nas unidades de Estratégia Saúde da Família da área urbana de um município de médio porte da região noroeste do estado do Rio Grande do Sul/Brasil. Foram selecionadas 197 mulheres do banco de dados da pesquisa “Envelhecimento Feminino”; que responderam ao questionário. Resultados: A média de idade das mulheres foi 51,22±7,71 anos. Observou-se que a renda familiar e a escolaridade têm associação com nível de conhecimento do câncer e suas causas. Sobre os fatores que causam o câncer 85,8% (169) relataram saber pelo menos uma causa; 34,5% (68) afirmaram que a equipe de saúde aborda o tema câncer; 69,5% (137) fazem com regularidade o autoexame de mama e 96,4% (190) já realizaram em algum momento o Papanicolau. Discussão: O conhecimento sobre o câncer e seus exames de detecção precoce tem relação diretamente proporcional com a motivação em relação ao cuidado em saúde. Conclusão: Os achados do estudo mostram que os usuários têm informação acerca do que é câncer e seus fatores de risco; porém é necessário que os profissionais de saúde trabalhem para que a informação se transforme em conhecimento capaz de mudar atitudes e comportamentos dos usuários.Palavras-chave: Atenção Primária a Saúde. Envelhecimento. Diagnóstico precoce. Neoplasias. ABSTRACT: Introduction: As a result of the Brazilian epidemiological transition, cancer is currently a public health problem due to its high morbidity and mortality. Objective: To verify the knowledge and preventive practices related to oncological diseases in climacteric women attached to the Family Health Strategy (FHS). Method: The research followed an analytical cross-sectional design. The population was consituted of women aged between 35 and 65 years with an active registry in the Family Health Strategy units of the urban area of a medium-sized municipality in the northwest region of the state of Rio Grande do Sul, Brazil. A total of 197 women were selected from the database of the research "Female Aging", who answered the questionnaire. Results and discussion: The average age of the women was 51.22 ± 7.71 years. It was observed that family income and schooling have an association with the level of knowledge about cancer and its causes. Regarding the factors that cause cancer, 85.8% (169) reported knowing at least one cause; 34.5% (68) stated that the health team addresses the issue of cancer; 69.5% (137) regularly performed breast self-exam and 96.4% (190) had already performed the Papanicolaou test at some point. Knowledge about cancer and its early detection exams is directly proportional to motivation in relation to health care. Conclusion: The findings of the study show that users have information about cancer and its risk factors; however, it is necessary that health professionals work so that information becomes knowledge capable of changing attitudes and behaviors of users.Keywords: Primary Health Care. Aging. Early Diagnosis. Neoplasms.
Introdução: A atividade física está relacionada à manutenção do bem estar físico e psicológico, cuja relação é pouco estudada em nonagenários e centenários. A Covid19 provocou um isolamento social que pode estar relacionado ao aumento de sintomas depressivos e diminuição da atividade física principalmente em nonagenários e centenários. Objetivo: Observar as possíveis mudanças na atividade física e sintomas depressivos durante a COVID19 em nonagenários e centenários. Metodologia: Estudo transversal e analítico com nonagenários e centenários participantes do projeto Atenção Multiprofissional ao Longevo (AMPAL) avaliados por telefone usando um instrumento multidimensional, que incluiu a Escala de Depressão Geriátrica (GDS) e a prática de atividade física, com o objetivo de verificar possíveis mudanças no comportamento antes e depois de 17/03/2020 (primeiro decreto municipal relacionado ao COVID19). As entrevistas foram feitas entre abril e agosto/2020. Resultados: Participaram 59 nonagenários e centenários com idade de 95,6±3,79 anos, 76% mulheres. Durante a COVID19, 39% dos participantes diminuíram a prática de atividade física e 15,2% apresentou piora do GDS. Os participantes que responderam não praticar atividade física 51% apresentou nível de GDS indicativo de depressão. Conclusão: Observamos que a diminuição da prática de atividade física foi mais frequente do que a piora dos sintomas depressivos. Concluímos que a COVID19 está causando uma diminuição na prática da atividade física de forma mais precoce em nonagenários e centenários. Parece haver uma latência entre a diminuição da atividade física e o aumento dos sintomas depressivos a ser confirmada.
Introdução: A atividade física (AF) é importante para uma boa condição funcional em nonagenários e centenários, mas pode estar diminuída durante a pandemia da COVID-19. Objetivo: Investigar mudanças na AF em nonagenários e centenários durante a pandemia. Método: Estudo observacional transversal, envolvendo nonagenários e centenários participantes do Projeto Atenção Multiprofissional ao Longevo (AMPAL). As avaliações foram realizadas entre abril e agosto/2020 por smartphone identificando modificações nos hábitos de vida e saúde durante a pandemia. O relato de AF e o índice de facilidade para a realização de Atividades de Vida Diária (AVD) antes e durante a pandemia foram calculados. O escore pontuou 0 (impossibilidade) e 15 (facilidade) para: levantar-se da cadeira sem apoio, transferência cama-cadeira, agarrar objetos firmemente e levantar os braços sobre a cabeça. Resultados: Participaram 53 longevos, dos quais 31 praticavam AF pelo menos uma vez semanal antes da COVID-19, 22 (71%) diminuíram a atividade durante a pandemia. A diminuição da AF foi maior entre os que moravam sozinhos (80%), homens (75%, contra 70% das mulheres), centenários (100%), entre 95-99 anos (85%) e passaram a sair de casa menos (79%). Os participantes que diminuíram a AF apresentaram escore da AVD pior (10,6±3,7) do que os que mantiveram (11,3±2,4 pontos). Conclusão: A AF diminuiu durante a pandemia, principalmente em homens, idade > 95 anos, que reduziram as saídas de casa, moravam com acompanhante e pioraram os níveis de AVD. Nonagenários e centenários poderiam ser mais encorajados a praticar AF talvez por estratégias como a tele assistência.
INTRODUÇÃO: Indicadores de sarcopenia são importantes para avaliação da força muscular e saúde de longevos e seus resultados positivos podem influenciar na capacidade de morar sozinho. OBJETIVO: Investigar a relação entre indicadores de sarcopenia e morar sozinho em longevos comunitários. MÉTODO: Estudo observacional e analítico que avaliou longevos (≥ 87 anos) por conglomerados representativos de Porto Alegre, 2016-2018 (CAEE 55906216.0.0000.5336) caracterizando condições de saúde. Os indicadores de sarcopenia foram: força de preensão palmar (FPP) da mão dominante, circunferência da panturrilha (CP), perda de peso não intencional (>4kg/ano) e teste Timed Up and Go (TUG). As associações foram testadas pelos testes de qui-quadrado, Fisher e teste t de Student. RESULTADOS: Participaram 139 longevos que moravam com cuidador/familiar e 26 sozinhos, média etária 92,5±2,63 anos, 71,9% mulheres e 65,5% viúvos. Indivíduos que moravam com cuidador/familiar tinham média de 16,4±7,40Kgf de FPP, 22,3±18,59seg de TUG, 32,8±3,97cm de CP e 82,3% relatou desconhecer ou não ter perda ponderal (n=135). Os que residiam sozinhos apresentaram média de 16,7±7,67Kgf de FPP (p=0,565), 16,5±6,90seg de TUG (p=0,010), 33,3±3,76cm de CP (p=0,616) e 77,3% relatou não ter perda ponderal (p=0,058). CONCLUSÃO: Apenas o TUG foi significativamente associado com morar sozinho ou com cuidador/familiar. Os longevos que moravam sozinhos apresentaram melhor desempenho no TUG e melhor CP, porém apresentavam pior FPP, indicando risco de sarcopenia.
Introdução: Nonagenários e centenários é a faixa etária mais suscetível a desenvolver formas graves da COVID-19. Por isso foram intensamente orientados a não sair de casa, alterando a rotina deles e de sua rede de apoio. Objetivo: Observar as características dos nonagenários e centenários que passaram a sair de casa com menor frequência durante a pandemia da COVID-19. Metodologia: Estudo transversal e analítico com nonagenários e centenários participantes do projeto Atenção Multiprofissional ao Longevo (AMPAL) avaliados por telefone usando um instrumento multidimensional. Avaliou-se características sociodemográficas e mudança na frequência que os participantes saem de casa. Resultados: Entre os 59 nonagenários e centenários entrevistados, 35 (59%) saiam de casa antes da COVID (71% mulheres, 20% moravam sozinhos e 42% eram entre 90-94 anos e entre 95-99 anos). Mantiveram-se saindo de casa na mesma frequência 10 entrevistados (28%), destes 50% eram homens, 30% moravam sozinhos e 60% tinham entre 95-99 anos. Antes da pandemia, 10,3% dos entrevistados realizavam as compras de seus alimentos, durante a COVID-19 apenas um entrevistado continuou a fazer compras, sendo este com diminuição da frequência que sai de casa. Conclusão: Boa parte dos entrevistados não saia de casa semanalmente antes da quarentena e o atual momento intensificou essa situação. O cenário contrapõe, de um lado, longevos que continuaram saindo, expondo-se ao risco de contrair a COVID-19 (principalmente homens, vivendo só e entre 95 e 99 anos), e de outro, a diminuição dessa atividade instrumental de vida diária importante para a manutenção funcional e da rede de apoio.
Introdução: A habilidade funcional (HF) é a interação entre a capacidade intrínseca e o ambiente. Pouco se sabe sobre o declínio da HF em nonagenários e centenários e o seu efeito durante a COVID-19. Objetivo: Investigar mudança na HF decorrentes do isolamento social. Métodos: Estudo longitudinal e observacional. Nonagenários e centenários do estudo Atenção Multiprofissional ao Longevo foram avaliados em 4 momentos: visita domiciliar em 2016, 2017 e 2018 e não-presencial entre abril e agosto de 2020. Avaliando a HF: facilidade de realizar 5 atividades cotidianas em quatro níveis: 3=fácil, 2=±fácil, 1=difícil e 0=não consegue, totalizando entre 15 e zero pontos. Em 2020, a HF foi questionada quanto a condição na entrevista e antes de 15/03/2020. As médias das HF foram comparadas entre as avaliações. Resultados: Dos 31 participantes 74% eram mulheres e média etária de 93±3,4 anos. As médias do escore em 2016 foi 12,8±2,3, 2017, 11,7±4,6, 2018, 11,6±4,1, e 10,4±3,9 antes de 15/03, e 10,8±2,9 pontos no momento atual. Observaram-se diferentes comportamentos funcionais: a maioria dos longevos se manteve estável (menor declínio) durante os anos de acompanhamento. Participantes com menor pontuação apresentaram maior declínio em relação aos com maior HF inicial. Conclusão: Observamos pouca alteração no comportamento da HF nos 5 primeiros meses de quarentena. A perda da HF ao longo dos anos, permitiu observar diferentes padrões de comportamento relacionados ao estilo de vida e controle clínico das multimorbidades.
Introdução: A diminuição da mobilidade pode estar relacionada ao risco de quedas e ao isolamento social da COVID-19 principalmente em nonagenários e centenários. Objetivo: Investigar se o isolamento social da COVID19 alterou a mobilidade e força de membros inferiores em nonagenários e centenários. Métodos: Estudo longitudinal e observacional envolvendo nonagenários e centenários participantes do projeto Atenção Multiprofissional ao Longevo (AMPAL), avaliados quanto a mobilidade (facilidade de levantar-se de uma cadeira com e sem as mãos) e força de membros inferiores (teste de levantar e sentar -TLS). O teste foi considerado satisfatório se 5 repetições foram realizadas em 15 segundos. Foram calculadas e comparadas médias e frequências. Resultados: Participaram 31 nonagenários e centenários (74% mulheres, 93±3,4 anos) que realizaram as avaliações em uma das entrevistas de 2016 a 2018 e entre abril e agosto de 2020. A mobilidade piorou em 7% dos participantes para levantar-se da cadeira com as mãos e nenhuma para realizar o movimento sem o auxílio das mãos. No TLS, 21% (n=6) tiveram desempenho satisfatório antes da pandemia, e durante o isolamento, 22% (n=5). Conclusão: A maioria apresentou desempenho insatisfatório na mobilidade e no TLS tanto antes quanto durante o período pandêmico. O que indica que os longevos mantêm o risco aumentado para quedas, fraqueza de membros inferiores, diminuição da mobilidade e que podem estar em processo de decréscimo funcional. No entanto, o período de quarentena imposto (5 meses até o momento) ainda é curto para observar seus efeitos sobre o desempenho.
A taxa de suicídio em idosos é o dobro do que acontece nas outras faixas etárias.1;2 Entre as causas de suicídio, em idosos jovens estão doenças psiquiátricas3 e questões sociais4. Entretanto, pouco se sabe sobre as características do suicídio em idades avançadas em que o processo de envelhecimento se torna mais exacerbado tornando esses idosos mais vulneráveis. Compreender esse processo pode embasar o desenvolvimento de políticas públicas para sua prevenção. Objetivo Estudar o perfil das mortes por suicídio entre longevos no Rio Grande do Sul (RS) em 2017. Método Foram analisados os dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do DATASUS referentes aos óbitos por suicídio em longevos, no RS em 2017. Resultados No ano de 2017, no foram relatados no SIM no RS 65 óbitos por suicídio entre longevos, dos quais 83,1% eram homens, 86,1% brancos, 40% casados e 24,6% viúvos, até 7 anos de estudo (49,2%). Quanto ao local de ocorrência, 80% foi no domicílio. Quanto à causa básica, 56,9% foi enforcamento, 15,4% arma de fogo e ferimentos cortantes ou penetrantes (7,7%). Somente 1,5% tinha registro de transtorno mental. Conclusões O perfil dos longevos que faleceram por suicídio em 2017 no RS foi de homens, casados, com baixa escolaridade e sem transtorno mental associado, o local de ocorrência mais frequente foi o domicílio e por enforcamento, corroborando com a literatura. A inexistência de transtorno mental surpreende não indo ao encontro com dados encontrados na literatura.
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