O gênero Alepia Enderlein, 1937 é facilmente reconhecido pela combinação dos seguintes caracteres: presença de manchas claras na membrana alar; ausência de pilosidade na membrana alar; últimos três flagelômeros não reduzidos; presença, na maioria de espécies, de um conjunto de cerdas compridas perto da base do cerco, cujo ápice pode ser clavado ou umbelado (Quate 1999). Atualmente, são conhecidas dezoito espécies de Alepia,
MARUINA MENINA, A NEW SPECIES OF PSYCHODIDAE (DIPTERA) FROM BRAZIL. Maruina menina sp. nov., from Atlantic rain forest of Bahia, northeastern Brazil, is described and illustrated.
Este artigo discute como os habitantes do povoado de Pedra Branca, localizado no estado da Bahia, nordeste do Brasil, percebem e se relacionam com os bichos-pau (Insecta, Phasmida). Parte dos dados foi obtida em um dia de trabalho de campo realizado em maio de 2004 através de entrevistas semi-estruturadas com 12 crianças e adolescentes, cujas idades variaram dos 5 aos 17 anos. A estes dados foram acrescentados aqueles obtidos de fevereiro a maio de 2001 por meio de entrevistas semi-estruturadas realizadas com 25 homens e 26 mulheres, cuja faixa etária variou de 24 a 82 anos. Os resultados mostram que os indivíduos costumam reunir insetos de três táxons diferentes (Phasmida, Mantodea e Tettigoniidae) sob o rótulo “louva-a-deus-de-cobra”. Os entrevistados forneceram informações sobre etnotaxonomia, comportamento, ontogenia, morfologia, habitat e ecologia trófica do bicho-pau. O conhecimento local mais marcante relacionado com esses insetos se refere a sua biotransformação ou processo metamórfico, onde se acredita que eles se originam de plantas e depois “se transformam” em cobras conhecidas localmente como “cobra-de-cipó”. Conclui-se que a metamorfose do bicho-pau resulta importante no modo como os indivíduos compreendem e se relacionam com esse inseto.
Introdução: A gravidez em cicatriz cesariana é considerada um tipo de gravidez ectópica, raro e de elevada morbimortalidade, que tem por principais complicações ruptura uterina, hemorragia volumosa, histerectomia, invasão de bexiga e comprometimento do futuro reprodutivo. A expansão do número de casos ao longo dos anos está relacionada ao aumento de cesáreas em todo o mundo. Destacam-se como fatores de risco idade materna avançada, paridade, número de abortos induzidos, número de cesarianas prévias, intervalo interpartal menor que cinco anos, principalmente menor que dois e história de cesárea realizada em hospital rural e defeitos na cicatriz pós-cesariana, gerando retroposição do útero. A literatura apresenta número escasso de casos com desfecho favorável. Desde o advento da ultrassonografia, a possibilidade do diagnóstico precoce tem propiciado várias formas de tratamento com interrupção precoce da gestação. Relato de Caso: Mulher, 33 anos, com antecedente obstétrico de duas cesarianas, a última 36 meses antes, e diagnóstico ecográfico de implantação do saco gestacional em topografia de cicatriz de cesariana prévia, com nove semanas de idade gestacional. Optou por dar continuidade à gestação, ciente dos riscos materno e fetal. Durante a evolução da gestação, a ultrassonografia evidenciou sinais de invasão placentária em bexiga (placenta percreta), confirmada via ressonância magnética de pelve. Com 32 semanas, evoluiu com quadro de sangramento vaginal importante e realizou parto cesárea de urgência com equipe multidisciplinar (vascular-rrologia-neonatologia-obstetrícia). No procedimento, fez-se passagem de cateter duplo J bilateral e cistorrafia pela equipe da urologia, balonamento de artérias ilíacas internas bilaterais pela equipe da cirurgia vascular, e houve necessidade de histerectomia total e salpingectomia bilateral. O recém-nascido pesou 1850 g, Apgar 8/9, e teve boa evolução clínica em cuidados neonatais intensivos. A paciente permaneceu por quatro dias em unidade de terapia intensiva,com boa evolução clínica, e segue em acompanhamento com urologia e obstetrícia. Conclusão: Existem dois tipos de gravidez em cicatriz cesariana: com progressão para o espaço cérvico-ístmico ou cavidade uterina (tipo I, tipo endogênico) ou com invasão profunda no defeito cicatricial, com progressão para a bexiga e cavidade abdominal (tipo II, modelo exogênico). Em relação à fisiopatologia, a teoria mais usada para explicar esse tipo de gravidez ectópica é a penetração do blastocisto no miométrio através de uma microscópica deiscência na cicatriz, causada por incisão cesariana segmentar prévia. Nesses casos, aconselha-se o diagnóstico precoce e o acompanhamento multidisciplinar na tentativa de evitar near miss materno, a depender da escolha materna após informações sobre o possível desfecho.
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