Introdução: percepção do indivíduo sobre sua voz e impactos no cotidiano tem sido objeto de estudos que buscam a relação entre qualidade de vida e bem-estar. Objetivo: analisar a relação entre qualidade de vida e presença de distúrbio de voz em docentes da rede municipal de São Paulo. Método: estudo do tipo caso-controle, pareado por escola, com 272 professoras da rede municipal de ensino de São Paulo (167 casos e 105 controles), responderam questionários Condição de Produção Vocal-Professor e World Health Organization Quality of Life/bref, avaliados fonoaudiológica e otorrinolaringológicamente. Foi realizado teste de associação de Qui-quadrado para análise entre a presença de distúrbio de voz e os domínios do WHOQOL/bref. e modelos de regressão logística para calcular a Razão de Chances bruta e ajustada para avaliar riscos em relação às variáveis independentes de interesse. Resultados: os grupos mostraram-se semelhantes quanto a dados sociodemográficos, situação funcional, ambiente e organização de trabalho, e diferentes na autorreferencia a sintomas vocais, confirmando a natureza de estudo caso-controle. Na análise descritiva de cada um dos domínios do WHOQOL/bref, o referente ao meio ambiente apresentou pior média, seguido pelo físico, psicológico e relações sociais. O domínio físico apresentou significância estatística se comparado aos outros domínios, seguido pelo psicológico e do meio ambiente. Não houve diferença significativa sobre as relações sociais. Conclusão: houve associação entre presença de distúrbio de voz e comprometimento do domínio físico da qualidade de vida, havendo um aumento de chances de quase três vezes de quem tem distúrbio vocal apresentar baixos escores no referido domínio.
Objetivo: Avaliar a QV de pacientes em uso de prótese bucomaxilofacial, bem como a confiabilidade e a validade dos constructos do WHOQOL-bref. Método: estudo transversal com 193 pacientes, de ambos os sexos, acima de 18 anos, atendidos na Fundação Oncocentro de São Paulo, SP, no periodo de 2016 a 2019. O teste de Mann-Whitney foi aplicado para avalair a diferença entre as variáveis demográficas e clínicas versus os domínios do WHOQOL-bref. Na análise de validação foram aplicados os testes de alfa de Cronbach e a Análise Fatorial Confirmatória. Resultados: Houve diferença entre os sexos para os domínios Psicológico e Ambiental (p<0,050). Para o escore Ambiente, pacientes com 60 anos ou mais apresentaram valores superiores para QV (p<0,010). Para todos os domínios foram observados escores mais elevados na ausência de uso de medicamentos e de comorbidades. Na análise de validação, o instrumento apresentou consistência interna quase perfeita no escore geral (αCronbach = 0,82). Para Análise Fatorial Confirmatória, os parâmetros mostraram a exequibilidade da análise (≥ 0,85) Quanto as cargas fatorais, o domínio Social referente as relações pessoais e atividade sexual mostrou resultados ≥ 0,70. Conclusão: Neste estudo os homens apresentaram melhor QV para os domínios psicológico e ambiente, e das variáveis que avaliaram os aspectos clínicos, a ausência de comorbidades esteve relacionada positivamente a melhor QV nos domínios do WHOQOL-bef. Na validação dos achados, verifica-se que o instrumento WHOQOL-bref pode ser aplicado para avaliar QV em pacientes com prótese bucomaxilofacial.
Introdução: ciclo de vida é atualmente considerado elemento essencial à formulação e implantação de políticas públicas pautadas no cuidado integral à saúde. Objetivo: analisar a produção científica da Revista Distúrbios da Comunicação no período de 2016 a 2020, tendo como objeto de discussão as publicações da área da Fonoaudiologia por ciclos de vida. Método: estudo retrospectivo, de abordagem metodológica bibliométrica, analisou 297 artigos considerando as seguintes variáveis: ano de publicação, registro da região geográfica (do primeiro autor), descritores, áreas temáticas, tipo de estudo e tamanho da amostra, segundo faixas etárias (0-6; 7-11; 12-18;19-59 e >60). A análise dos dados foi descritiva, numérica e percentual. Resultados: dos 297, estudos, 258 fizeram referência a uma ou mais faixas etárias e 39 não mencionaram qualquer idade. Dentre os 258, os estudos mais frequentes foram de criança (138; 46,2%), seguido pelos de adultos (122; 41,1%). A amostra variou quanto à mediana entre 27 (adulto) a 38 (crianças: 0-6 anos) sujeitos. A região Sudeste registrou maior número de artigos relacionados a todos os ciclos, assim como os estudos do tipo observacional, com destaque para os realizados com adultos (98; 33,9%). Pouca menção foi feita a descritores que identificam os ciclos de vida (75; 6%), sendo idoso (25; 38%) e criança (23; 35%) os mais registrados. Conclusão: os dados evidenciam a premência de alinhamento das pesquisas às políticas públicas de saúde, bem como ressalta a importância do uso de descritores adequados para maior circulação do conhecimento produzido pela área.
Objetivo: investigar o julgamento de crianças quanto ao uso de parâmetros de expressividade oral em leitura em voz alta em momentos pré e pós-intervenção fonoaudiológica. Metodologia: trata-se de um estudo prospectivo de intervenção realizado em duas etapas. Na primeira, dois professores participaram de uma oficina na qual foram trabalhados os recursos de expressividade oral em situação de leitura em voz alta, tais como, pausa, articulação, ressonância, pitch, loudness e respiração com enfoque na coordenação pneumofonoarticulatória. Antes e após essa intervenção, foi coletado material audiogravado da leitura em voz alta de um mesmo texto para posterior análise. Na segunda parte da pesquisa, esse material foi apresentado para 54 crianças (5 e 6 anos) e feita uma análise à luz de uma avaliação perceptivo auditivo. Das crianças que perceberam a diferença, todas optaram pela leitura pós-intervenção e foram reunidas em pequenos grupos para justificar suas escolhas. Resultados: houve associação estatisticamente significativa entre a condição ouvida. Nas justificativas de suas escolhas, houve uma associação ora do sentido, ora do som. Quantificadas as ocorrências, verificou-se que os efeitos expressivos adotados pelas professoras associaram-se mais ao sentido da voz (40) do que ao som (26). Conclusão: as crianças foram capazes de perceber diferenças na expressividade oral salientadas mais por expressões relacionadas ao sentido.
Purpose: this study aimed to investigate the profile of the theses defended by Brazilian speech-language pathologists with a Doctoral Degree that analyzed issues related to Orofacial Motricity and Dysphagia. Methods: an exploratory retrospective documentary study, performed based on data collected on the Lattes Platform in 2017. The following variables were included: gender, time between graduation and defense, geographic location of institutions, type of institutions, program area and subareas. Results: among the 1,125 theses, 92 (8.1%) were related to Orofacial Motricity and 58 (5.1%) to Dysphagia; as for the gender of the speech-language pathologist, most were females (97.9% and 98.3% for Orofacial Motricity and Dysphagia, respectively); the average time between completing graduation and defending a doctorate was similar in both areas (13.8 years for Orofacial Motricity and 13.5 years for Dysphagia); most of the post-graduation degrees granted were in institutions in the Southeast region (70.0%) and in federal educational institutions. As for the area of knowledge, most were concentrated in Health Sciences (96.8%). Analyzing data referring to alterations present in adults, 54.3% in Orofacial Motricity and 82.7% in Dysphagia. Conclusion: the theses defended by speech-language pathologists addressing Orofacial Motricity and Dysphagia were written by women, on average a little over a decade after graduation in Speech-Language Pathology, and defended in programs offered by federal institutions, located in the Southeast region, in the area of Health Sciences. In addition, most of them focused on the analysis of alterations in adults.
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