RESUMO:O presente artigo tem por objetivo discutir como a Psicologia contribuiu para a formação do campo educacional brasileiro início do século XX. Ao mesmo tempo, o campo educacional forneceu elementos fundamentais que serviram de base à constituição dessa ciência como campo científico reconhecido no País. Como base teórica para a investigação, utilizamos o conceito de campo social de Pierre Bourdieu, relacionando as implicações práticas presentes nesta constituição: Intelectualidade influente; estruturação de associações profissionais; formação e profissionalização docente e produção de conhecimentos teóricos e técnicos na área. Neste cenário, a Psicologia contribuiu para a constituição do campo educacional brasileiro como uma das ciências que balizou a formação de professores e as discussões educacionais e Lourenço Filho como um dos intelectuais de maior produção e disseminação dos conhecimentos psicológicos. Palavras-chave:Psicologia; campo educacional brasileiro; Lourenço Filho. THE PSYCHOLOGY AND THE CONSTITUTION OF THE BRAZILIAN EDUCATION FIELDABSTRACT: The present article aims to discuss as the Psychology contributed for the formation of the Brazilian educational field in the early twentieth. At the same time, the educational field has provided fundamental elements that formed the basis for the establishment of this science as a recognized scientific field in the country. As theoretical base for the investigation, we used the concept of social field of Pierre Bourdieu, relating the present practical implications in this constitution: Influential intellectuality; structuring of professional associations; formation and educational professionalization and production of theoretical and technical knowledge in the area. In this scenery, the Psychology contributed to the constitution of the Brazilian educational field as one of the sciences that guided the teachers' formation and the education discussions. Lourenço Filho was listed as one of the intellectuals of larger production and responsible for spreading the psychological knowledge.Key words: Psychology; brazilian educational field; Lourenço Filho. LA PSICOLOGÍA Y LA CONSTITUCIÓN DEL CAMPO DE EDUCACIÓN BRASILEÑORESUMEN: El artículo presente tiene como objetivo discutir como la Psicología contribuyó para la formación del campo de educación brasileña al inicio del siglo XX. Al mismo tiempo, el campo de educación proporcionó elementos fundamentales que ellos sirvieron como la base a la constitución de esa ciencia como el campo científico reconocidos al País. Como la base teórica para la investigación, nosotros usamos el concepto de campo social de Pierre Bourdieu, mientras relacionando las implicaciones prácticas presentes en esta constitución: La intelectualidad influyente; estructurando asociaciones profesionales; la formación y la enseñanza profesionalización y producción de conocimiento teórico y técnico en el área. En este paisaje, la Psicología contribuyó a la constitución del campo de educación brasileña como una de las ciencias que la formación de lo...
Resumo: A qualidade da interação professor/criança é importante para a educação infantil e tem sido tópico de investigação na literatura nacional e internacional. Portanto, esta nota técnica apresenta e analisa uma escala proposta por Farran & Collins (1996) que avalia a interação professor/criança a partir da atuação do professor com crianças entre três e seis anos durante o período de brincadeira livre em sala. A escala é dividida em 11 comportamentos que são avaliados em três aspectos: quantidade, qualidade e adequação.Palavras-chave: interação professor/criança; educação infantil; escala. THE TEACHER /CHILD INTERACITON SCALEAbstract: The quality of teacher/child interaction is important for early childhood education and it has been a national and international research theme. Having that said, this paper presents and analyzes a scale done by Farran & Collins (1996) in which its aim is to assess teacher/child interaction. The scale may be used in three to six year-old classrooms while free play is taking place; it is divided in 11 behaviors; each of those assessed in three aspects: quantity, quality and adequability. O tema interação professor/criança vem sendo estudado nas últimas décadas sob a influência da literatura da psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem (Tudge, 1996;Bronfenbrenner & Morris, 1998;Vygotsky, 1998;Moro 2002); assim como da educação básica (Hohmann & Weikart, 1996;Barnett, 2000;Foulin & Serge, 2000;Becchi & Bondioli 2003). Os estudos ressaltam que a interação adulto/criança exerce uma influencia importante na maneira em que as rotinas diárias das crianças nas instituições de educação infantil são preparadas , bem como nas atividades que desencadeiam a aprendizagem de conteúdos específicos.Stanley e Greenspan (1985, apud Hohmann e Weikart, 1996) resumem as evidências científicas argumentando que o apoio do adulto à vivencia de experiências por parte da criança é essencial para a construção de um ambiente social e emocional conducente a sua saúde mental e capacidade de aprendizagem, e é neste ambiente que desenvolvem o sentido de pertença emocional, suas capacidades e controle. Ele deve então ser preparado de maneira a favorecer a interação entre adultos e crianças e que ambos possam se beneficiar das decisões tomadas de maneira compartilhada, sendo papel da interação positiva promover situações que desencadeiem o desenvolvimento das pessoas envolvidas. Para isto, é preciso incluir materiais pertinentes e adequados, espaços agradáveis e planejados para a circulação de todos de maneira que possam acessar o necessário para apresentar suas idéias, intenções e planos, que diálogos esclarecedores entre todos os envolvidos sejam desencadeados e que acima de tudo seja a base para um currículo pertinente às faixas etárias atendidas e atividades oferecidas.Para que se possam desenvolver interações que sejam relevantes para todos envolvidos, é necessário que se construam métodos e instrumentos que permitam avaliar, refletir sobre e melhorar as estratégias de interação com crianças. O objetivo
Compreender como a infância é tratada no discurso médico e higienista em uma escola de formação de professores no estado de Santa Catarina, nas primeiras décadas do século XX, é o foco do artigo em pauta. Para tanto, são analisados os programas da disciplina de Higiene da Escola Normal, no período de 1919 a 1937. Em 1935, a escola Normal passa a denominar-se Instituto de Educação. Além dos programas, também são analisados os artigos publicados na revista Estudos Educacionais, periódico vinculado ao Instituto de Educação, e que contou com seis edições entre os anos de 1941 e 1946, de autoria de estudantes e professores da instituição. As conclusões do estudo indicam que o ensino da Higiene não se restringia aos cuidados com o corpo, mas estava amalgamado a um projeto para civilizar e moralizar do povo catarinense pela via da Educação. Assim, os conteúdos ensinados na Escola Normal deveriam ser transmitidos na escola primária às crianças, aos pais e à comunidade da qual o grupo escolar fazia parte. Nos primeiros anos, o ensino da Higiene estava muito vinculado à disseminação de orientações acerca da higiene corporal, familiar, bem como à profilaxia de doenças. Paulatinamente, os conteúdos do discurso médico-higienista centraram-se no acompanhamento do desenvolvimento biológico da criança. As análises realizadas confirmam a ideia de que a infância se constituía em objeto de intervenção higiênica e disciplinar, tendo como fundamento os conhecimentos científicos proporcionados pelas Ciências da Educação, particularmente a Biologia.
Este artigo tem como foco as aspirações de ordem e conformação na formação de professores nos anos finais da monarquia e no início da República, a partir da análise de discursos dos governadores do Estado de Santa Catarina e na legislação educacional referente à Escola Normal. As iniciativas para a instituição da Escola Normal são anteriores à República, onde já observam o direcionamento das questões morais, da adequação de comportamentos e dos cuidados de saúde e higiene, bem como a preocupação com a causa educacional para formação do povo catarinense, mesmo com as descontinuidades que teve o curso de formação. No regime republicano, por sua vez, foram centrais a ideias de mudança de hábitos da população, principalmente, sobre a formação de uma nova mentalidade dos professores que poderiam ser os agentes responsáveis pela conformação da população às questões morais que os dirigentes consideravam necessárias à República.
Em Santa Catarina, na década de 1930, as escolas normais sofreram uma reorganização em sua estrutura com a preocupação de atribuir um caráter científico à educação. A psicologia, a biologia e a sociologia são as ciências que exercem influência na constituição do pensamento educacional. Este artigo analisa os programas de ensino das disciplinas psicologia educacional (1937/1939) e pedagogia (1937) de um curso de formação de professores. Esses programas evidenciam a preocupação com as fases do desenvolvimento infantil e suas características, cabendo à escola reconhecer as diferenças e adequar o ensino ao desenvolvimento da criança. Aos professores caberia aprender com os conhecimentos científicos e aplicá-los de maneira que tornassem a ação docente o mais pragmática possível.
O artigo em tela analisa os programas de ensino de Psicologia, Pedagogia e História da Educação propostos para a Escola Normal Superior Vocacional em Santa Catarina, por meio do Decreto n. 217, de 9 de março de 1937. O objetivo será problematizar a coexistência de conteúdos referentes ao método intuitivo e de conhecimentos escolanovistas em diferentes disciplinas. A utilização e o ensino do método intuitivo/lição das coisas fundamentou a reforma de ensino catarinense de 1911, sendo adotado como princípio orientador da educação no estado e assim permaneceu adentrando os anos 1930, momento que em que eram difundidos e estudados os conhecimentos da Escola Nova, indicando que estas duas orientações assumiram centralidade na formação teórico-prática do futuro docente. A perspectiva empirista parece ter sido um dos fundamentos que orientou as discussões educacionais do contexto da época, desde os pareceres de Rui Barbosa sobre o ensino até as ideias de Lourenço Filho na obra Introdução ao estudo da Escola Nova. Nos programas de 1937, as questões que envolviam a aprendizagem, a motivação e as diferenças individuais dos estudantes pautavam-se nessa perspectiva teórica, sendo a aposta na formação da mentalidade científica do professor.
O presente artigo tem como foco os conhecimentos sobre as crianças presentes nos conteúdos de Psicologia que eram ensinados na Escola Normal no período de 1911 a 1947 e na Revista de Estudos Educacionais. A criança está citada nos conteúdos de Psicologia desde a primeira inserção desta disciplina nos cursos de formação de professores catarinenses em 1911 com a grande reforma do ensino, o mesmo ocorreu em alguns artigos selecionados da Revista em tela e em um discurso de Lourenço Filho dedicado ao professorado catarinense. No entendimento que se difundia nesses programas e artigos, a criança era vista como um ser em desenvolvimento, que ia da imaturidade à maturidade, sendo a interferência da educação importante para adequar este ser à sociedade de sua época.
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