Until recently, Brazil did not have a national instrument with which to assess household food insecurity (FI). The objectives of this study were as follows: 1) to describe the process of adaptation and validation of the 15-item USDA FI module, and 2) to assess its validity in the city of Campinas. The USDA scale was translated into Portuguese and subsequently tested for content and face validity through content expert and focus groups made up of community members. This was followed by a quantitative validation based on a convenience (n = 125) and a representative (n = 847) sample. Key adaptations involved replacing the term "balanced meal" with "healthy and varied diet," to construct items as questions rather than statements, and to ensure that respondents understood that information would not be used to determine program eligibility. Chronbach's alpha was 0.91 and the scale item response curves were parallel across the 4 household income strata. FI severity level was strongly associated in a dose-response manner (P < 0.001) with income strata and the probability of daily intake of fruits, vegetables, meat/fish, and dairy. These findings were replicated in the 2 independent survey samples. Results indicate that the adapted version of the USDA food insecurity module is valid for the population of Campinas. This validation methodology has now been replicated in urban and/or rural areas of 4 additional states with similar results. Thus, Brazil now has a household food insecurity instrument that can be used to set national goals, to follow progress, and to evaluate its national hunger and poverty eradication programs.
Conceituando e medindo segurança alimentar e nutricional Conceptualizing and measuring food and nutrition securityResumo Apresenta-
A B S T R A C T ObjectiveTo review and refine Brazilian Household Food Insecurity Measurement Scale structure. MethodsThe study analyzed the impact of removing the item "adult lost weight" and one of two possibly redundant items on Brazilian Household Food Insecurity Measurement Scale psychometric behavior using the one-parameter logistic (Rasch) model. Brazilian Household Food Insecurity Measurement Scale psychometric behavior was analyzed with respect to acceptable adjustment values ranging from 0.7 to 1.3, and to severity scores of the items with theoretically expected gradients. The socioeconomic and food security indicators came from the 2004 National Household Sample Survey, which obtained complete answers to Brazilian Household Food Insecurity Measurement Scale items from 112,665 households. ResultsRemoving the items "adult reduced amount..." followed by "adult ate less..." did not change the infit of the remaining items, except for "adult lost weight", whose infit increased from 1.21 to 1.56. The internal consistency and item severity scores did not change when "adult ate less" and one of the two redundant items were removed.
Conhecer e estabelecer indicadores de avaliação da desigualdade têm sido objeto de trabalho de muitos estudiosos em diversas áreas, como educação 2 , saúde 3,4 e economia 5,6 . Apesar da forte influência das condições econômicas sobre a polarização do perfil social da população, existem outras condições que se combinam às desigualdades e cujas representações sociais estão associadas a estigmas, de que são vítimas, como exemplos, negros, índios, mulheres, idosos e nordestinos 3 .No Brasil, as diferenças sociais, tradicionalmente, vêm sendo monitoradas mediante variáveis sócio-econômicas, como renda, escolaridade e esperança de vida ao nascer 1 . O recente trabalho de validação da Escala Brasileira de Segurança Alimentar, que mede a experiência e a percepção de insegurança alimentar e fome no nível familiar, tornou disponível um indicador direto dessas condições 7 .Considerando que a desigualdade social reflete as diferenças produzidas socialmente e que são eticamente injustas 8 , chega-se ao conceito de iniqüidade social aplicável à situação de in-
Mesmo com os avanços observados na diminuição das desigualdades sociais no Brasil, ainda é grande o contingente de pessoas que vivem em situação de insegurança alimentar. Este trabalho descreve os resultados do uso da Escala Brasileira de Medida da Insegurança Alimentar a partir do seu processo de validação até os inquéritos de abrangência nacional, sua utilização por gestores municipais e, também, para produção acadêmica em diversas universidades. Por fim aponta a relevância da EBIA, como um instrumento auxiliar das políticas públicas de combate à fome no Brasil. Esse trabalho descreve o uso de métodos mistos de investigação, para a validação da EBIA, métodos qualitativos (painéis de especialistas e grupos focais) e quantitativos (inquéritos amostrais de população), em estudo multicêntrico, que envolveu quatro regiões do país, áreas rurais e urbanas e 6 instituições de pesquisa, 5 nacionais e uma norte americana. O principal resultado deste trabalho foi conseguir disponibilizar para os gestores públicos uma ferramenta, a Escala Brasileira de Medida da Insegurança Alimentar e Fome no Brasil -EBIA. Isto possibilitou a realização do primeiro diagnóstico nacional de acesso à alimentação em termos de qualidade e quantidade, bem como, mostrou a existência, em 2004 de 14 milhões de brasileiros que conviveram com a fome nos 3 meses que antecederam as entrevistas da PNAD 2004. Análise complementar dos dados da PNAD 2004, sobre o impacto na população de beneficiários dos programas de transferência de renda apontou que a cada 10 Reais transferidos havia um aumento de 8 % de chance, do domicílio, passar da situação de insegurança alimentar para a de segurança. O processo de investigação que culminou com o desenvolvimento de uma ferramenta (EBIA) para diagnóstico da situação de segurança e insegurança alimentar no domicílio ultrapassou os interesses exclusivamente acadêmicos. Essa experiência constitui exemplo de parceria bem sucedida entre a academia e as instituições públicas do país. A escala tem sido apropriada pelos gestores públicos, de todos os níveis, para identificar populações vulneráveis, avaliar e ajustar os seus programas e ações.Palavras-chave: fome, segurança alimentar, multidisciplinaridade, inquéritos, escala.
OBJETIVO: Analisar a proporção de insegurança alimentar domiciliar entre a população beneficiária de programas de transferência de renda e os fatores relacionados a essa condição. MÉTODOS: Estudo de delineamento transversal, cuja amostra foi constituída por 421 famílias beneficiárias, residentes no município de Toledo, Paraná. Os dados foram coletados entre setembro de 2006 e fevereiro de 2007, em entrevistas domiciliares, por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar e do Questionário de Classificação Econômica, ambos incluídos em questionário sociodemográfico. Para análise das variáveis, foram aplicados os testes de Qui-quadrado, razão de chances, regressão logística multivariada. RESULTADOS: A insegurança alimentar esteve presente em 74,6% dos domicílios, 5,9% na forma grave e 23,8% moderada. Segundo o teste de Qui-quadrado, as variáveis independentes que mostraram associação com a insegurança foram renda per capita, classe econômica D ou E, presença de menores de 18 anos, 7 ou mais membros no domicílio, baixa escolaridade e desemprego ou trabalho informal do chefe. Na regressão logística multivariada, considerando a variável dependente a condição de segurança alimentar/insegurança leve, mantiveram-se associadas à insegurança moderada/grave a classe econômica D/E (OR=2,88), presença 5/6 moradores (OR=2,90) e 7 ou mais (OR=3,05), trabalho informal ou desemprego do responsável pelo domicílio (OR=1,87). CONCLUSÃO: O fato de a transferência de renda ainda deixar em situação de insegurança alimentar um contingente grande de beneficiários (74,6%) é explicado pela extrema condição de vulnerabilidade social a que essa população está submetida. Os resultados deste estudo sugerem a necessidade de políticas públicas multissetoriais, com enfoque prioritário para geração de emprego e de renda.
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