Resumo: Ao focalizar os processos de democratização da Educação Superior, a interseccionalidade de categorias sociais como raça, classe, gênero e orientação sexual se mostra potente maneira de perceber necessidades estudantis e de formular intervenções nos fatores decisivos de trajetórias acadêmicas, sobretudo se tratando de acesso, permanência e desempenho acadêmico. Ao considerar a interseccionalidade e ao abordar autoras, em um só tempo, atuais e clássicas como Luiza Bairros, Audre Lorde, Heleieth Saffioti e Kimberlé Crenshaw, o objetivo do presente artigo é, a partir de dados de pesquisa, analisar fatores que interferem na permanência de mulheres negras cotistas lésbicas e mulheres negras cotistas bissexuais, assim como refletir sobre o enfrentamento às violências que as afetam física, material e psicologicamente na direção do acesso a bens materiais e simbólicos na universidade e em outras esferas sociais. A metodologia qualitativa foi adotada de modo a agregar dados quantitativos, pesquisa bibliográfica e documental. Palavras-chave: Cotas. Educação Superior. Lésbicas e Bissexuais. Mulheres Negras. Políticas de Ação Afirmativa. Abstract:In focusing on the processes of democratization of Higher Education, the intersectionality of social categories -such as race, class, gender and sexual orientation -is a powerful way to perceive student needs and formulate interventions in the decisive factors of academic trajectories, especially in dealing with access, permanence and academic performance. In considering intersectionality and approaching authors, both current and classic, such as Luiza Bairros, Audre Lorde, Heleieth Saffioti and Kimberlé Crenshaw, the objective of this article is, from research data, to analyze factors that interfere in the permanence of lesbian quotartes black women and bisexual quotaters E c c o S -A interseccionalidade nas políticas de ações afirmativas como medida de democratização da educação superior EccoS -Rev. Cient., São Paulo, n. 45, p. 191-207, jan./abr. 2018. 192 black women as well as reflect on the confrontation with the violence that affects them physically, materially and psychologically towards access to material and symbolic goods in the University and in other social spheres. The qualitative methodology was adopted, in order to add quantitative data, bibliographical and documentary research.
Resumo: Neste artigo, analisamos estratégias de resistência de mulheres negras cotistas, lésbicas e bissexuais em uma universidade estadual no Centro-Oeste do Brasil, sob a perspectiva do “não-lugar social”. Alguns dos fatores interferentes na permanência dessas mulheres na universidade, assim como a maneira com que elas os enfrentam, foram evidenciados por meio de entrevistas semiestruturadas realizadas com quatro graduandas da instituição, no período de 2017 a 2018. A pesquisa baseou-se em referenciais que fazem a interface entre educação, gênero e relações raciais, feminismo negro e lésbico. Nas conclusões, delinearam-se processos que podem tornar a academia, desde a graduação, como um espaço social não acolhedor para as mulheres negras, ao subtender que estas mulheres são incapazes de exercer atividades intelectuais, o que as leva a procurar ações afirmativas e variadas redes de apoio.
A Lei nº 12.711/2012, que induz ações afirmativas na graduação, e a Portaria Normativa do Ministério da Educação nº 13/2016, na pós-graduação, inserem-se no contexto de democratização da educação superior. Nosso objetivo é analisar as implicações do Curso de Extensão “Afirmação na Pós-graduação: curso preparatório de negras e negros” no enfrentamento à discriminação racial na educação superior. O Curso foi oferecido pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação (NEPRE/UFMT), campus Cuiabá, no período de maio a dezembro de 2019, no âmbito do Programa de Extensão “Ação Afirmativa no Ensino Superior: articulações de vivências e saberes na UFMT”. O aporte teórico utiliza de referenciais que fazem a interface entre Educação, Relações Raciais e Gênero. É uma reflexão de caráter bibliográfico, documental e exploratório. As ações do Curso indicaram a relevância das políticas identitárias e afirmativas para a emancipação social da população negra e construção de projetos democráticos antirracistas, de maneira a driblar as estatísticas do racismo e dos estereótipos mantenedores da branquitude nos espaços de poder na pós-graduação.
Este trabalho aborda uma experiência em estágio de docência na graduação em Pedagogia de uma mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso. Objetivou-se, neste texto, descrever e analisar a experiência vivenciada no estágio de docência junto à disciplina “Pesquisa na Educação”. O estágio de docência na graduação é uma atividade complementar à formação do/a pós-graduando/a sendo obrigatório aos/às estudantes contemplados/as pelas bolsas de estudos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Verificou-se que para a estagiária a experiência no estágio de docência foi bastante positiva. Conclui-se que para além da obrigatoriedade o estágio prepara o/a pós-graduando/a para a docência na educação superior; essa vivência contribui para reflexões do fazer docente, sobre o que é necessário para a formação do/a graduando/a e o que é essencial para ser professor/a.
No abstract
the impeachment process of the elected President Dilma Rousseff (2011-2016/Interrupted) in Brazil, besides its political and economic dimension, national and international, is characterized by macho, racist and heteronormative delineations, directly affecting identity groups, among them those of women, peasants, ethnic-racial and LGBTs. The aim of this article is to analyze some (ultra)conservative trends in educational policies in the treatment of gender and sexuality issues without disregarding other intersectionalities. The analysis has as theoretical reference referential that interface education, gender and ethnic-racial relations. It is a qualitative approach, constituting two axes: bibliographical and documentary. The expressive advance, especially in the political sphere, of the aforementioned tendencies, works in the dismantling of rights related to gender issues in the sphere of education, articulating the ethnic-racial and sexual orientation issues, thus characterizing the setbacks that operate intersectionally.Os Desafios da Educação nas Questões de Gênero e Sexualidade em Tempos de CriseResumo: o processo de impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff (2011-2016/Interrompido), no Brasil, além de sua dimensão política e econômica, nacional e internacional, se caracteriza com delineamentos machistas, racistas e heteronormativos, afetando diretamente grupos identitários, entre os quais os de mulheres, campesinos, étnico-raciais e LGBTs. O objetivo deste artigo é analisar algumas implicações de tendências (ultra)conservadoras nas políticas educacionais no trato das questões de gênero e sexualidade sem desconsiderar outras interseccionalidades. A análise tem como aporte teórico referenciais que fazem a interface educação, gênero e relações étnico-raciais. É de abordagem qualitativa, constituindo-se de dois eixos: bibliográfico e documental. O avanço expressivo, em especial na esfera política, de tendências supra citadas atua no desmonte de direitos relacionados às questões de gênero na esfera da educação, articulando-se às questões étnico-raciais e de orientação sexual, caracterizando-se assim em retrocessos que operam interseccionalmente.
O presente artigo tem por objetivo delinear algumas consideraçõessobre a relevância que a categoria "gênero" tem, ao lado das de classe, raçae etnia, nas análises sobre as políticas de ação afirmativa. Utilizou-se comoprocedimento metodológico a pesquisa bibliográfica e dados estatísticos.Se as mulheres negras encontram-se de forma majoritária na base dapirâmide social, figurando os piores índices em vários fatores (educação,emprego, saúde, serviço social, moradia etc.), surge a questão: como as cotastêm proporcionado a mobilidade social de cotistas negras egressas(os)?Constata-se que no atual período urge a necessidade de avaliações sobreas cotas, que permitam visualizar as mobilidades sociais, as mudanças destatus social do passado para o presente. Acredita-se que próprio acesso,permanência e sucesso no ensino superior já configura uma mobilidadesocial, um novo status na vida destas mulheres.
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