O artigo procura discutir a inserção do termo "qualitativo" nos focos de discussão metodológica no campo da saúde pública, situando essa questão em três níveis: sua vinculação à recorrente discussão entre positivismo e sociologia crítica; as demandas existentes na área de saúde que legitimam o apelo a alternativas metodológicas, e a relação deste qualitativo com propostas do trabalho de campo na antropologia. Refere, ainda, à necessidade de construção de um referencial metodológico que incorpore a sensibilidade do investigador, na atual crise de paradigmas decorrente, em boa medida, da fragmentação e heterogeneidade contemporâneas
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O artigo é parte de uma pesquisa de campo realizada em um bairro da perferia de Santo André, Grande São Paulo, e discute os sentidos de pertença, ou não, à classe média, por parte dos moradores, frente às políticas de inclusão social implementadas na primeira década dos anos 2000, pelos governos estadual e federal. Em um segundo momento enfatiza as fronteiras simbólicas estabelecidas por um grupo de famílias recém transferidas de área de favela para um condomínio de prédios entregue como parte da política habitacional do estado de São Paulo, problematizando a preponderância das singularidades das trajetórias individuais – que perpassam múltiplos espaços sociais na contemporaneidade – quando se opera com o conceito de habitus.
This article analyzes fieldwork data collected in Brazil and England, including press materials, archive data, interviews, and observations from plastic surgery clinics in São Paulo and London. This study examines plastic surgery for cosmetic purposes as an example of the medicalization of society and the expansion of consumer culture. Thus, this study centers on the following questions: What impact do perceptions of new body shapes have on subjectivity? For women, plastic surgery is a practice conditioned by historically and culturally constructed standards that associate femininity with a socially established beauty standard; could this practice also be understood as a source of individual power? Would it then be a source of personal agency?
O artigo contribui para o debate acerca da atualidade do conceito “capital cultural” na apreensão da dimensão simbólica de disputas estabelecidas entre os grupos sociais em torno da legitimação de bens e práticas culturais e, portanto, na compreensão dos mecanismos pelos quais as hierarquias simbólicas são mantidas e a dominação reproduzida. Para tanto, analisa a apropriação de referências do universo das grifes por parte de adeptos ao movimento Hype como um tipo de capital cultural específico mobilizado no estabelecimento de fronteiras simbólicas entre grupos não dominantes, evidenciando a expansão da cultura de consumo e o capital informacional como dois aspectos da cultura contemporânea extremamente impactantes nos jogos de distinção.
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