RESUMOO componente cultural no ensino de línguas tem muitas vezes enfocado prescrições comportamentais e informações sobre o outro, geralmente envoltos em uma visão de compreensão e ausência de conflitos, recusando-se a ser ideológico e minimizando a problematização. Cultura, a nosso ver, é um processo constitutivo, dinâmico e (re) construído na interação, o que coloca para o ensino e aprendizagem de língua estrangeira a necessidade de problematizar a noção de cultura nacional una e homogênea, que geralmente domina as práticas pedagógicas na área. Cremos ser importante não se associar uma língua a uma cultura e vice-versa, mas sim abranger questões que levam em conta a subjetividade do aprendiz e do professor. Assim, a fim de contribuir com a discussão sobre o componente cultural no ensino e aprendizagem de línguas, partimos de uma apresentação do desenvolvimento histórico do conceito de cultura, desde sua etimologia, perpassado seu desdobramento semântico e conceitual nas Ciências Sociais e Humanas, para então adentrarmos as teorias da Linguística Aplicada ao ensino de línguas estrangeiras. Nesse sentido, discutimos as abordagens para inserção do componente cultural no ensino e aprendizagem de línguas, apontando para o fato de que os avanços teóricos não correspondem ao que geralmente é trazido nos livros didáticos e práticas de sala de aula em relação à cultura devido à tendência em apresentar informações sobre a cultura do outro, por meio de comparações relativas a identidades nacionais e étnicas que veem a diferença cultural sob uma perspectiva objetivista. Ao questionarmos o pensamento que influenciou e continua a influenciar o papel do componente cultural no ensino e aprendizagem de línguas, buscamos também apontar caminhos para sua inserção na educação linguística na atualidade de modo a enfocar a (inter-)subjetividade dos aprendizes como participantes na diversidade e a emergência da cultura, vista de forma
ResumoEste artigo apresenta os resultados de uma pesquisa qualitativa e quantitativa que visou investigar as concepções de cultura de alunos de graduação em Letras-inglês de uma universidade pública do interior do estado de São Paulo, relacionando-as às concepções de cultura presentes no Projeto Político Pedagógico e nos programas de ensino de língua inglesa do referido curso. Os resultados mostram a necessidade de se problematizar o foco em identidades nacionais por meio de conceitos-chave, como competência intercultural, competência simbólica, essencialismo cultural e alteridade, entre outros, na base de conhecimentos do curso de graduação em Letras. Desse modo, o curso poderá mais bem atender às demandas criadas para a educação de línguas na contemporaneidade, com a expansão da mobilidade e comunicação atuais como transformadoras da realidade local.Palavras-chave: educação linguística; graduação em Letras; cultura.
Language and culture in the undergraduate course in Language and Literature: a reflection upon the conceptions of students, Pedagogical Political Project and teaching programs AbstractThis article presents the results of a qualitative and quantitative research that aimed to investigate culture conceptions from undergraduate students of English Language and Literature of a public university of the countryside of São Paulo state, relating such culture conceptions to the ones present in the Pedagogical Political Project and in teaching programs of English language of the referred course. The results show the need to question the focus on national identities by means of key concepts, such as intercultural competence, symbolic competence, cultural essentialism, and otherness, among others, on the knowledge base of the undergraduate course of Languages and Literature. Thus, the course will be better able to meet the demands created for language education in contemporary times, with the expansion of current mobility and communication as transforming agents of local reality.
Projetos telecolaborativos utilizando ferramentas digitais vêm ampliando, na atualidade, as possibilidades de internacionalização das universidades ao redor do mundo. Neste artigo, trazemos os resultados de uma pesquisa realizada no contexto do Programa Brazilian Virtual Exchange (BRaVE-UNESP) sobre as estratégias para uso de inglês como língua franca em atividades colaborativas de intercâmbio virtual adotadas por professores de diferentes áreas do conhecimento. Por meio de metodologia qualitativa, enfocamos as perspectivas dos professores em relação às dificuldades e estratégias usadas para lidar com a comunicação entre os alunos por meio da língua inglesa. Os resultados trazem reflexões e implicações para a Linguística Aplicada em relação à necessidade de se pensar diretrizes para um novo papel do professor de línguas como mediador de contextos de intercâmbios virtuais.
Este artigo apresenta os resultados de um estudo qualitativo realizado no projeto Teletandem Brasil sobre os processos de supervisão e estratégias pedagógicas utilizadas por uma mediadora no processo de mediação de um par interagente. Baseando-nos no paradigma da formação reflexiva, na teoria sociocultural de Vygotsky e na aprendizagem colaborativa de línguas, com especial ênfase para o regime tandem, analisamos as contribuições da relação colaborativa formada entre uma aluna de pós-graduação e uma aluna-professora em formação. Os resultados trazem implicações para o campo da formação de professores de línguas, em relação a uma perspectiva de formação na prática, evidenciando a experiência de ensino e aprendizagem colaborativos no Teletandem como uma oportunidade para a formação reflexiva do aluno-professor, o interagente, e também do futuro formador de professores, o mediador.
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