Resumo. Neste trabalho, discutimos práticas discursivas que constituem setores de comunicação de universidades quanto ao (não) uso de novos signos linguísticos. Fundamentamos o trabalho em pressupostos da fi losofi a da linguagem, mais especificamente, dos estudos do Círculo de Bakhtin e de perspectivas da Comunicação em universidades. Elegemos o signo @ (arroba) para nortear o diálogo entre a manutenção e a ruptura do uso padrão da linguagem no gênero discursivo notícia. Entendemos, com a pesquisa, que em instâncias ofi ciais difi cilmente será encontrado o @, ao passo que, em discursos contra-hegemônicos, de grupos marginalizados sua escrita não segue os padrões socialmente instituídos.
Neste artigo, discutimos a identidade de Cerro Largo, uma cidade do interior do estado do Rio Grande do Sul (RS), por meio da análise de dois monumentos localizados na Praça da Matriz, a qual está situada no centro do espaço urbano. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa e exploratória, que problematiza a constituição do espaço urbano, tendo o enunciado como unidade de análise. Para a realização deste trabalho, mobilizamos pressupostos teóricos e metodológicos dos estudos bakhtinianos. Com vistas à compreensão de sentidos produzidos pelas materialidades selecionadas para análise, buscamos exercitar a metodologia de cotejamento entre textos, tal como preconizada por Geraldi (2012). Assim sendo, percebemos que a colonização alemã e a religião católica resultam socialmente valoradas. Também notamos que os monumentos estabelecidos naquela que é considerada a principal praça de Cerro Largo operam na (con)formação de uma identificação para a cidade apoiada nos elementos étnico e religioso, bem como que grupos sociais outros, mesmo que não evidenciados nessa identidade, constituem-na desde o exterior. Concluímos que a identidade projetada para a cidade a partir dos dois monumentos consiste em uma expressão de base colonialista.
Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados. RESUMO -Recentes no contexto brasileiro, as iniciativas em justiça restaurativa vêm oferecendo novas táticas de comunicação entre sujeitos envolvidos em danos como parte de suas ações para prevenir e resolver conflitos em várias instâncias, como em escolas, comunidades e sistema judiciário. Voltando-se para a experiência piloto do programa Justiça para o Século 21 (Porto Alegre, RS) no contexto da justiça penal juvenil, o presente trabalho tem como objetivo analisar discursos de coordenadores de dois Círculos Restaurativos realizados na 3ª Vara do Juizado Regional da Infância e da Juventude de Porto Alegre. Para realizar este estudo, tomamos como base os pressupostos teóricos e metodológicos do Cír-culo de Bakhtin e de estudiosos em justiça restaurativa. A metodologia de análise de discursos que adotamos foi fundamentada nas seguintes orientações metodológicas que Geraldi desenvolveu a partir da teoria do Círculo de Bakhtin: percepção das dimensões materiais do signo -neste trabalho, a unidade de percepção foi centrada na palavra; reconhecimento da palavra como parte de contextos mais amplos; compreensão do seu sentido em determinados contextos específicos e compreensão ativo--dialógica dos textos. Com esta pesquisa, observamos a recorrência de construções linguísticas metafóricas referentes ao tempo, mais especificamente, ao futuro de ofensores e vítimas. Notamos que as metáforas foram importantes recursos expressivos para incentivar os sujeitos a interpretarem suas experiências com os danos do ponto de vista do futuro como acontecimento vindouro e não como repetição do passado. Metáforas em práticas de justiça restaurativa: a construção de memórias de futuroPalavras-chave: conflito, justiça restaurativa, discurso, metáfora.ABSTRACT -Initiatives in restorative justice are recent in the Brazilian context; they have offered new communication tactics between subjects involved in damages as part of their actions to prevent and resolve conflicts in several instances, such as in schools, communities, and in the judiciary. The present study turns to the pilot experience of the program Justice for the 21 st Century (Porto Alegre, Brazil), in the context of juvenile criminal justice. The study aims at analyzing the coordinators' discourses from two Restorative Circles conducted at the 3 rd Childhood and Youth Regional Court of Porto Alegre. We have used the theoretical and methodological assumptions of the Bakhtin Circle and scholars in restorative justice as the basis to conduct this study. The discourse analysis methodology that we adopted is based on the following methodological guidelines, that Geraldi developed from the Bakhtin Circle theory: perception of the material dimensions of the sign -in this work, the perception unit focuses on the word; recognition of the word as part of broader contexts; u...
Neste trabalho, problematizamos nomes de ruas enquanto signos ideológicos que apontam para a construção de determinados projetos discursivos no espaço urbano. Analisamos os sentidos produzidos por nomes de ruas do centro de Cerro Largo, uma cidade situada no interior do Estado do Rio Grande do Sul (RS). Das 20 ruas que compõem o centro da cidade, delimitamos a análise à compreensão de oito nomes de ruas. O critério de seleção adotado consistiu na eleição de nomes de ruas que tenham relação com sujeitos ou eventos históricos. Tomamos como fundamentação teórica central a teoria do Círculo de Bakhtin e, no que se refere à metodologia de análise, realizamos o cotejamento entre textos (GERALDI, 2012) desenvolvido no terreno do paradigma indiciário de leitura (GINZBURG, 1989). Notamos que os nomes das ruas sustentam um projeto discursivo que elege a etnia alemã e a religião católica como centros de valor que remetem à origem e à organização da cidade. Com isso, narrativas que envolvam outros grupos sociais não recebem visibilidade no cenário urbano do município. Os nomes das ruas revelam, assim, um certo monolinguismo e univocidade ao construir uma história da cidade.
Neste trabalho, analisamos elementos estruturais da comunicação ideal entre vítimas, ofensores e suas comunidades de apoio propostos pela justiça restaurativa, uma abordagem bastante recente no Brasil que vem crescendo significativamente na última década. Ao eleger o diálogo entre os sujeitos como fundamental para a resolução e prevenção de situações de violência, o movimento restaurativo surge como uma resposta contrária ao atual modelo retributivo de justiça, altamente punitivo, abstrato e monológico, vigente há séculos. Instigados com as orientações do movimento restaurativo acerca da comunicação face a face entre os sujeitos mais diretamente envolvidos no dano, problematizamos a possibilidade da liberdade da palavra em práticas restaurativas. Para tanto, buscamos compreender as orientações para a realização de uma prática de justiça restaurativa intitulada “Círculo Restaurativo”. Analisamos materiais didáticos voltados à formação de coordenadores de Círculos Restaurativos propostos pelo Programa Justiça para o Século 21, por meio de sua Central de Práticas Restaurativas do Juizado Regional da Infância e da Juventude de Porto Alegre (RS). Este trabalho de compreensão se dá fundamentado teórica e metodologicamente nos estudos bakhtinianos. Mobilizando, sobretudo, o conceito de dialogicidade formal, consideramos que o Círculo Restaurativo oferece condições técnicas que podem levar à emergência de várias vozes no processo de justiça, contribuindo com uma maior liberdade da palavra em instâncias judiciárias.
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