Resumo O mundo do trabalho contemporâneo se revela um cenário formado por diferentes contextos (global, de sociedade e cultura, de origem e de trabalho) que marcam trajetórias de carreira individuais e coletivas. Todos esses contextos trazem a historicidade das construções de gênero e constituem mobilidades no labirinto que tensionam fronteiras nas carreiras de mulheres. Considerando a lacuna de estudos que articulam carreira, mobilidade e gênero, este artigo teórico argumenta que a mobilidade, sobretudo geográfica e social, pode ter reduzida disponibilidade para mulheres, em razão de fronteiras que engendram pontos de imobilidade, ancorados por relações socioculturais, políticas, organizacionais e biológicas. Estas são manifestadas por: a) restrições à liberdade em alguns países; b) configurações familiares; c) expectativas relativas à maternidade e atividades de cuidado de crianças e pessoas idosas - socialmente atribuídas às mulheres; d) teto de vidro organizacional; e e) pouca representatividade em cargos de poder. A formação dessas imobilidades leva à produção de um sedentarismo, por vezes involuntário, que impõe barreiras simbólicas e vivenciadas em labirintos em sua trajetória profissional. Mobilidades no labirinto são desorientadas do caminho seguro das carreiras tradicionais, em termos de tempo e espaço, e incertas quanto às possibilidades nos novos modelos de carreira. Carreiras são campos históricos, dinâmicos e em processo de mudança, assim como gênero. O imperativo das carreiras móveis e as (im)possibilidades do ponto de vista dos marcadores sociais de diferença se mostram oportunos para debates críticos e um aprofundamento teórico e empírico quanto às suas limitações.
RESUMOConforme a organização se desenvolve internacionalmente, há demanda por diferentes perfis de expatriados. Por essa razão, a literatura da área tem sinalizado diferentes conceitos e configurações de expatriados. Assim, esse estudo analisa os conceitos e configurações que os expatriados assumem conforme ocorre a internacionalização das empresas. Para tanto, foi realizado um estudo de casos múltiplos de abordagem qualitativa em uma multinacional brasileira e em uma portuguesa, por meio de um roteiro semiestruturado. Foram realizadas 30 entrevistas, analisadas pelo método de análise de conteúdo com o auxílio do software MaxQda (2007). As configurações dos empregados da empresa brasileira, no contexto internacional, foram de temporário, expatriado, repatriado e impatriado; na empresa portuguesa foram de temporário/equipe de apoio, expatriado e cidadão do mundo. Em ambas as empresas, a expatriação está atrelada ao amadurecimento internacional, mesmo que seja no início da internacionalização. A expatriação tem caráter dinâmico e os expatriados, no conceito corrente -empregado enviado por uma empresa para viver e trabalhar em outro país por dois ou mais anos -diminui conforme a empresa amadurece internacionalmente. Assim, a literatura existente sobre esse tema é limitada e não contempla a dinamicidade do processo. havendo a necessidade de revir a concepção de expatriado.Palavras-Chave: Expatriado. Repatriado. Impatriado. Flexpatriado. Cidadão do Mundo. EXPATRIATES CONCEPTS AND SETTINGS IN THE INTREPRENEURIAL INTERNATIONALIZATION ABSTRACTAs the organization develops itself internationality, there are different configurations of expatriates. Likewise, the academic literature has indicated different concepts and configurations of expatriation. Thus, this study aims to analyse the concepts and
While the organizational world has been experiencing the phenomenon of expatriation, the availability of mobile and international careers stand out. The differences in the expatriate experience are gendered, and few studies focus primarily on the experiences of women. This research aims to analyze the construction of the career trajectories of 19 Brazilian expatriate women, using as conceptual bases the interfaces of gender, career, and expatriation. The experiences of the participants come near to each other but compose unique trajectories, including in their personal life and professional field. The study highlights a way of being and acting in the work environment, understood as "the" model of a professional woman expatriate, who intercalates elements perceived as masculine and/or feminine. The construction of this trajectory is anchored by elements that build and influence it: personal characteristics, support and family influence, affective relationships, motherhood, professional plans and organizations in which they work, and countries of destination. With the results, possible paths are envisioned for other women seeking this experience, considering the foregrounded implications shown by this study.
Purpose: To highlight and analyze lifestyles of expatriate workers. Originality/gap/relevance/implications: Since the expatriation involves processes of deconstructing and reconstructing the self, it is important to recognize lifestyles invented or adapted during an international experience. Key methodological aspects: Exploratory research with qualitative approach. Data collection was carried out through focus group with managers of the same company who shared similar expatriation experiences. The transcribed material was submitted to content analysis. Summary of key results: The ways of moving around the city, the routine and the leisure activities, the sightseeing trips, the expatriation valuation and the abnegation as a way of life were observed according to control-stimulation perception. Such elements highlighted lifestyles based on the former life, in the control, in the abnegation and in the established period of validity. Proved to be consistent with immaterial labor logic that reaches the unprecedented life, requiring intellectual and affective mobilization of individuals to new situations and indicating both intensification of control and submission forms, with so far expected freedom. Key considerations/conclusions: The lifestyles, common to all research participants, were molded, intertwined and intensified in each other. They resulted from the daily shock between the non-normalizing prescriptions and the plurality of possible options lived in expatriation.
O presente estudo toma peculiaridades relativas ao gênero na especifi-cidade da expatriação, à luz da estratégia existencial consumista. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que se utilizou da entrevista narrativa como dispositivo de pro-dução e análise. Os dados foram analisados à luz do referencial teórico vindo a com-porem a narrativa construída no processo de análise. Os resultados apontaram para uma estratégia de viver a vida pautada na incorporação de um modo de ser e agir con-forme a ordem masculina. A estratégia de viver a vida caracterizada se viu exacer-bada em condição de expatriação, sustentando a estratégia existencial consumista.
Carreira e gênero são temáticas interdisciplinares que se conectam nas trajetórias pelo atravessamento de marcadores sociais de diferenças. Este estudo objetivou analisar a produção científica em carreira e gênero, de 1945 a 2017, indexada na base de dados Web of Science. Por meio de análise bibliométrica, buscou-se examinar a literatura com referência à distribuição temporal; frequência de autoria; distribuição geográfica; distribuição por periódicos; frequência de citações e frequência de termos nos títulos. Os resultados indicaram: crescimento numérico dos estudos; ampliação do entendimento de gênero; mudanças no foco das pesquisas; representatividade da Psicologia e hierarquia do norte global na produção de conhecimento. Com esse mapeamento, evidenciam-se teórica e empiricamente as diferentes vivências objetivas e subjetivas de gênero nas carreiras e as indissociáveis influências de outros marcadores de diferença.
O presente estudo analisa as trajetórias de mulheres brasileiras expatriadas com relação a estereótipos, preconceitos e experiências de assédio vivenciadas. É uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório, com entrevistas de 20 participantes. Os dados foram analisados por meio da análise de conteúdo. A despeito de as mulheres altamente qualificadas e com status de mobilidade internacional constituírem uma elite no exterior, os privilégios não eliminam estereótipos, preconceitos e situações de assédio, quer por serem mulheres, quer por serem brasileiras ou por ambos os motivos, sobretudo em áreas de trabalho com pouca representatividade feminina.
As conexões entre Relações de Trabalho (RT) e Gestão de Pessoas (GP) são inevitáveis, visto que ambas envolvem interações em contexto de trabalho. Este estudo objetivou mapear a produção científica das áreas, dos anos 2000 a 2017, dos artigos indexados na base de dados Web of Science (WoS). A partir de análise bibliométrica quantitativa-descritiva, examinou-se o comportamento da literatura nacional e internacional em relação a sua distribuição temporal, por idioma e por periódicos, bem como frequência de autoria e de palavras-chaves. Como principais resultados, evidenciam-se: crescimento expressivo nas publicações; predomínio de publicações e periódicos em inglês e oriundos do Reino Unido e da América do Norte; e prevalência do inglês como língua de origem dos principais autores. Como temáticas destacaram-se: relações com os sindicatos, inovação e estudos focados em países com economia em expansão (no contexto internacional); mercado de trabalho, sustentabilidade, cultura e clima organizacional, diversidade, expatriação (no contexto nacional).
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