No Brasil contemporâneo têm emergido narrativas acerca de uma nova política, em substituição a um projeto de nação outrora alicerçado na pretérita velha política. As teorias que discorrem acerca do contexto social, histórico, político e cultural em torno da formação do Brasil enquanto República, no final do século XIX, podem explicar aspectos do Brasil contemporâneo. Oobjetivo do presente estudoé problematizar o projeto de nação construído historicamente no país a partir da narrativa dos elementos promotores de desigualdade, como os associados ao racismo e à tentativa de conformação de um brasileiro branco e euro-orientado. Os operadores dessa discussão passam pela abordagem do racismo no Brasil, pelo projeto de branqueamento da população, bem como pelo papel agenciador da segurança pública e da educação no reforçamento de preconceitos, assimetrias e desigualdades. Pode-se concluir que a chamada nova política é fruto da modernização conservadora de aspectos fundamentais do Brasil, o que deve ser problematizado e acompanhado perenemente.
Expressões artísticas como o rap são capazes de ecoar as mais distintas vozes que se interseccionam na sociedade e permitem trazer à arena discursiva inúmeras questões sociais candentes. A canção Jesus chorou, do grupo Racionais MC’s foi empregada neste estudo visando a uma análise social crítica, na medida em que narra complexos contextos do cotidiano de brasileiros vulnerabilizados e historicamente marginalizados e/ou compreendidos de maneira demasiadamente reducionista sob um olhar “estrangeiro”. A partir da divisão da canção em cinco partes, adotou-se uma contextualização endoperspectivada dos ambientes trazidos nas metáforas dos versos compostos por Mano Brown. A análise salienta a figura do homem negro periférico em termos do seu sofrimento psíquico derivado de uma estruturação socioeconômica, cultural e histórica excludente, além da questão da masculinidade e emocionalidade negra na sua construção identitária e no seu desenvolvimento social e familiar. Problematizações acerca desses lugares ocupados pelo homem negro periférico são endereçadas ao longo do estudo, reforçando a narrativa poética do rap como recurso potente de visibilidade, resistência e autoria coletiva. Palavras-chave: Racismo. Masculinidade. Periferias. Racionais MC’s. Rap (Música).
Análises acerca da história do Brasil evidenciam impasses aos direitos da população negra mesmo após a abolição da escravatura. A educação, direito fundamental de todo cidadão, é um dos exemplos nítidos dessa questão, e os dados estatísticos apontados ao longo do estudo comprovam a licitude desta afirmação. Assim, o presente estudo, de caráter teórico, buscou estabelecer um panorama geral, e devidamente atualizado, sobre as Políticas de Ação Afirmativa à Educação – direito fundamental – do negro no Brasil. A partir dos dados expostos neste ensaio crítico, é possível concluir que a igualdade social – garantia constitucional – só será possível quando houver a conscientização de que educação de qualidade não é mera oportunidade ou privilégio. As cotas compõem um direito fundamental aos negros e aos indígenas brasileiros não apenas devido à dívida histórica do Estado para com essas populações, mas porque o acesso à educação não deve ser apenas uma oportunidade ou fruto de uma meritocracia, e, sim, um direito do cidadão e dever do Estado. Enquanto houver a deturpação de direitos civis como a educação a uma parcela específica da sociedade, a democracia neste país há de ser interrogada.
Este estudo teórico tem por objetivo discutir de que modo as religiões de matriz africana podem contribuir para a construção e solidificação de uma Etnopsicologia brasileira. O percurso deste estudo de caráter teórico envolve discussões acerca do papel constituidor das matrizes africanas na formação social do brasileiro e sua cultura, bem como o que são essas matrizes e o modo como a Etnopsicologia se propõe a investigá-las. A partir desse itinerário, reforça-se a necessidade de valorizar os aspectos da diversidade africana no Brasil enquanto agente importante para a compreensão do comportamento coletivo brasileiro, suas crenças, formas de pertencimento e construção perene de uma identidade a partir da dimensão da religiosidade/espiritualidade na interface com a cultura.
O presente estudo tem como objetivo traçar uma crítica ao sentido de apreço pela cosmovisão ocidental, através de reflexões acerca de cosmogonia, semântica cultural da beleza e do mito e da relação desses a partir da análise dos mitos de Oxum, divindade iorubana, também cultuada no Brasil, e Afrodite, divindade grega, que costuma compor os currículos escolares como referência ao mundo antigo, ou a sociedades politeístas, as quais são um tabu no atual mundo cristão ou cristianizado. Concluímos, portanto, no sentido de apresentar o processo estruturalmente racista de tentativa de apagamento das culturas africanas no contexto brasileiro, tendo como inferiores divindades negras-africanas e supervalorizando a cultura ocidental, inclusive suas divindades brancas, haja vista a valorização da visão no ocidente e a valorização do holístico.
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