Resumo: Este artigo busca refletir os entraves enfrentados pelos sujeitos negros enquanto pesquisadores dentro do cenário acadêmico brasileiro. Tal debate torna-se complexo à medida em que atravessa a tradição histórica da ciência ocidental que coloca o negro em posição de subalternidade, objeto de pesquisa ou então de não-lugar na academia, posto que o imaginário social sobre o ser intelectual não admite a figura negra. Desse modo, esta discussão se faz relevante para pensar sobre a democratização da pesquisa e da ciência no Brasil. Para tal, fora feito o diálogo de diversos autores que tratam de temas como a construção e manutenção do funcionamento das universidades brasileiras, a antinegritude, o racismo, o negro no Brasil e a formação do país. Concluímos, portanto, reforçando a importância de se afirmar negro, isto é, tornar-se negro em termos políticos, agregando informações e assumindo suas diversas pertenças sociais enquanto um mecanismo de ocupar espaços sem ser alvo do arcaico projeto de embranquecimento desse país.