Resumo O estudo objetiva compreender interseções entre as políticas de inclusão escolar/Educação Especial de Sassari (Itália) e Vitória (ES, Brasil), tendo como fundamentação teórica os pressupostos da pesquisa comparada em Educação e as contribuições provindas de teóricos do campo da Educação/Educação Especial. Tal objetivo emerge da necessidade de desvelar como ocorrem os movimentos de constituição de escolas comuns em espaços-tempos inclusivos no contexto educacional apresentado por diferentes sociedades. A coleta de dados ocorreu por meio de grupos focais com profissionais que atuam tanto com estudantes com necessidades educacionais especiais matriculados em escolas italianas, quanto com docentes brasileiros do atendimento educacional especializado que articulam ações nas escolas comuns para a inclusão de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas-habilidades/superdotação. Como resultados finais, o estudo evidencia que acordos internacionais impulsionaram as realidades investigadas a compor cenários escolares mais inclusivos por meio de várias políticas públicas educacionais e que a realidade italiana e a brasileira podem aprender em diálogo uma com a outra. Afinal, considerando as diferenças históricas, econômicas, políticas, estruturais e educacionais, podemos dizer que há avanços quanto à matrícula dos estudantes na escola comum, à composição de redes de apoio para que eles permaneçam e a um conjunto de preocupações e tentativas para garantir o acesso ao conhecimento sistematizado.
O texto tem como eixo de discussão perguntas frequentes direcionadas a pesquisadores que buscam na pesquisa-ação colaborativo-crítica sustentação teórico-metodológica para realização de seus estudos. Toma como espaço de discussão o contexto social da Educação e dialoga com as teorizações de Barbier, Santos e Morin para problematizar a natureza do conhecimento e dos resultados constituídos. Entende a perspectiva da pesquisa-ação colaborativo-crítica como abordagem investigativa, epistemológica e política de produção de conhecimento para educar na diferença e como aporte para a formação docente. Discute o delineamento da questão de investigação, a constituição do pesquisador coletivo, a implicação e os resultados em pesquisa-ação.
Analisa as implicações da Política Nacional de Educação Especial em uma perspectiva inclusiva, no Espírito Santo. Dialoga com Boaventura de Sousa Santos e se constitui de uma pesquisa qualitativa que recorre a dados de dois estudos: Políticas de Educação Especial no Espírito Santo: implicações para a formação continuada de gestores públicos de Educação Especial (2010-2012) e Observatório Nacional de Educação Especial no Estado do Espírito Santo (2012-2017). No Estado, o referido documento impactou as políticas públicas de Educação Especial e evidenciou desafios no campo do direito à Educação.
Resumo Problematiza-se o desafio de articulação dos currículos escolares com os pressupostos da escolarização de alunos com deficiência e com transtornos globais do desenvolvimento. Encontra-se estruturado em duas partes: na primeira, trazemos as contribuições de Meirieu (2002) e de outros autores do campo da educação para pensarmos na composição de currículos mais abertos visando ao direito de aprender dos estudantes. Na segunda, tensionamos a relação entre currículo e escolarização dos alunos contemplados pela modalidade de ensino, tendo como referência um estudo denominado Observatório Nacional de Educação Especial: estudo em rede nacional sobre as salas de recursos multifuncionais nas escolas comuns (ONEESP). O estudo teve como uma de suas frentes de trabalho momentos de formação continuada com professores que atuam no atendimento educacional especializado. Os sujeitos envolvidos tinham a tarefa de dar continuidade a essas ações formativas nas unidades de ensino em que atuavam. Diante disso, acompanhamos uma docente que atua na Rede Municipal de Vitória – ES e analisamos: a) as contribuições da pesquisa em seus saberes-fazeres; e b) realização de entrevistas semiestruturadas com os profissionais da escola visando a tensionar os desafios presentes na relação entre currículo e educação especial. Os dados problematizam se realmente os professores não têm formação e conhecimentos para mediar a aprendizagem dos alunos; o desenvolvimento do sentimento de paralisia docente; a importância de se assumir os professores como mediadores do conhecimento; o currículo como uma prática cultural aberta a novas experiências e a escola como um cotidiano que pode ser reinventado pelas ações de seus praticantes.
Iniciado nos anos de 1990, o debate sobre a inclusão tem estado presente no panorama educacional brasileiro, tendo como premissa maior o direito de todos à Educação, inclusive daqueles estudantes indicados à Educação Especial. No entanto, no Brasil, foi a partir da publicação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) que se delinearam políticas públicas para o atendimento educacional especializado, fazendo-o diferenciarse das configurações previstas anteriormente, as quais eram praticadas ainda sob a égide da exclusão/segregação desses estudantes da escola comum. A atual configuração para o atendimento educacional especializado se apresenta na contramão de uma organização histórica desse atendimento na Educação Especial, a qual o mostra como substitutivo ao ensino comum para o público-alvo da referida modalidade de ensino. Essa configuração anterior implicou no fortalecimento de serviços segregados ofertados pelo poder público e na proliferação de instituições especializadas, contribuindo, sobremaneira, para práticas pedagógicas configuradas em um trabalho clínico-terapêutico que tomava como referência o modelo médico-psicológico e o diagnóstico com base em testes psicométricos para a oferta desse atendimento. Desde então, outros documentos legais foram publicados com o objetivo de configurar o referido atendimento, como a Resolução 4/2009 que institui as diretrizes operacionais para o atendimento educacional especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial e o Decreto 7.611/11 que dispõe sobre a Educação Especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. (*) Denise M. Jesus. Doutora em Educação. Programa de Pós-Graduação em Educação (UFES).
A interface entre a educação especial e educação do campo tem sido pouco vislumbrada em pesquisas acadêmicas. A interface, as relações entre essas duas modalidades de ensino, se constitui em uma lacuna que poucos trabalhos se debruçam em desvelar. Nesse artigo, buscamos visibilizar a interface entre a educação especial e educação a partir das narrativas de uma pesquisadora que problematizou em sua dissertação a educação do campo. Como referencial teórico metodológico, nos apropriamos da natureza metodologia da cartografia simbólica de Boaventura de Sousa Santos onde buscamos a partir das narrativas da pesquisadora (des)territorializar, e (re)territorializar, mapas simbólicos da educação especial e da educação do campo para que ambas modalidades se percebam entre si. Como resultados, percebemos a presença da interface entre a educação especial e educação do campo no momento da atuação profissional dentro do município da autora pesquisada. Assim chamamos a atenção que a interface se encontra presente nos vários espaços onde a modalidade da educação do campo é efetivada, apenas ainda não foi visibilizada ainda, tanto por seus profissionais no chão da escola quanto para aqueles que produzem conhecimento sobre essas duas modalidades.
Resumo O artigo busca compreender a história de criação da licenciatura em educação do campo na Universidade Federal do Espírito Santo. O curso objetiva formar profissionais da educação para atuação por áreas de conhecimento (linguagens e ciências humanas e sociais) para a segunda etapa do ensino fundamental e para o ensino médio, partindo do princípio de que educação do campo é uma construção coletiva como prática de diálogo libertador, em cujo processo educandos e professores constroem-se e são construídos como sujeitos históricos autônomos e capazes de ler o mundo. Para tanto, o artigo recorre a autores que vêm se dedicando a produzir conhecimentos sobre a educação do campo e a formação de professores para atuação em escolas campesinas. Como aporte teórico-metodológico, utiliza os pressupostos da pesquisa histórica, realizando análise de documentos estruturantes do curso e realização de entrevistas com profissionais da universidade que trabalharam na elaboração de proposta de formação. Como resultados, o estudo evidencia que a educação do campo se coloca como uma luta histórica pelos movimentos sociais; que a Universidade Federal do Espírito Santo buscou constituir ações e negociações para a implantação do curso; e que a formação de professores para atuação em escolas do campo é uma ação que, se contemplada, impacta no direito à educação para os grupos sociais que lidam e vivem da terra.
O presente estudo discute propostas de formação continuada na/da escola e a inclusão de crianças com deficiência na Educação Infantil. Fundamenta-se em Boaventura de Sousa Santos (2006, 2007, 2008) e na pesquisa-ação colaborativo-crítica por observação, narrativas e momentos de formação na/da escola. Registra os dados em diário de campo e gravadores, com coleta de abril a dezembro de 2017. Como resultados, destaca a escola como espaço de formação docente; a formação na/da escola que articula teoria e prática, fortalecendo as redes de apoio à aprendizagem de crianças público-alvo da Educação Especial; e o direito à inclusão desde a Educação Infantil.
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