Quais são as transformações nos usos do território que uma Unidade de Conservação (UC) promove no Brasil? Essa é a questão instigadora desse artigo. A se considerar que as UCs dos diferentes entes federados perfazem uma considerável extensão do território nacional, essa questão ganha pertinência e complexidade, pois o sistema brasileiro define doze categorias de UCs diferentes com um rol de permissões e proibições distintos para cada uma. Conjuga-se a essa complexidade um território com uma diversidade de situações resultado da sua formação histórica. Selecionou-se em quatro biomas (Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga e Amazônia) 20 UCs para estudos de caso, conjugando a realização de entrevistas semiestruturadas com atores chaves e observações de campo ao acionamento das categorias analíticas Formação Socioespacial e Território Usado. À guisa de conclusão, afirma-se nesse artigo que as transformações nos usos do território promovidas pelas UCs são tributárias de quatro variáveis principais: historicidade dos usos do território, adensamento populacional, complementaridade com interesses econômicos e as condições ambientais. A conjugação dessas variáveis em cada território irá condicionar o tipo de transformação dos usos do território que uma UC promove.
RESUMOO paradoxo entre a eficiência das unidades de conservação (UC) em barrar o desmatamento e sua fragilidade institucional foi motivador para a análise aqui empreendida. É sabido que as UC historicamente são vulneráveis por falta de recursos para a sua gestão, mas são eficazes na contenção do desmatamento. Isso demonstra uma lacuna de conhecimento a ser investigado atinente às transformações territoriais que uma UC promove ao ser criada. Parte da explicação é alcançada pela análise do território normado por essa política pública. Assim, o objetivo desse artigo é promover uma análise do conjunto de normas que regem o funcionamento das UC no âmbito federal à luz de suas transformações territoriais. Ao final da análise, percebeu-se que a explicação para o paradoxo está nas normas de comando e controle; nas normas que instituem penalidades; e nas consultas públicas que informam a comunidade local sobre as consequências da criação de uma UC em um dado território.Palavras-chave: Unidades de conservação; território normado; transformações territoriais.
comemora com este número a sua 10 a edição. Aberta a toda a comunidade acadêmica nacional e internacional, SeD pretende, desde a sua fundação, em 2010, servir como referência e fórum de debates sobre sustentabilidade, estimulando a pluralidade.
A partir dos anos 2000 observa-se na paisagem dos principais centros urbanos mundiais a multiplicação de torres e antenas de telefonia celular. Embora em décadas anteriores já houvesse torres de rádio e de telefone fixo, elas não eram constantes. Tal constância é uma peculiaridade do período técnico-científico-informacional. O sistema de telefonia celular é composto por uma trilogia de objetos geográficos inseparáveis: celular, torre e antena. O propósito do artigo é analisar a territorialidade dos objetos desta trilogia que se expressa por meio da sua distribuição espacial e da ação de agentes sociais envolvidos na localização e regulação no Brasil.
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