Resumo: A aquisição de alimentos no Brasil tem sofrido modificações importantes nas últimas décadas. Fatores como urbanização, composição etária e outras transformações estruturais influenciam o montante despendido e a composição da cesta de alimentos consumida por uma família. Diante deste quadro de mudanças, é importante conhecer o novo padrão de consumo das famílias, em especial os determinantes da decisão de aquisição de alimentos. O objetivo deste estudo foi investigar o padrão de consumo de alimentos das famílias brasileiras, por meio da estimação de um modelo com variáveis de resposta qualitativa, incluindo dezoito tipos de alimentos, com base nos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) realizada em 2002/2003 pelo IBGE. O modelo escolhido para a estimação foi o Probit. Os resultados da estimação indicaram que a probabilidade de aquisição dos produtos básicos variou negativamente com a renda mensal familiar, enquanto as carnes, leite e demais produtos mostraram influência positiva da renda. As variáveis regionais também foram importantes na explicação da aquisição de diversos produtos, assim como as variáveis educacionais e as diferenças entre o meio rural e urbano. Domicílios chefiados por mulheres têm menor probabilidade de aquisição para consumo domiciliar de quase todos os produtos da cesta escolhida.
This paper analyzes the potential effects of climate change on Brazilian agriculture by considering irrigation as an adaptive strategy. Investigations were performed to determine how climatic variability influences irrigation and whether this adaptive measure actually reduces producers' vulnerability to climate change. We used a simultaneous equations model with endogenous switching to account for the heterogeneity in the decision of whether to use adaptive measures. We compared the expected land values under the actual and counterfactual cases of farm households that either adapt or do not adapt to climate change. Simulation results show that irrigation can be an effective tool for counteracting the harmful effects of climate change. The income of farmers tends to increase on lands where irrigation technologies are practiced. These conclusions confirm the need to invest in adaptation strategies to prepare Brazil for coping with the adverse effects of global climate change.
Resumo: O objetivo desse trabalho foi analisar como os preços agrícolas e as políticas públicas afetaram o desmatamento nos estados da Amazônia Legal brasileira no período de 1999 a 2011. Para esse fim, foram utilizados dados estaduais em um modelo de dados em painel e uma metodologia de análise de efeitos líquidos de políticas sobre o desmatamento. Os resultados indicam que o desmatamento está mais relacionado aos preços agrícolas do que às variáveis de políticas associados ao crédito rural e gastos com transporte e agricultura. Entretanto, os resultados parecem indicar que políticas recentes de fiscalização mais focadas, como embargos de comercialização de áreas desmatadas ilegalmente e restrição de crédito para áreas irregulares ou que não cumprem a legislação ambiental, podem ter sido mais efetivas para a redução do desmatamento no estado de Mato Grosso. Sendo assim, concluiu-se que o desmatamento na Amazônia Legal é influenciado tanto pela variação dos preços agrícolas quanto pelas políticas governamentais. Palavras-chaves:Desmatamento, preço da soja, preço do boi, gastos públicos. Abstract: This paper aimed to analyze the relationship between agricultural prices and government policies related to deforestation within the states of Brazilian Legal
The objective of the analysis is to estimate a demand system including eighteen food products using data from a Brazilian Household Budget Survey carried out in 2002 and 2003 (POF 2002/2003). The functional form used was Quadratic Almost Ideal Demand System (QUAIDS). Estimation employs the Shonkwiler and Yen method to account for zero consumption. Results showed that purchase probabilities of staples foods were negatively related to family monthly income, while meat, milk and other products showed a positive relation. Regional, educational and urbanization variables were also important in the first stage estimation. While some of the goods had negative income coefficients, none were inferior and six of eighteen were luxuries based on second stage estimates.
O objetivo deste artigo é analisar a demanda de alimentos no Brasil por meio da estimação de um sistema de demanda com dezoito produtos usando dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares realizada em 2002 e 2003 (POF 2002/2003). A forma funcional utilizada foi o Quadratic Almost Ideal Demand System (QUAIDS). A estimação utiliza o Procedimento de Shonkwiler e Yen para lidar com o problema do consumo zero. Os resultados mostraram que as probabilidades de aquisição dos produtos básicos foram negativamente relacionadas com a renda familiar mensal, enquanto carnes, leite e outros produtos mostraram uma relação positiva. As variáveis de educação, regionais e de localização do domicílio também foram importantes no primeiro estágio da estimação. Em relação às elasticidades-renda, nenhum bem foi considerado inferior e seis de dezoito foram considerados bens de luxo
O principal objetivo deste artigo foi analisar se, dentre os pequenos agricultores brasileiros, aqueles que utilizam irrigação são menos vulneráveis que os produtores de sequeiro num contexto de mudanças climáticas. Foi desenvolvido um modelo de efeito de tratamento, por meio da técnica de Pareamento por Escore de Propensão, que permitiu identificar a adoção de irrigação e o retorno dos dois diferentes tipos de exploração agrícola simultaneamente. Foram utilizadas projeções de temperatura e precipitação para o período de 2010 a 2099, sob diferentes cenários climáticos, conforme o 4º relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas. Os resultados confirmaram a eficácia da irrigação como medida adaptativa. Para todos os períodos de simulação, espera-se que o valor médio da terra de pequenos produtores irrigantes seja aproximadamente o dobro do valor de sequeiro. Podese concluir que há necessidade da formulação de políticas públicas que busquem estratégias de combate aos efeitos do aquecimento global no setor, principalmente em vista da vulnerabilidade da pequena produção agrícola de sequeiro. Ademais, dada a comprovação da importância da irrigação como medida adaptativa, deve-se incentivar a expansão das políticas de crédito para a implementação dessa prática, principalmente para produtores menos capitalizados.
Resumo: O ICMS Ecológico, criado em 1991 no Paraná, surgiu da reivindicação dos municípios que sentiam que suas economias eram prejudicadas pelas restrições de uso do solo, originadas por serem mananciais de abastecimento para municípios vizinhos ou por integrarem Unidades de Conservação. Dessa forma, o poder público estadual sentiu a necessidade de reformular os critérios de distribuição do ICMS, favorecendo estes municípios com recursos adicionais. Em Minas Gerais, o ICMS Ecológico foi criado em 1995, através da Lei Robin Hood. No sentido de verificar o impacto desse instrumento, esse artigo teve como objetivo analisá-lo nas suas funções de compensação e incentivo aos municípios mineiros. Nesse sentido, foram calculados os índices consolidados de produção e de preservação para todos os municípios mineiros, e utilizou-se um modelo de dados em painel para verificar qual a relação entre a área protegida e o valor do ICMS Ecológico recebido através do subcritério Unidades de Conservação. Os resultados obtidos mostram que esse instrumento compensa a maior parte dos municípios, mas vem perdendo sua importância nos últimos anos. Quanto ao incentivo, o ICMS Ecológico realmente incentiva a preservação e a conservação do meio ambiente, pois há uma relação direta entre o montante recebido e o crescimento de áreas protegidas nos municípios mineiros.
Resumo Diversos estudos indicam que a mortalidade para crianças do sexo masculino é maior do que a do feminino no Brasil. Estudos recentes também têm mostrado uma redução na sobremortalidade infantil masculina nos últimos anos. Entretanto, pouco se sabe sobre quais fatores estão associados a esse fenômeno. Como os bebês do sexo masculino são, em geral, mais frágeis, uma hipótese é de que melhorias no nível de renda e cuidados com a saúde pré e pós-natal tenham um impacto maior na redução da mortalidade infantil masculina. Dessa forma, o objetivo deste artigo foi analisar como esses fatores afetam a mortalidade no Brasil. Para a estimação do modelo, utilizaram-se dados estaduais do Brasil do período de 1996 a 2014. Os resultados indicam que a renda média, o baixo peso ao nascer, o número de consultas de pré-natal e a taxa de fecundidade são importantes fatores associados à mortalidade infantil no país. De modo geral, o impacto dessas variáveis é maior na mortalidade de crianças do sexo masculino, evidenciando que a maior fragilidade dessas crianças exige maior cuidado de pais e autoridades de saúde. Além disso, outros estudos podem analisar a importância do aleitamento materno sobre a mortalidade infantil e gênero no Brasil, de forma a verificar o impacto da amamentação na redução dos óbitos infantis.
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