ResumoA larva migrans cutânea, também conhecida como bicho geográfico, é uma infecção cutânea causada por nematódeos. A resolutividade do tratamento de larva migrans é otimizada quando o indivíduo é cuidado por equipes que compreendem a relevância da interface do meio ambiente ao processo saúde-doença. O objetivo é relatar neste trabalho o caso de uma paciente portadora de larva migranscutânea, cuidada pela equipe de uma Unidade Estratégia Saúde da Família no município de Vassouras/RJ. A visão ampliada de saúde, embasada nos princípios da Ecologia Médica, foi um diferencial para a resolutividade do caso. AbstractCutaneous larva migrans, also known as geographic critter, is a cutaneous infection caused by nematodes. The resoluteness of larva migrans treatment is optimized when the individual is cared for by teams who understand the relevance of the interface of the environment to the health-disease process. The objective is to report in this work the case of a patient with cutaneous larva migrans, cared for by the staff of a Family Health Unit in the city of Vassouras / RJ. The broad vision of health, based on the principles of Medical Ecology, was a differential for the resolution of the case.
O forame oval representa uma comunicação entre as câmaras cardíacas atriais do feto e este se fecha ao nascimento. Em algumas pessoas, no entanto, o mesmo permanece pérvio e favorece o desenvolvimento de acidente vascular isquêmico (AVE) criptogênico. Cabe salientar que a isquemia cerebral de causa desconhecida pode ocorrer em pacientes jovens e que não possuem fatores de risco, por isso é de extrema relevância que o forame oval patente seja incluído como hipótese etiológica, a fim de que o tratamento adequado seja instituído. O objetivo do artigo é relatar o caso de um paciente portador de forame oval patente que evoluiu com AVE isquêmico, correlacionando achados clínicos, métodos diagnósticos e conduta com dados da literatura. Paciente C.F.S., sexo masculino, 53 anos, sem comorbidades, apresentou déficit na acuidade visual associado à escotomas cintilantes bilateralmente e cefaleia bitemporal em aperto enquanto realizava atividades domésticas de baixo esforço. Foi admitido em setor de emergência e após a avaliação inicial, realizou-se ressonância magnética de crânio que comprovou AVE isquêmico. A ecocardiografia transesofágica confirmou o diagnóstico de forame oval patente. A conduta estabelecida foi o fechamento percutâneo transcateter eletivo com dispositivo de oclusão do forame oval. É de suma importância o avanço dos estudos do AVE criptogênico, uma vez que o manejo adequado pode interferir na sobrevida e qualidade de vida do paciente, ao evitar a progressão de sequelas ou um novo evento.
A pré-eclâmpsia, uma complicação frequente da gravidez, é uma das principais causas maternas de morbidade e da mortalidade perinatal. Um grande avanço na classificação da pré-eclâmpsia foi a sua subdivisão em variantes precoces (<34 semanas de gestação) e tardias. Apesar de apresentarem maior prevalência no período gestacional, o aparecimento dessas intercorrências em período pós-parto e puerperal não deve ser negligenciado tendo em vista a sua importância clínica. Este artigo é um relato de caso de pré-eclâmpsia tardia em uma paciente de 37 anos, puérpera, que deu entrada no serviço de emergência hospitalar com quadro de edema agudo de pulmão, dispneia, estado torporoso e cianose periférica. O diagnóstico foi possível através de aferição de pressão arterial sistêmica e dosagem de proteinúria de 24h, tendo sido descartadas outras complicações possíveis após outros exames laboratoriais. O quadro foi estabilizado com uso de nitroprussiato de sódio e uso de pressão positiva contínua nas vias aéreas (do inglês: continuous positive airway pressure–CPAP) para correção de cianose. Logo depois do diagnóstico de pré-eclâmpsia, foi adicionado à prescrição o sulfato de magnésio para profilaxia de eclâmpsia. Após sete dias de internação sem demais intercorrências, a paciente recebeu alta.
Neste artigo, serão discutidos os métodos clássicos e contemporâneos no diagnóstico, rastreio e manejo da cardiotoxicidade, relacionados ao tratamento oncológico.
Desde o início da pandemia em 2019, a infecção pelo vírus SARS-CoV-2 em pacientes adultos tem se apresentado de forma multissistêmica. Apesar de o acometimento clássico ser o pulmonar, outras manifestações clínicas raras têm sido associadas à infecção, como a síndrome inflamatória multissistêmica no adulto, eventos trombóticos e colangiopatia pós covid-19. Nesse contexto, raríssimos casos de rotura esplênica têm sido reportados como complicação pela COVID-19. O objetivo desse trabalho é relatar um caso de rotura esplênica não traumática em paciente com quadro recente de COVID-19. Paciente masculino 42 anos, sem comorbidades, com relato de dor epigástrica iniciada em repouso após escalada de montanha. Houve piora progressiva da dor, buscando atendimento médico na emergência. Realizada tomografia de abdome com contraste venoso que evidenciou rotura esplênica com laceração de parênquima associado a infarto esplênico. Avaliação da cirurgia geral favorável à conduta conservadora com analgesia e reavaliação ambulatorial quanto à realização da esplenectomia. Em história prévia, paciente relatou exame de swab nasofaríngeo com RT-PCR para SARS-CoV-2 positivo 8 dias antes do início do quadro. Negou trauma local. Painel de sorologias virais para diagnóstico diferencial negativo. Imunofenotipagem de sangue periférico para doenças linfoproliferativas também sem alterações. A rotura esplênica atraumática é uma apresentação rara e potencialmente fatal como complicação na infecção pelo SARS-CoV-2. Embora sua completa fisiopatogenia ainda seja desconhecida, em parte dos poucos casos reportados há a presença de trombose de vasos esplênicos visualizados em tomografia de abdome com contraste. A apresentação clínica dos pacientes geralmente é acompanhada de instabilidade hemodinâmica, com presença de hemoperitôneo, o que justifica a indicação de abordagem cirúrgica de emergência. Dessa maneira, o trabalho mostra a necessidade de atenção ao quadro de dor abdominal na apresentação de pacientes no setor de emergência no contexto epidemiológico atual, especialmente em pacientes sabidamente infectados pelo vírus da COVID-19.
Desde o início da pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2, a síndrome respiratória aguda em adultos se tornou a principal preocupação do quadro clínico no paciente com COVID-19. Com o tempo, as nuances acerca da infecção e seu amplo espectro de acometimentos sistêmicos alertaram quanto à possibilidade de surgimento de complicações extrapulmonares igualmente graves em pacientes adultos. Nesse contexto, a síndrome inflamatória multissistêmica em adulto (SIM-A) é definida como complicação inflamatória posterior ao quadro de infecção viral potencialmente fatal em adultos, com acometimento multissistêmico associado a disfunções orgânicas. O objetivo desse trabalho é apresentar um relato de caso de paciente com quadro clássico de SIM-A. Paciente de 23 anos, sexo masculino, com relato de infecção leve pelo SARS-CoV-2 diagnosticado por RT-PCR nasofaríngeo, que iniciou cerca de 5 semanas após a infecção aguda quadro de artralgia, febre, linfonodomegalia cervical e hiperemia conjuntival. No setor de emergência, apresentava-se com sinais de hipotensão arterial refratária à reposição volêmica e aumento de creatinina (injúria renal aguda). Apresentava leucocitose, proteína C-reativa e ferritina elevadas. Inicialmente tratado como sepse de foco abdominal, realizou antibioticoterapia e corticoterapia em unidade de terapia intensiva, com melhora progressiva. Posteriormente, após a revisão da história atual da doença, de sistemas e aplicação de critérios diagnósticos, foi feito diagnóstico de SIM-A. Após 10 dias de internação, recebe alta hospitalar para acompanhamento ambulatorial. A SIM-A é uma manifestação tardia rara, porém potencialmente fatal da infecção pelo SARS-CoV-2. Seu diagnóstico, definido através dos critérios do Centers for Disease Control (CDC), dá-se através de RT-PCR positivo para SARS-CoV-2 nas últimas 12 semanas de apresentação do quadro, ausência de acometimento pulmonar, disfunção de um ou mais órgãos, evidência laboratorial de inflamação, em pacientes acima de 21 anos com necessidade de internação. Poucos casos foram relatados desde seu surgimento em meados de 2020. Seu manejo permanece incerto, mas acredita-se que a corticoterapia e a imunoglobulina venosa tenham um importante fator na redução do tempo de internação e melhor prognóstico. Assim, a importância do seu reconhecimento possibilita um manejo direcionado mais eficaz, uma vez que sua apresentação inicial já possui critérios de gravidade como choque circulatório e disfunção orgânica grave.
As elevadas taxas de prevalência e incidência têm sido alvos de debate, tendo como objetivo o planejamento de estratégias de saúde que visem a diminuição desses índices. Através do SISPACTO, estabeleceu-se que deveria haver a diminuição de 2% do indicador de saúde (indicador 30a) quando fosse comparado com o ano anterior. Em Vassouras, entre 2007 até 2016, essa meta só foi alcançada três vezes, sendo que em apenas uma oportunidade houve queda da incidência. O objetivo desse trabalho é analisar retrospectivamente o número de casos de neoplasias no município de Vassouras/RJ, evidenciando políticas de saúde do município para controle dessas doenças, comparando, também, à incidência estadual. A incidência de neoplasias malignas em Vassouras no período de 2007 a 2016 foi de 492 casos por 100.000 habitantes, um valor considerado alto, ainda mais quando em comparação com a incidência das doenças em todo o estado do Rio de Janeiro (214 por 100.000, no período de 2008 a 2016). Em Vassouras/RJ, a política de controle vem funcionado de modo interdisciplinar, respeitando a realidade da saúde nacional no aspecto condizente à importância do foco na saúde da mulher e do homem. . Não há preconização, além das estabelecidas pelo Ministério da Saúde e INCA, para as neoplasias visualizadas no sexo masculino, categoria historicamente mais difícil de se abordar nas estratégias de saúde. Percebe-se através dessa análise, que a evolução do câncer em Vassouras se deu de forma ímpar, necessitando de adaptações para sua epidemiologia para que haja um melhor controle nos fatores causais.
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