Este artigo aborda um momento específico da história da tradução em língua portuguesa, o movimento de tradução de textos científicos e didáticos ocorrido no final do século XVIII em Portugal, em que um número expressivo de brasileiros esteve envolvido. O foco é o trabalho do frei mineiro José Mariano da Conceição Veloso, figura modernamente associada à história das ciências e à história do livro em Portugal e no Brasil. Frei Veloso foi tradutor, editor e coordenador do trabalho de outros tradutores de textos pragmáticos em Lisboa. Sua atuação na incipiente indústria editorial na então metrópole estava ligada a elementos específicos da Ilustração Portuguesa, particularmente no que se refere à divulgação de conhecimento científico aplicável ao progresso do reino de Portugal. Traços do envolvimento do Frei Veloso com as políticas portuguesas são encontrados nos prefácios que anexou a suas traduções, e esses sinais permitem incluí-lo em um sistema de patronagem que definiu os rumos de sua atividade editorial. Curiosamente, embora ligado ao regime monárquico autoritário português, o trabalho de Frei Veloso levou, ainda que de forma indireta, a avanços históricos inesperados, como o desenvolvimento do hábito de leitura e de técnicas de impressão. Palavras-chave: história da tradução, século XVIII,
Entre 1799 e 1801, funcionou em Lisboa a Casa Literária do Arco do Cego. Voltada para a publicação de obras científicas e didáticas ligadas à aplicação das ciências naturais, a Arco do Cego foi dirigida pelo frei José Mariano da Conceição Veloso, naturalista brasileiro e tradutor incansável. Para realizar o objetivo de trazer o progresso para o reino português por meio da instrução, as atividades da Arco do Cego ocorreram dentro de um sistema de mecenato em que a coroa portuguesa arcava com as despesas dos projetos. Essas despesas incluíam aquelas referentes ao pagamento dos tradutores recrutados por Frei Veloso, como Manoel Jacinto Nogueira da Gama, matemático, filósofo naturalista e professor que traduziu obras nas áreas de matemática e engenharia. As traduções publicadas sob a supervisão de Veloso eram introduzidas por dedicatórias e prefácios de tom laudatório escritos pelos tradutores, que assim reconheciam seu débito com a monarquia e declaravam sua fidelidade à Coroa e às tradições portuguesas. O objetivo deste trabalho é mostrar que esses paratextos funcionaram como instrumentos para a aceitação dos princípios científicos iluministas, pois as ideias progressistas eram apresentadas aos leitores portugueses por discursos comprometidos com as tradições do antigo regime português e com a retórica escolástica.
Apesar de publicações relativamente recentes (VENUTTI, 2008; KAINDL, 1999), a modalidade de tradução de quadrinhos ainda figura uma posição desvalorizada e até mesmo esquecida dentro da área de Estudos da Tradução. Com base nesse panorama, o presente artigo tem como objetivo tecer uma breve discussão acerca da tradução de HQs e a influência que a justaposição entre texto e imagem infligem no processo tradutório. Para tanto, foi escolhido para análise o romance gráfico Cumbe, de Marcelo D’Salete, e a versão para a língua inglesa do conto Sumidouro. A obra, que foi traduzida e publicada por uma editora norte-americana em 2017, é composta por quatro contos cujos enredos transmitem histórias de negros escravizados durante o Ciclo do Açúcar no Brasil. Tais contos, por sua vez, apresentam uma linguagem verbal e visual próprias, muitas vezes com palavras de origem Banto e explicação de termos e imagens em um glossário ao final do livro. Dessa maneira, foi selecionado o conto Sumidouro e, comparando e contrastando as versões original (brasileira) e traduzida (norte-americana), foram encontradas algumas adaptações próprias à tradução de quadrinhos, as quais envolveram modificações na mensagem verbal e visual.
RESUMO A discussão realizada neste artigo está fundamentada na convicção de que a tradução de textualidades negras nos seus vários formatos exige atenção às especificidades dos contextos a serem traduzidos. Nesse sentido, para que não se reproduza a violência do apagamento a que essa população foi exposta, a tradução desses escritos deve ser feita de modo a buscar estratégias que não apaguem a cultura refletida no texto-fonte e levem à elaboração de traduções éticas. Por meio da análise da obra de Oyèronkẹ́ Oyěwùmí (1997) e recorrendo a leituras na área de estudos da tradução e estudos de raça, busca-se aqui evidenciar a necessidade da realização de pesquisas e leituras sobre raça em momentos anteriores à atividade tradutória concreta, como parte da formação de futuras tradutoras. No Brasil, a invisibilização da população negra, a falta de tradutoras negras, o racismo e a colonização do pensamento devem ser superados para que cada vez mais a mediação realizada pela tradução reforce a voz dos segundos textos, denominação de Mbembe (2014) para os escritos que se contrapõem à versão ocidental sobre o negro (primeiros textos). Espera-se, portanto, contribuir para a reflexão sobre o importante e ativo papel que tradutoras de textualidades negras têm: o de cuidar para que seu trabalho não suprima a força da cultura e intelectualidade negra, negando-se a perpetuar o que Carneiro denominou como epistemicídio (CARNEIRO, 2011).
It REVIEW.Portuguese Trade in IOlO.-Altliougli tlic export trndo in 1919 incrcnscd but slightly, tho vnluo of tho imports moro tlinn doubled, owing to diminislicd production, tho introduction of tho 8-hour dny, and tho iiecd for rcplcnisliing stocks. Business, qcuerally, W:IS prosperous, C O :~ ngnin bccnnio nrnil:tblc, nnd tlic cork industry had n good scnson.Tho imports, rnlucd a t L!3S,GOO,ii;OO (escudo= 3s. .Id. nt par), incliidcd :-Ccincnt, 12,155 inctric tons; sodium borate, 44 t. ; sodium cnrbonntc, 12S9 t.; sodium snlplintcl 280 t.; c:iustic nlknli, 2.123 t.; carbonnto of cnlciuni, 1233 t.; cl11or:itc of cdciiini, 1035 t.; tiitrntc of potash, 3.12 t.; nitrntu of s o h , 218 t.; quirii!io d t s , i o t.; copper sulpliotc, 2013 t.; otlicr chemicnls nnd drugs, 4514 t * co:il, coke, ctc., 609,.103 t.; dycs nnd colours, %1 t.; dyeing cstrncts, 917 t. ; dyewoods, 165 t.; fcrtiliscrs, 23,292 t.; oils :ind fats, nnimnl, 1273 t . ; pnlni oil, 1.532 t.; other oils, 322 t.; pcrfunwry, 74 t.; nnd sulphur, G3G t. Thc grcntcr )art of tlio c1icniic:il imports is supp~icd lty ~':tiglnrid. h n o n g tlio cxports, tho pnr vnlr~o of ~rl~icli \vns E18;12Si3,(iGG, werc :-Argols, ll,6G6 metric tons; clicinicnl producb~, 1526 t. ; cork rind cork products. 7!,"a3 t.; Iiidcs, 1G12 t.; cod oil, 5% t.; riiincr:d oil, 569 t.i olivo oil. 520,360 litrcs; copper orc,
Researchers working with translation history have been benefiting from information stemming from editorial paratexts, and these elements have also become an acceptable tool for science historians. For both groups of researchers, crucial information concerning intellectual and cultural affiliations can be unveiled by paratexts, taken as evidence of a written work's materiality in a given point in time and space, as well as of the intervention of authors, translators and editors in the way such work is to be interpreted. The revealing role of paratextual elements is even more prominent if one is interested in intertextual connections, which is the case with this paper. Here focus is given to epigraphs and mottoes, in a discussion based on the content of title pages of translations produced within the Luso-Brazilian Enlightenment. Published at the turn of the 18 th century in Lisbon and under the supervision of Brazilian-born Friar José Mariano da Conceição Velloso 1 , these translation aimed at the progress of the Portuguese Kingdom through the dissemination of "useful science." Their epigraphs and mottoes are relevant material for translation and science historians alike, as they allow for a deeper understanding of cultural networks decisive to the dissemination of enlightened ideas in Portuguese language.
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