Este artigo traça o retrato de Peter Pan como criança que persiste em manter o estado de infância e apresenta a sua natureza mítica e arquetipal. Ancora-se nos contributos de Jung, da história da mitologia e da hermenêutica simbólica de Gilbert Durand. Das lições advindas da leitura e análise da obra de Barrie, é preciso recordar que as pessoas crescidas se esquecem de alçar voos, pois se afastam da imaginação, recalcam-na, recusam-na mesmo em nome da razão, do lado diurno, solar, patriarcal da vida, em detrimento do lado noturno, místico, lunar, matriarcal da vida.
é Professor Catedrático aposentado do Instituto de Educação da Universidade do Minho. 199 A Universidade do Minho em tempos de pandemia Reflexões "Julgavam-se livres, e nunca alguém será livre enquanto houver flagelos." Albert Camus. A Peste, 1947. "And everybody knows that the Plague is coming. Everybody knows that it's moving fast." Leonard Cohen. Everybody knows, do album I'm your man, 1988. INTRODUÇÃO 1O tema que nos propomos desenvolver adquire uma sensação mais estranha se for colocado sob a proteção do deus Pã da mitologia grega, que significa "natureza viva" e também a encarnação do Universo (o Todo), particularmente sob um dos seus atributos, que é o de provocar pânico e terror repentinos pela sua turbulência endógena.Por isso é que Pã é um deus perturbador do espírito e enlouquecedor dos sentidos (parentesco com Dioniso). Perceber-se-á então que os silêncios nestes tempos sombrios e de profunda incerteza não poderão deixar de ser ameaçadoramente ensurdecedores e paradoxalmente monótonos: tempos de horror e de angústia existencial, mergulhados num imaginário apocalítico, senão mesmo escatológico, onde parece que o fim do mundo e das nossas vidas nunca esteve tão próximo. Fica-se com a certeza de que a ideia de fim do mundo (a orientação escatológica) assombra a mentalidade coletiva do nosso 1 Muito agradeço aos colegas e amigos Professor Fernando Azevedo e Dr. Hilário de Sousa pela leitura atenta que realizaram da penúltima versão do texto.A Universidade do Minho em tempos de pandemia Reflexões
Tenta, num primeiro momento, compreender as questões e os desafios que a "nova" História Cultural coloca a quem pretende investigar no campo da História das Ideias Educativas. Num segundo momento, interroga-se se a História das Ideias Educativas e as figuras do imaginário educacional, que também a constitui, assume um desafio à "nova" História Cultural. Do cruzamento dos dois momentos, o autor conclui da impossibilidade de se fazer uma História das Ideias Educativas sem ter em conta os novos olhares sobre a História Cultural, nomeadamente a sua perspectiva hermenêutica e a ênfase atribuída ao lugar das imagens, assim como defende a necessidade da "nova" História Cultural ter em conta as figuras do imaginário educacional: mitos, temas míticos, heróis e divindades mitológicas, presentes nas ideias educativas. Palavras-chave: história cultural; história das ideias educativas; ideias educativas; imaginário educacional. Abstract In a first moment in this paper, the author tries to understand the issues and challenges that the "new" Cultural History raises to whom wishes to research the field of History of Educational Ideas. In a second moment, he discusses if the History of Educational Ideas and the symbols of the educational imaginary are defying the "new" Cultural History. After these two moments, the author concludes of the impossibility of making History of Educational Ideas without taking into consideration new insights on the Cultural History, specifically the hermeneutic perspective and the stress upon images, as it is emphasised by the "new" Cultural History when analysing several educational imaginary symbols: myths, mythical themes, heroes and mythological divinities present in educational ideas. Keywords: cultural history; history of educational ideas; educational ideas; educational imaginary.
O objetivo deste artigo é investigar as artes como processo de transcriação pelo qual artista e apreciador tornam-se coautores dos sentidos que emanam da experiência estética. A hipótese em questão é a de que as obras de arte operam uma mediação estética entre o humano e o mundo, pela qual o mundo passa a ser sentido, compreendido e expresso. Esse processo requer uma educação de sensibilidade que não seja a imposição de determinadas obras canônicas ou modos preestabelecidos de fruição dessas obras, mas exercício de sensibilidade e compreensão das múltiplas possibilidades dos modos de viver. Nessa perspectiva, a própria vida torna-se obra de arte. A inclinação teórico-metodológica que inspira este artigo provém do perspectivismo nietzschiano (NIETZSCHE, 1998; LAROSSA, 2009) e da hermenêutica simbólica (RICOEUR, 1969; DURAND, 1997). Os resultados da pesquisa apontam para a urgência de uma educação de sensibilidade que considere a importância das experiências estéticas no âmbito da formação, com o objetivo de se chegar a ser o que se é.
Este artigo assinala as vertentes utópica e ideológica da visão educativa da Educação Nova. Distingue uma perspetiva do totalmente novo fechado sobre si próprio, que se absolutiza e visa instaurar um mundo totalmente outro, e uma perspetiva do novo relativo, que reconhece as partes da novidade que estão “aí” à espera de uma formulação sistemática que as acolha e lhes dê o sentido de um todo. Um todo sempre não completo e, por isso, inconfundível com o campo da experiência e aberto a outras partes da novidade de que o todo possa carecer, mesmo que o ignore. Discorre também analítica e criticamente sobre a natureza do “novo” que a “novidade” da Educação Nova seria suposto veicular, e indaga se ele não é mais uma ilusão provocada pela crença e pelo desejo dos fundadores da Educação Nova do que, na verdade, um facto substantivo e radicalmente inovador como eles o pretendiam fazer crer. Por fim, considera as trocas mútuas da ideologia e da utopia enquanto figuras da imaginação e, reconhecendo a incorporação de partes do Novo na Escola Tradicional, identifica o impoder da Educação Nova e reafirma o Novo como ilusão necessária a um movimento de renovação pedagógica. Palavras-chave: Esperança; Educação Nova; Escola Tradicional; Rutura
Paul Ricoeur. Esto, con el objetivo de hacer entender la pertinencia de la metáfora hortícola en el espacio educacional pedagógico. También intenta reflexionar, en la línea de Paul Ricoeur, si la metáfora, más precisamente la metáfora hortícola, nos plantea la necesidad de una apertura al símbolo, que en el caso específico de la metáfora hortícola sería al simbolismo vegetal y, por consiguiente, habría que tener en cuenta cuáles son las consecuencias pedagógicas de esa metáfora y de la metáfora en sentido amplio.
RESUMOSe, por urn lado, a teoria e a pcitica pedag6gicas de Celestin Freinet (1896-1966, tern despertado a maior atem;ao por parte dos estudiosos e especialistas do movimento da «Educa\=ao Nova» (Peyronie, 1999), e suscitado os mais intensos debates e polemicas, por outro lado, a sua obra, do ponto de vista mftico-simb6lico, nao tern encontrado 0 eco que se esperaria. Assim, e pOis nossa inten\=ao contribuir, ainda que provisoriamente, para que essa lacuna se torne menDs visivel.Com este objectivo delineado, dividiremos a nossa reflexao em duas partes: a primeira tratani de esbo\=ar a concep\=ao de Freinet sobre a Infancia, enquanto que na segunda abordaremos os seus resultados mitanaliticos, isto e, procederemos a uma leitura mitico-simb6lica do aparato ideo16gico exposto na primeira parte, a fim de detectarrnos os seus trac;os mftico-simb6licos. ABSTRACTIn spite of the fact that the theory and pedagogical practice of Celestin Freinet (1896--1966) have raised major interest from researchers and experts of the New Era in Education movement and has been the centre of different analysis, from a mythical and symbolic point of view the existing discussion is not very relevant. In this sense, with this paper it is our intention to propose such a debate.We wish to divide this paper in two parts. The first will be devoted to the discussion of Freinet's idea of childhood. In the second one we will approach the mythical results of this analysis and we will try to read the concept mythically and symbolically in order to devise important aspects .• Universidade do Minho. 147
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