Este artigo traça o retrato de Peter Pan como criança que persiste em manter o estado de infância e apresenta a sua natureza mítica e arquetipal. Ancora-se nos contributos de Jung, da história da mitologia e da hermenêutica simbólica de Gilbert Durand. Das lições advindas da leitura e análise da obra de Barrie, é preciso recordar que as pessoas crescidas se esquecem de alçar voos, pois se afastam da imaginação, recalcam-na, recusam-na mesmo em nome da razão, do lado diurno, solar, patriarcal da vida, em detrimento do lado noturno, místico, lunar, matriarcal da vida.
Este artigo assinala as vertentes utópica e ideológica da visão educativa da Educação Nova. Distingue uma perspetiva do totalmente novo fechado sobre si próprio, que se absolutiza e visa instaurar um mundo totalmente outro, e uma perspetiva do novo relativo, que reconhece as partes da novidade que estão “aí” à espera de uma formulação sistemática que as acolha e lhes dê o sentido de um todo. Um todo sempre não completo e, por isso, inconfundível com o campo da experiência e aberto a outras partes da novidade de que o todo possa carecer, mesmo que o ignore. Discorre também analítica e criticamente sobre a natureza do “novo” que a “novidade” da Educação Nova seria suposto veicular, e indaga se ele não é mais uma ilusão provocada pela crença e pelo desejo dos fundadores da Educação Nova do que, na verdade, um facto substantivo e radicalmente inovador como eles o pretendiam fazer crer. Por fim, considera as trocas mútuas da ideologia e da utopia enquanto figuras da imaginação e, reconhecendo a incorporação de partes do Novo na Escola Tradicional, identifica o impoder da Educação Nova e reafirma o Novo como ilusão necessária a um movimento de renovação pedagógica. Palavras-chave: Esperança; Educação Nova; Escola Tradicional; Rutura
RESUMO: Neste artigo, fundamentamos uma educação para a imaginação a partir da perspectiva de Gaston Bachelard, desenvolvida em torno da “Pedagogia do Não” e do “cogito” do sonhador, em oposição ao racionalismo dogmático e ao empirismo ingénuo, integrando a imaginação criadora através da qual o sujeito se faz imaginativo. Caracterizamos, assim, a “Pedagogia do Não” como uma pedagogia capaz de conduzir o diálogo e estabelecer equilíbrio entre pensamento e imaginação e atribui-lhe relevante papel na conjugação da objetividade científica e da imaginação poética, para, por fim, discutir a possibilidade de pensar uma educação para a imaginação na base do “cogito” do sonhador. Destacando os poderes e as funções da imaginação, quando recorrem às figuras de retórica, como a antítese, a hipérbole, a antífrase e o eufemismo, e ao jogo de imagens que esse uso comporta, realçamos a função eufemizante da imaginação e a sua capacidade de inovação semântica, susceptível de conduzir à “remitologização” do mundo, cumprindo um “novo espírito pedagógico” que, coerentemente com o “novo espírito científico”, conjugue a objetividade científica e a imaginação poética.
Este artigo identifica no conto de Peter Pan alguns lugares secretos do imaginário infantil: uma ilha situada num algures, o voo, uma casinha debaixo do chão, e particularmente o presente eterno. Estes lugares são outros modos da infância (Wendy) e da juventude (Peter Pan) se dizerem, se revelarem. A análise da obra permite uma aproximação da infância imaginal, complementa as dimensões da infância desveladas pela psicologia infantil, pela sociologia da infância, etc. e ilustra como o olhar dos Estudos do Imaginário muito enriquece, numa perspetiva interdisciplinar, os estudos da literatura infanto-juvenil.Palavras-chave: utopia, ucronia, voo, casa, mãe.
Las Aventuras de Pinocho relatan la Historia de un Muñeco que se transforma de un estado de naturaleza para un estado de cultura y se desarrolla moralmente de la heteronomía para la autonomía. En el curso de su formación, experimenta la desilusión del milagro de la multiplicación del dinero sin trabajar y de la utopía de una tierra donde solo existe el juego –sueño de cualquier niño–, lo que lo reduce al estado animal. La metáfora del burro que se aplica al niño que fracasa en la escuela es adaptada a la situación del muñeco animado, evidenciando una perspectiva cultural sobre las consecuencias del prolongamiento temporal del estado de naturaleza y dejando a quien se escapó de la escuela, primero la ociosidad y más tarde el trabajo duro y el autoaprendizaje.
A figura simbólica do labirinto revela-se um complexo mítico-simbólico extremamente pregnante do imaginário mítico e do imaginário educacional. Este artigo dialoga com autores que estudaram a sua simbólica e construção e indaga sobre as implicações educacionais que decorrem da figura simbólica do labirinto. Tomando o labirinto como emblema da educação entendida como transmutação espiritual, constata que toda a educação iniciática, deve seguir os ensinamentos que dele derivam e criar condições para que o iniciado entre no seu interior, se descubra a si próprio e compreenda o sentido da sua profundidade. Trata-se de um processo mais da ordem da experiência, da descoberta e da aprendizagem do que do ensino, onde o protagonista é o próprio aprendente
RESUMO Desde o projeto da modernidade, criou-se a expetativa do poder libertador da educação, na lógica do progresso civilizacional, em que as conquistas da escolarização poderiam libertar o sujeito do obscurantismo, da ignorância e dos poderes políticos alienantes. Este artigo reflete sobre o par emancipação-retrocesso no âmbito do discurso educacional contemporâneo e discute se hoje faz sentido afirmar que a educação pode ainda emancipar. Parte, assim, de uma perspetiva crítica de emancipação, reflete sobre o perigo do retrocesso no contexto da pós-modernidade e, sob o signo da esperança, coloca um conjunto de interrogações e reflexões críticas, concluindo que o par emancipação-retrocesso, inserido em uma perspetiva evolutiva, expressa um tempo de mudança na reconfiguração do par emancipação-alienação.
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