Para a construção da Usina Hidrelétrica Salto Santiago, localizada na região centro-sul do Paraná na década de 1970, foi necessário deslocar os ribeirinhos que ali viviam para dar lugar ao seu reservatório. Este artigo tem por objetivo analisar o papel de diferentes organizações na (re)construção da identidade dos ribeirinhos deslocados compulsoriamente de seus territórios para dar lugar a esse reservatório. Para tanto, leva-se em conta que a identidade é construída e reconstruída dentro do espaço social a partir do desejo do Outro que, ao ser reconhecido pelo sujeito como legítimo, internaliza suas práticas, ações e visão de mundo e, portanto, seu habitus. Em termos metodológicos, foi conduzido um estudo qualitativo que envolveu levantamento documental e entrevistas semiestruturadas utilizando as técnicas da história oral com os ribeirinhos e com os representantes das principais organizações presentes hoje no local. Os dados coletados foram interpretados a partir das regras da hermenêutica filosófica de Gadamer, interligando o individual ao geral, e vice-versa, assim como o objetivo com o subjetivo. Por fim, em termos de conclusões, com base na história contada pelos ribeirinhos e pelos representantes das organizações pesquisadas, mostra-se como se deu a (re)construção das identidades dos ribeirinhos naquele espaço. Assim, foi possível constatar como a construção da Usina Salto Santiago e o consequente deslocamento de parte dos ribeirinhos produziu, devido à entrada de novas organizações naquele território, modificações em suas identidades.
We are going through such challenging times that dealing with reality is sometimes easier through fiction. Therefore, we tell the tale of a faraway land where poor women — mostly black — who make a living as domestic servants are particularly impacted by the COVID‐19 pandemic. Their abject bodies are part of a form of necropolitics that separates those who must live from those who can die. Their bodies do not matter, as they are perceived as mere working tools. And what sounds like a strange tale is the true reality of millions of women during the pandemic, in a land that is not so far away as it seems.
Desde a Rio 92 cresce a participação das organizações não ambientais e do setor privado nas conferências ambientais promovidas pela Organizações das Nações Unidas (ONU) e, portanto, na governança ambiental global. Dessa forma, as normas, regras e procedimentos que regulam a proteção ambiental em todo mundo acabam sendo influenciados por organizações como o Banco Mundial, bancos privados e outras empresas privadas dos mais diversos setores. Nesse contexto, o objetivo deste estudo é discorrer sobre a inserção das organizações não ambientais e do setor privado na governança ambiental global nos últimos anos. Para tanto, desenvolveu-se um estudo bibliográfico e documental baseado em artigos científicos, institucionais e jornalísticos, além de documentos oficiais. No final do trabalho foi possível constatar que as organizações não ambientais e do setor privado, por meio de lobby, do seu poder estrutural e das redes que formam (associações empresariais), estão cada vez mais inseridas nas discussões ambientais e, assim, acabam por influenciar as decisões tomadas.
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