A palatalização variável das plosivas alveolares no português brasileiro falado em Flores da Cunha é moderada, o que contribui para caracterizar o falar local. A análise de regra variável (LABOV, 1972, 1994, 2001) de dados de 48 entrevistas sociolinguísticas de Flores da Cunha do BDSer revela uma proporção total de aplicação de 29%. Os condicionamentos são tanto linguísticos quanto sociais e a palatalização progride na comunidade: jovens, vogal alta fonológica, habitantes de zona urbana e consoante-alvo desvozeada favorecem a palatalização. Na análise da variação como prática social (ECKERT, 2000), o estudo da rede social dos informantes mostra que a alta densidade da rede, nucleada por informantes de grupos etários mais velhos, refreia a palatalização. O estudo etnográfico revela que os habitantes de Flores da Cunha, em especial os jovens, realizam práticas sociais inovadoras ao lado de práticas tradicionais, introduzindo a palatalização na comunidade. O emprego das formas palatalizadas é valorado como não local e é relativamente prestigiado.
A análise de regra variável (Labov, 1972) em tempo real, estudo de tendência (LABOV 1994), da palatalização de /t/ e /d/ antes de vogal anterior alta (tia~[t͜ʃ]ia, dia~[d͜ȝ]ia, gente~gen[t͜ʃɪ], onde~on[d͜ȝɪ]) no português falado na comunidade ítalo-brasileira de Flores da Cunha (RS) é realizada com o objetivo de verificar se houve aumento na aplicação da regra no intervalo de vinte anos e quais condicionadores linguísticos e sociais têm tido efeito sobre o processo nesse período. Analisados dados de dois bancos, VARSUL e BDSer, confirma-se a tendência de progressão da regra, o efeito das variáveis linguísticas Qualidade da Consoante-Alvo, Status da Vogal Alta, e das variáveis sociais Idade, Sexo/Gênero, essas discutidas com base nos pressupostos labovianos da mudança geracional (Labov, 1994) e da assimetria na transmissão linguística (Labov, 2010).
RESUMOEste trabalho inspira-se em Coetzee (2016) para realizar análise fonológica da palatalização regressiva de /t, d/ numa variedade de português brasileiro (rotina~ro[ʧ]ina, medida~me [ʤ]ida, parte~par[ʧi], onde~on [ʤi]) de contato com falares dialetais italianos. Como Coetzee (2016), assume-se que fatores linguísticos e não linguísticos atuam na variação fonológica: os primeiros são implementados como restrições gramaticais e os segundos têm efeito sobre os pesos das restrições. Objetiva-se (a) aplicar os fundamentos de Coetzee (2016) ao exame de um padrão variável captado por análise de regra variável (LABOV, 1972), e (b) analisá-lo com o ORTO -Ajuste Paramétrico (DORNELLES FILHO, 2014), algoritmo que processa a gramática com variação. Os dados vêm de Battisti et. al. (2007) e os padrões de aplicação da regra variável, de Battisti e Dornelles Filho (2009, 2010). Neste estudo, controla-se o efeito do fator social Local de Residência (zona rural ou zona urbana) sobre o peso das restrições gramaticais. Mostra-se que, nos indivíduos cuja fala conforma-se ao padrão 1, sem palatalização em qualquer contexto, Local de Residência tem efeito sobre a restrição *t[i], satisfeita com a palatalização da oclusiva alveolar desvozeada por vogal anterior alta derivada (parte~par[ʧi]). Já na fala dos indivíduos que seguem o padrão 3 (palatalização apenas por vogal alta não derivada), o fator afeta os pesos O efeito de fatores sociais sobre restrições linguísticas na análise fonológica de um processo variável Athany Gutierres, Elisa Battisti, Adalberto Ayjara Dornelles Filho de ambas as restrições referentes ao contexto de palatalização por vogal anterior alta derivada, *t[i] e *d[i]. A análise consegue esclarecer não só o papel de Local de Residência na gramática da palatalização em Antônio Prado, como explicitar o efeito da elevação variável da vogal média átona anterior, que alimenta o processo, num padrão de variação na mudança linguística em progresso. PALAVRAS-CHAVE: variação fonológica; Teoria da Otimidade; efeito das restrições sociais; palatalização de /t, d/; português brasileiro. ABSTRACT This paper follows Coetzee (2016) to analyze regressive palatalization of /t, d/ (rotina~ro[ʧ] ina, 'routine', medida~me[ʤ]ida 'measure', parte~par[ʧi] 'part', onde~on[ʤi] 'where') in a variety of Brazilian Portuguese in contact with Italian dialects. As Coetzee (2016), it is assumed that linguistic and non-linguistic factors act on phonological variation: the former are implemented as grammatical constraints and the latter have an effect on the weight of constraints. It is aimed (a) to apply Coetzee's (2016) foundations to the exam of a variable pattern captured by variable rule analysis (LABOV 1972), and (b) to analyze it with ORTO -Ajuste Paramétrico (DORNELLES FILHO, 2014), an algorithm that processes grammars with variation. Data comes from Battisti et. al. (2007) and the application patterns of the variable rule, from Battisti e Dornelles Filho (2009, 2010). In the present study, the effect of the social factor Place of Re...
Este artigo descreve um programa de computador em MATLAB para a obtenção de um polinômio de ajuste dos quadrados mínimos, condicionado a passar por um conjunto arbitrário de nodos de ancoramento, contanto que ainda retenha um conveniente número de graus de liberdade.
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