IntroduçãoCom a evolução dos estudos na área dos transplantes hepáticos, modelos experimentais de isquemia hepática têm sido muito difundidos. Além dos transplantes hepáticos, esses modelos podem ser utilizados em inúmeras outras situações, como em ressecções hepáticas, trauma com lesão hepática e choque hemodinâmico.Os pesquisadores dividem-se em duas grandes linhas: os que trabalham com modelos experimentais de isquemia hepáti-ca parcial 1,2,3,4,5,6 e os que trabalham com modelos de isquemia hepática total acrescida de derivação vascular 7,8,9,10 . Esses modelos são utilizados, exatamente, para se evitar a congestão esplâncnica, a isquemia intestinal e conseqüente endotoxemia.Com relação aos estudos experimentais de isquemia hepática total e suas repercussões no intestino, poucos são os trabalhos encontrados. Sébe 11 observou que, no modelo de isquemia hepática total sem derivação vascular, o clampeamento total do hilo hepático com pinça vascular (manobra de PRINGLE) por mais de vinte minutos leva a lesões nas organelas dos hepatócitos e congestão nos órgãos que são drenados pela veia porta, tais como o baço e intestino delgado. Sébe e col. (2000) 12 , estudando o intestino de ratos após o clampeamento total do hilo hepático, relatam que quanto maior o tempo de clampeamento maior a congestão esplâncnica e, aos 30 minutos, ocorre o desprendimento do revestimento das vilosidades intestinais e hemorragia.No presente trabalho procurou-se utilizar modelo de isquemia hepática total, sem derivação vascular, para poder-se estudar os eventos que ocorrem no intesti-
Foi realizado clampeamento do pedículo hepático de rato por diferentes tempos e estudadas as repercussões nos intestinos. Para tanto foram utilizados 40 ratos, machos, divididos em quatro grupos de 10 animais cada. O grupo S (Sham) não foi submetido a isquemia, já os grupos E1, E2 e E3 sofreram isquemia de 10, 20 e 30 minutos respectivamente. Nossos resultados mostraram alterações macroscópicas quanto a cor dos intestinos nos grupos E2 (20') e E3 (30') e histopatológicas que ocorreram em cada um desses grupos. Observou-se que quanto maior o tempo de clampeamento do pedículo hepático, maior a congestão esplâncnica, sendo que aos 30 minutos ocorreu o despreendimento do revestimento epitelial das vilosidades intestinais e hemorragia.
RESUMOAvaliaram-se as alterações morfológicas, morfométricas e ultraestruturais que ocorreram no baço devido à isquemia produzida pelo clampeamento total do pedículo hepático. Para tanto, foram utilizados 40 ratos machos, distribuídos em quatro grupos de 10 animais. O grupo-controle (C) não foi submetido à isquemia, e os grupos tratados (E 1 , E 2 e E 3 ) foram submetidos ao clampeamento por 10, 20 e 30 minutos, respectivamente. Fragmentos do baço foram retirados e analisados histologicamente pela microscopia de luz (hematoxilina-eosina, ferrocianeto-férrico) e pela microscopia eletrônica de transmissão. Os resultados demonstraram que 10 minutos de clampeamento do pedículo hepático são suficientes para apresentar sinais de congestão esplênica e 20 e 30 minutos promovem intensa digestão de hemácias pelos macrófagos, com presença de grânulos de ferro (hemossiderina) no parênquima esplênico.Palavras-chave: rato, baço, clampeamento, pedículo hepático, hemossiderina ABSTRACTThe macro and microscopic alterations that occurred in the spleen during an ischemia produced by the hepatic pedicle total clamping were studied. Forty male rats were distributed in four groups of 10 animals each. The control group (C) was not submitted to ischemia and the treated groups (E 1 , E 2 , and E 3 ) were submitted to the clamping during 10, 20, and 30 minutes, respectively. Spleen fragments were collected and histologically analyzed by the light microscopy (eosin-hematoxilin and ferric ferrocyanide) and by the transmission electron microscopy. The results showed that 10 minutes of hepatic pedicle total clamping was enough produce signs of splenic congestion and 20 and 30 minutes promoted intense red bood cels digestion by the macrophages with the presence of iron granules (hemosiderin) in the splenic parenchyma.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.