ResumoFoi realizada falha segmentar de 6mm na região metafisária da tíbia de 12 coelhos, sendo utilizado enxerto ósseo cortical heterólogo fragmentado, conservado em glicerina (98%), para a sua reconstrução. O enxerto foi depositado no leito receptor e a integração deste foi avaliada radiologicamente por 20, 40 e 60 dias. Houve incorporação gradativa, em relação ao tempo, do enxerto no leito receptor, em 100% dos casos. O uso de heteroenxerto ósseo cortical fragmentado e conservado em glicerina a 98% promove a reparação de falhas ósseas, sem sinais de infecção ou rejeição, podendo ser utilizado como substituto ósseo na medicina veterinária.Palavras-chave: enxertos ósseos, reparação óssea, banco de ossos.
AbstractIt was realized a 6mm of segmental defect at the metaphyseal region of the tibia of 12 rabbits and fragmented heterolog cortical bone graft conserved in glycerin (98%) was used to the reconstruction. The graft was placed in the receptor bed and its integration was evaluated by radiological exam after 20, 40 and 60 days. There was gradative graft incorporation, by the time, in the receptor bed, in 100% of the cases. The use of fragmented cortical bone heterograft conserved in glycerin 98% promotes bone defect reparation without signs of infection or rejection and can be used like osseous substitute in the veterinary medicine.Keywords: bone graft, bone reparation, bone bank.
IntroduçãoAs fraturas com perda de quantidade substancial de tecido ósseo têm papel de destaque na rotina clínico-cirúrgica, tanto na medicina veterinária quanto na medicina humana, não sendo raro que ortopedistas se deparem com fraturas cominutivas de ossos longos, neoplasias ósseas ou não-uniões de fraturas (Ranzani et al., 1996;Alievi et al., 2007).A melhor opção para tratar as falhas ósseas é o enxerto autólogo, uma vez que acelera a reparação óssea. No entanto, há o inconveniente de aumentar a morbidade, a dor, os tempos anestésico e cirúrgico e de lesar estruturas normais, além de poder não fornecer volume suficiente para reparar grandes falhas ósseas (Friedlaender, 1982;Alievi et al., 2007). Outra opção para a reparação das falhas ósseas é o uso de biomateriais naturais com propriedades osteogênicas, de forma a proporcionar sustentação mecânica, sendo de fácil aquisição, baixo custo, não necessitando de material especializado para conservação e que preencha completamente a falha óssea, eliminando problemas inerentes ao enxerto autógeno (Friedlaender, 1982;Alievi et al., 2007).Vários substitutos ósseos naturais têm sido pesquisados, citando-se os ossos obtidos a partir de animais da mesma espécie, ou seja, os aloenxertos, ou de espécies diferentes, os heteroenxertos, que têm sido utilizados com resultados satisfatórios (Lane e Sandhu, 1987;Ranzani, 1996;Dasso et al., 1998;Freitas et al., 2001;Morais et al., 2004;Silva e Mazzoneto, 2006;Freitas et al., 2006;Alievi et al., 2007).Os heteroenxertos possuem função de sustentação mecânica e um único doador pode fornecer quantidade significativa de tecido ósseo, possibilitando a consti...