Desde meados dos anos 1970, Heidelberg tem sido o palco de intenso trabalho de clarificação e atualização do pensamento weberiano. Em sua primeira fase, este esforço concentrou-se em um longo projeto de reinterpretação de sua obra. Denominado por alguns Weber-Renaissance, a hermenêutica do pensamento weberiano ocupou várias décadas de trabalho e significou uma espécie de reimportação da exegese weberiana da paisagem norte-americana para o campo acadêmico alemão. No pós-guerra, o eixo de gravidade de leitura e difusão da obra de Weber concentrou-se nos Estados Unidos, onde Talcott Parsons alçou Weber ao panteão sociológico ao lado de autores como Émile Durkheim, Vilfredo Pareto e Alfred Marshall. Nas décadas seguintes, a leitura normativista e evolucionista de Weber, proposta por Parsons, foi contestada por uma nova onda de pesquisadores alemães emigrados em terras norte-americanas. Liderada por nomes como Reinhard Bendix e Guenther Roth, a dimensão histórica e política do pensamento weberiano foi recuperada, resultando em um conflito aberto entre uma visão evolucionista e historicista de interpretação dos textos weberianos.Um artigo seminal de Friedrich Tenbruck de 1975 transporta esta discussão para a Alemanha e propõe, contra a interpretação dominante (representada na Alemanha por Johannes Winckelmann), que não