“Vou pra rua e bebo a tempestade”:observações sobre os dissabores do guarda-chuva do tráfico de pessoas no Brasil

Abstract

This article analyzes one of the aspects of the definition of "human trafficking": slavery or practices similar to slavery. It presents the history of the native category "slave labor", as currently used in Brazil, to allow correctly differentiating it from the international category of "human trafficking" or from contemporary campaigns against "sex trafficking" and "modern slavery". It points to the idiosyncrasies of the introduction of the anti-trafficking agenda in Brazil, after the ratification of the Palermo Protocol, particularly its ability to weaken historic concerns of Brazilian society, such as confronting racism and the struggles for agrarian reform and worker rights.

“Sexual Exploitation” as a Logic, and Its Effects of Power in Contemporary Brazil

“…The practical employment of this conceptual vagueness is visible in "sexual exploitation's" linkage to "human trafficking", yet another problematic category whose multiple definitions and political and moral manipulations have been abundantly described elsewhere (Davida Group 2005;Piscitelli 2008Piscitelli , 2015Blanchette and Silva 2012;da Silva et al 2013;Sprandel 2014;Kempadoo 2007;O'Connell Davidson 2012). This ambiguous and affectively productive use can be seen in the definition of "sexual exploitation" employed by the Diagnosis of Trafficking in Persons in Border Areas (National Secretariat of Justice 2013), wherein it is described as:…”

Teste

“…Em alguns, a exploração do trabalho com salário precário, jornada exaustiva e condições degradantes geralmente envolve trabalhadores estrangeiros (e muitas vezes indocumentados). No Brasil, a estrutura de enfrentamento ao trabalho análogo ao de escravo resulta de uma densa experiência de construção de políticas públicas e modos de enfrentamento do problema que têm como foco cidadãos nacionais e o deslocamento interno (Sprandel, 2016).…”

O outro cultural: migrantes, refugiadas e a vítima da violência de gênero

“…Tecnologias que buscam engendrar processos de subjetivação com o objetivo de que as pessoas "tecnicamente definidas como traficadas" desenvolvam uma espécie de consciência de sua condição (Piscitelli e Lowenkron, 2015: 36). Para as participantes do projeto que pude acompanhar mais de perto, também o engendramento da identi-3 Para uma discussão sobre a categoria do "tráfico de pessoas" em suas aproximações e afastamentos contextuais da categoria histórica "trabalho escravo" no contexto brasileiro, ver Sprandel (2016).…”