Vivências Escolares e Transtorno do Espectro Autista: o que Dizem as Crianças?

Abstract

RESUMO Este estudo objetivou investigar as concepções de crianças com desenvolvimento típico acerca de suas vivências escolares em contextos de inclusão de colegas com Transtorno do Espectro Autista - TEA em dois momentos distintos, no início e no final do ano letivo, com vistas a verificar possíveis mudanças nessas concepções a partir da convivência com os pares com TEA. Participaram 42 crianças, na faixa etária de 4-5 anos, de duas instituições de Educação Infantil da cidade de João Pessoa-Paraíba, Brasil, que tinham em suas salas de aula colegas diagnosticados com TEA. Foram aplicadas entrevistas semiestruturadas com as crianças com desenvolvimento típico, que foram transcritas e analisadas a partir da técnica de análise de conteúdo de Bardin. Como resultados, as crianças mencionaram adjetivos positivos ao descreverem sua creche, professora e colegas, tanto no início quanto no final do ano letivo. Também foi comum as crianças descreverem a creche em termos das atividades que realizavam em sua rotina, e as pessoas, em relação aos seus comportamentos. Como colegas com quem as crianças não brincavam, foram citados aqueles com desenvolvimento típico que apresentavam comportamentos agressivos. Sobre seus colegas com TEA, estes foram considerados por seus pares como colegas preferidos, destacando-se também o uso dos termos “especial” ou “bebê” para caracterizá-los, e, ainda, o fato de que com o tempo eles passaram a ser vistos a partir das suas capacidades e interesses. Discute-se, por fim, a importância de estudar a inclusão escolar a partir da perspectiva das crianças.

Intervenção fisioterapêutica no Transtorno do Espectro Autista

“…A limitação na fala para fins comunicativos e de interação social são obstáculos que distanciam os portadores de TEA da inclusão (Nunes, Barbosa, Nunes, 2021). Além do ambiente familiar, a escola também é um dos espaços que proporciona os primeiros contatos sociais e de aprendizagem (Agripino-Ramos, Lemos, Salomão, 2019).…”

“…A importância da inclusão escolar é muito estudada e indicada por diversos profissionais, já que propicia experiências fundamentais para o desenvolvimento intelectual, social, psicológico e físico da criança nessa fase da vida (Agripino-Ramos, Lemos, Salomão, 2019).…”

Acolhimento infantil na inclusão escolar: uma análise na educação infantil entre educadoras, processos e alunos

“…professores em tempo integral, pôde-se perceber que eles se diferenciam em gestos, comportamentos, olhares dirigidos, ou ausência deles, aproximações, distanciamentos, percepções, compreensões, afetividade, gostos inadequados, verbalização ou não, tolerância, preferências por pares, procura por atenção dos educadores. Permite-se inferir que o olhar para o aluno de forma individualizada torna-se de suma importância para seu desenvolvimento e na construção de si para o mundo e no mundo (Agripino-Ramos,Lemos, & Salomão, 2019;Lemos, Nunes, & Salomão, 2020;Martins & Monteiro, 2017).Quanto ao acolhimento dos alunos típicos em relação aos alunos com TEA percebe-se com a observação, o respeito, o entendimento pelos gostos, pelos comportamentos, pelas necessidades específicas de forma afetiva, cuidadora e de pertencimento. Corroborado pelo estudo de Agripino-Ramos,Lemos, e Salomão (2019), as crianças típicas tendem a assumir atitudes de proteção, altruísmo e cooperação em relação aos pares com TEA.6 CONCLUSÕESA dificuldade em relação aos alunos com TEA, como evidenciam Martinse Monteiro (2017), são: a falta de compreensão das respostas do aluno, existe uma expectativa de respostas específicas e habituais diante de um determinado comportamento, que o aluno com TEA pode não corresponder, causando frustrações, desinteresse e distanciamento, ações atuantes frequentemente nas relações professor e aluno com TEA e aluno com TEA e seus pares.…”