A atual realidade da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (aids) enquanto doença crônica trouxe alguns desafios para os cuidadores e profissionais de saúde. Dentre estes, a revelação do diagnóstico, ou seja, contar para o indivíduo que ele foi infectado pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), se destaca por ser uma questão extremamente complexa e especialmente delicada com o sujeito é uma criança. Apesar da relutância familiar para contar à criança que ela possui o HIV, a revelação diagnóstica traz benefícios para o paciente, para os cuidadores e para os profissionais de saúde. Este estudo é um relato de experiência do processo de revelação do diagnóstico de HIV/aids para as crianças soropositivas acompanhadas pela equipe multidisciplinar da infectologia pediátrica, em um hospital terciário no interior do estado de São Paulo. Trata-se de um acompanhamento em grupos de pacientes e de seus cuidadores, coordenados pela terapeuta ocupacional e pela psicóloga da equipe. O processo de revelação do diagnóstico era organizado em etapas: avaliação inicial; atividades grupais para esclarecimentos acerca do HIV/aids e sua ação no corpo; revelação do diagnóstico; acompanhamento posterior e reavaliação. Acredita-se que a revelação do diagnóstico é um marco para a construção de uma nova história e identidade. Quando as crianças obtêm informações realistas sobre sua condição de saúde, conseguem entender a importância das medicações, o que contribui para a adesão ao tratamento. O esclarecimento do diagnóstico favorece ainda a adaptação dos pacientes à soropositividade, propiciando que estes desenvolvam habilidades de enfrentamento para lidar com essa condição.