Violências Intrafamiliares Experienciadas na Infância em Homens Autores de Violência Conjugal

Abstract

Resumo O objetivo do presente estudo foi conhecer como se constituíram as vivências na família de origem de homens envolvidos em relações conjugais violentas. Trata-se de pesquisa qualitativa exploratória. Foram entrevistados nove homens autores de violência doméstica, respondendo a processos judiciais com base na Lei º 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). Utilizou-se análise temática como método de análise de dados, sendo abordados três temas neste trabalho: negligência afetiva, exposição à violência física na infância e figura masculina de referência. Os resultados foram analisados sob a perspectiva da Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano. Conclui-se que a construção das masculinidades desses homens sofreu influência de suas vivências anteriores, pautadas por modelos parentais severos, abusivos e negligentes. A figura de referência masculina também é vista como ausente e rígida, exercendo controle sobre o microssistema familiar. Essas experiências podem revelar a construção de um modelo no qual o homem acredita que seu papel também deva ser desempenhado por controle e domínio baseados na violência. Desta forma, isso pode ser considerado um fator de risco para o envolvimento em relações conjugais violentas, já que revela a fragilidade na construção do vínculo de confiança e reverbera nos relacionamentos vividos durante a vida adulta. É importante que esses homens tenham espaços de reflexão sobre suas ações em âmbito conjugal, a fim de ressignificar as experiências de abuso sofridas na infância.

Repercussões da violência doméstica contra mulher para crianças sob ótica de agentes comunitários de saúde

“…2023 set./dez. ; 14 (3) Especial: 77-83 DOI 10.21727/rpu.14iEspecial.3939 testemunhas de atos violentos, crianças em idade escolar podem ter seu desenvolvimento cognitivo prejudicado, externalizado pela baixa autoestima, insegurança e dificuldades de relacionamento interpessoal 8 .…”

“…No que tange à vivência da violência pelas mulheres e crianças, os relatos apontam que a VDCM atrelada ao uso de bebidas alcoólicas, torna-se fator predominante para a perpetração da violência direta nas crianças. Contribuindo com os achados, dados de uma pesquisa realizada com homens autores de violência doméstica, demonstram que os envolvidos em situações conjugais violentas, possuíam como referência a figura ausente do pai que realizava o uso abusivo de bebida alcoólica ou quando se fazia presente era de forma agressiva, com comportamentos extremamente rígidos 8 .…”

“…Por isso, as estimulações nessa fase em um ambiente acolhedor, com os adultos importantes são essenciais para a criança 7 . Sendo, portanto, o meio familiar a maior fonte de segurança, afeto, proteção, bem-estar e apoio social 8 .…”

Relacionamentos abusivos à luz da terapia dos esquemas: uma revisão sistemática

“…Em um estudo realizado na Colômbia identificou nessa vitimas a ocorrência de estresse emocional, ansiedade generalizada, desejo de se isolar e o medo constante de reviver as situações de abuso (Amar & Otálvaro, 2012). Os dados desta pesquisa corroboram com a teoria de Jeffrey Young sobre a Terapia dos Esquemas, uma vez que foi possível verificar que o ciclo de violência tanto para homens, como para mulheres, teve seu inicio na infância e nas necessidades não atendidas por terem presentes em suas vidas modelos parentais severos, abusivos e/ou negligentes (Young et al, 2008;Brasco & Antoni, 2020). Para, além disso, foi identificado nas mulheres, com base nos estudos analisados, as EID's de subjugação, auto sacrifício, privação emocional, negatividade, isolamento social/ alienação e abandono.…”

Violência intrafamiliar contra crianças: as representações sociais de mulheres agressoras

“…Estudo sobre violência praticada por parceiro íntimo evidencia que os agressores tiverem modelos parentais severos e abusivos, e destaca que essa vivência extrapola o microssistema norteando padrões relacionais futuros (Brasco & Antoni, 2020). Mulheres agredidas por seus parceiros íntimos tem maior possibilidade de maltratarem seus filhos pelo processo de normalização da agressão (Silva et al, 2017).…”