Objetivo: Analisar a inserção do terapeuta ocupacional na assistência às mulheres em situação de violência, baseada em seus relatos na rede de serviços específicos da zona oeste do Município do Rio de Janeiro. Método: Estudo observacional, descritivo, abordagem mista, realizado com 39 mulheres, vítimas de violência doméstica. Coleta de dados através de entrevistas realizadas em unidade do Centro de Referência de Assistência Social, no decorrer das oficinas de sensibilização da Terapia Ocupacional. Dados qualitativos categorizados a luz da análise de conteúdo e quantitativos submetidos ao software Iramuteq. Resultados: Identificou-se que 85% das mulheres permanecem casadas, 92% com escolaridade suficiente para apresentar denúncias, mas não fazem por temer represálias. 74% informam ter sofrido mais de seis episódios de violência, com características que variam de ameaças, fraturas, estupro, queimadura, inclusive na presença dos filhos. Conclusão: Constatou-se que a violência doméstica persiste, não obstante a legislação que a pune. Percebeu-se também o crescente surgimento de políticas públicas voltadas para o acolhimento no âmbito da saúde, legal, social, como espaços propícios ao implemento de atividades próprias da terapia ocupacional, que ofereçam recursos e instrumentais para o empoderamento das mulheres vítimas desses maus tratos.Palavras-chave: terapia ocupacional, acolhimento, violência doméstica, status ocupacional, empoderamento.Â