Variação espaço-temporal do ictioplâncton em praias estuarinas da Baía da Babitonga, Santa Catarina, Brasil

Abstract

Submetido em 30/03/2012 Aceito para publicação em 22/01/2013 ResumoNo Brasil, as praias estuarinas são muito pouco estudadas em relação ao ictioplâncton. Nesse contexto, de agosto de 2005 a julho de 2006, foram realizadas coletas mensais, com uma rede de plâncton cônica, com 200mm de abertura de malha e 40cm de diâmetro da boca, em sete praias estuarinas no setor polihalino da baía da Babitonga, Santa Catarina. Em cada praia foram obtidos dados relativos a temperatura, salinidade, oxigênio dissolvido, pH, clorofila a, e biovolume zooplanctônico. No total foram coletados 54.384 ovos de peixes e 10.576 larvas de peixes, com abundância média geral de 3.114 ovos.100m-3 e 607 larvas.100m -3 . Maior abundância de ovos ocorreu de outubro a março e maior abundância de larvas ocorreu de outubro a dezembro e entre fevereiro e abril. Entre as praias, nas intermediárias foi registrada maior abundância de ovos e nas mais externas (mais próximas da barra) foi registrada maior abundância de larvas. Ocorreu o predomínio de larvas das famílias Haemulidae, Engraulidae, Gobiidae, Sciaenidae, Blenniidae, Carangidae e Sparidae, a maioria presentes no período mais quente do ano. A análise das variáveis da coluna d'água, clorofila a, biovolume zooplanctônico e ictioplâncton revelou baixas correlações nos hábitats rasos estudados. Palavras-chave: Abundância; Estuário; Larvas de peixes; Ovos de peixes; Sul do Brasil AbstractSpatio-temporal variation of ichthyoplankton in estuarine beaches at the Babitonga bay, Santa Catarina, Brazil. In Brazil, estuarine beaches are poorly studied with regard to ichthyoplankton. In this context, from August 2005 to July 2006, monthly collections were conducted, using conical plankton net with 200µm mesh size and 40cm mouth diameter, at seven estuarine beaches in the polyhaline sector of Babitonga bay, Santa Catarina, Brazil. At each beach, data regarding temperature, salinity, dissolved oxygen, pH, chlorophyll-a, and zooplankton volume were obtained. A total of 54,384 fish eggs and 10,576 fish larvae were collected, with a Biotemas, 26 (2): 129-141, junho de 2013

Reprodução de aves aquáticas (Pelicaniformes) na ilha do Maracujá, estuário da Baía da Babitonga, litoral norte de Santa Catarina

“…Para E. caerulea, a atividade reprodutiva iniciou tardiamente (novembro) e durou menos tempo (≈3 meses), quando comparada com a registrada nos Esta estação reprodutiva ao longo da primavera e verão já é conhecida para a região sul, tendo forte relação com o aumento da disponibilidade de alimento. Durante este período, de fato, existe maior abundância de peixes, camarões, e caranguejos na baía da Babitonga (MARAFON-ALMEIDA et al, 2008;WUNDERLICH et al, 2008;VILAR et al, 2011;SOUZA-CONCEIÇÃO et al, 2013), os quais estão entre as principais presas de aves aquáticas costeiras (FREDERICK, 2002).…”

Caracterização climatológica na Baía Babitonga - parâmetros climáticos e meteorológicos - pluviosidade, temperatura e ventos

“…E se tratando de fitoplâncton, foi identificada uma maior abundância na primavera e verão, mas notavelmente maior no verão, tanto em superfície quanto no fundo. Souza-Conceição et al (2013), em estudo sobre a variação espaço-temporal do ictioplâncton em praias estuarinas da Baía Babitonga, salientam que nas pesquisas realizadas em praias estuarinas, as interações entre os organismos e a dinâmica ambiental foram pobremente abordadas e raramente especificadas, impedindo uma correlação entre ambos fatores.…”

Diagnóstico da Ictiofauna do Ecossistema Babitonga

“…Além disso, futuros estudos focando na modelagem da distribuição das espécies e identificação dos habitats essenciais para diferentes espécies podem contribuir de maneira eficiente para conservação do Ecossistema Babitonga e, em consequência, de sua comunidade de peixes. Outras lacunas de conhecimento que foram apontadas pelos estudos analisados incluem a necessidade de estudos reprodutivos de Trichiurus lepturus na região (Del Puente, 2007); escassez de informações biológicas de base antes do estabelecimento de áreas marinhas protegidas (Vilar et al, 2011b); desconhecimento sobre o uso de microhabitats para estágios iniciais do ciclo de vida de peixes em praias (Souza-Conceição, 2008); e a falta de conhecimento sobre a interação dos processos oceanográficos e conectividade com os padrões de distribuição de estágios iniciais de peixes (Souza-Conceição et al, 2013d).…”