A modernidade resultou em um conjunto de crises, especialmente no campo das ciências, do ambiente e do conhecimento humano, gerando insustentabilidade em diversos níveis, ao mesmo tempo em que aponta para a necessidade de um novo ethos civilizatório. Nesse contexto a educação ambiental, a educação estética e a educação patrimonial assumem como uma de suas missões lidar com os dilemase paradoxos próprios do paradigma dominante, buscando integrar subjetividade e objetividade, ou seja, produção de intersubjetividade na construção de conhecimento sensível e inteligível. Tal momento viabiliza pesquisas e abordagens metodológicas capazes de superar a fragmentação do conhecimento e das relações humanas coma natureza. É nesse foco que se analisa a abordagem metodológica Trilha da Vida: (Re)Descobrindo a Natureza com os Sentidos. Contextualizam-se os conceitos de “experiência” e “vivência” (BONDÍA, 2002), “participação” e “suprassensorial” (OITICICA, 1968), performance (BEUYS, 2010; OITICICA, 1968; 1986; 2013).
O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão de literatura sobre o tema carac-terização climatológica na Baía Babitonga, com foco nos parâmetros pluviosidade, tempera-tura e ventos e, descrever as relações com o Ecossistema Babitonga. O intuito deste trabalho é contribuir com a elaboração do Diagnóstico Ambiental deste ecossistema. Para tanto, foi realizada uma revisão de literatura em diversos bancos de dados e documentos oficiais im-pressos. Foram utilizadas palavras-chave relacionadas à caracterização dos parâmetros pro-postos, as suas relações com o ecossistema e as pressões que exercem sobre o mesmo. Foi encontrado um total de 77 estudos, dos quais 40 foram utilizados para as análises. Os estu-dos encontrados possibilitaram caracterizar os parâmetros analisados para o Ecossistema Babitonga satisfatoriamente. Quando se trata da relação destes parâmetros com as caracte-rísticas físicas e biológicas do Ecossistema Babitonga, verifica-se uma fragilidade nas análi-ses, já que os documentos pesquisados, de maneira geral, utilizam curto período de análise de campo, bem como falta ou inexistência de monitoramento ambiental contínuo. A carên-cia de trabalhos publicados que correlacionem estes parâmetros com o ecossistema em questão abre diversas oportunidades para o desenvolvimento de estudos que possam cobrir essa lacuna nas publicações científicas e contribuir para o desenvolvimento da região, visto a importância da interferência destes na dinâmica do ecossistema da região nordeste do Esta-do de Santa Catarina.
A cidade de Joinville possui uma enorme capacidade para o desenvolvimento do turismo que vem crescendo, estando essa atividade de certo modo correlacionada com o clima, visto que, em dias de sol, os turistas aproveitam mais as atrações que a cidade oferece ao ar livre. Entretanto as emissões industriais da cidade estão entre as maiores causadoras do efeito estufa, que leva a mudanças climáticas e, consequentemente, afeta a vida na Terra. Posto isso, o presente trabalho tem como objetivo avaliar os padrões das emissões atuais e compará-los ao emprego de energia de fontes renováveis pelos maiores emissores. Foram realizados estudo de revisão bibliográfica na plataforma Google Acadêmico, acesso virtual a dados da concessionária de distribuição de energia elétrica de Santa Catarina e consulta à literatura científica. Após o levantamento bibliográfico e a análise dos gráficos, discutiu-se acerca do crescimento da cidade vinculado à expansão econômico[1]industrial para além do setor eletro-metal-mecânico. Na sequência, projetou[1]se o reconhecimento de uma cidade capaz de expandir tecnologias e projetos de desenvolvimento sustentável e ser exemplo, pelo emprego de energias de fontes renováveis.
A Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira está localizada na cidade de Joinville, nordeste de Santa Catarina. O território dessa bacia possui importância fundamentalno desenvolvimento do município, pois nela residem aproximadamente 50% da população, e está localizado na área central, com ampla dinâmica política, social e econômica. O clima de uma região se reflete no cotidiano, na cultura, na economia, entre outras influências, ou seja, é uma característica física notória. Entender a dinâmica climática dessa bacia é de fundamental importância para o desenvolvimento sustentável do município ante as mudanças climáticas. Portanto, o presente estudo teve o objetivo de realizar uma análise das características climáticas. Para tanto, foram utilizados dados de temperatura do ar, ventos (direção e velocidade), umidade relativa do ar e precipitação pluviométrica, de diferentes estações meteorológicas, buscando assim uma representatividade da bacia. Dentre os principais resultados estão que a precipitação média anual na bacia é de 1.957,3 mm, o mês mais chuvoso é janeiro, os meses mais secos são junho e julho. A temperatura média anual é de 22,4°C, sendo fevereiro o mês mais quente, e julho o mês mais frio. A umidaderelativa do ar média atinge 80,76%. A direção predominante dos ventos é de leste.
Neste artigo de revisão teórica, evidencia-se uma conjuntura de crises e transições paradigmáticas, desafiando o mundo contemporâneo a trilhar os caminhos que levem à construção de sociedades sustentáveis. Pela pesquisa bibliográfica, procurou-se estabelecer um diálogo entre a Educação Ambiental, Estética e Patrimonial, em busca de suas convergências e similaridades.
ZERGER. Liliane 2017. O discurso da industrialização e a ocupação dos manguezais nas décadas de 1970 a 1980 em Joinville: um olhar à luz de Foucault Dissertação de Mestrado, Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE, Programa de Pós Graduação em Patrimônio Cultural e Sociedade, Joinville/ SC. O fenômeno humano da industrialização provoca profundas alterações socioespaciais, acelerando a urbanização, êxodo rural, exploração e utilização dos recursos naturais.Na década de 1970, período da “corrida para Joinville”, o município de Joinville, maior polo econômico do Estado de Santa Catarina, recebeu uma legião de migrantes do interior do Estado - principalmente Tubarão desencadeada pelas enchentes arrasadoras de 1974 e pelo declínio da atividade extrativista de carvão mineral em Criciúma - e do Estado do Paraná – sendo estes a maioria.Na medida em que ocorrem mudanças na esfera econômica do município, ocorre inversão do discurso efetivado pelo poder público e, passam a proferir em diversos meios: “não venham a Joinville, que o emprego acabou”. Este “direito” de penetrar na vida alheia e encorajá-los à dinâmica, justifica-se frente à conjuntura econômica de mudança no setor produtivo que deixou a mercê famílias várias em condições subumanas.Com a expansão da indústria joinvillense, acentua-se a degradação dos manguezais e, consequentemente, os prejuízos ambientais na região, levando a cidade a uma quase condição de favelização. Dado a falta de moradias, “o mangue era o destino desses migrantes que passaram a invadir áreas de manguezais pertencentes à União, nelas construindo frágeis e insalubres palafitas” (TEBALDI, 2008, p.30).A instalação dos migrantes em áreas de mangue trouxe consequências graves à saúde da população. Surtos de meningite, cólera, desinteria, leptospirose, infecção alimentar, alta taxa de mortalidade infantil, dentre outras. Com objetivo de frear o avanço populacional migrante e sua consequente instalação nas áreas de manguezais, o Poder Público Municipal - que antes incentivava a vinda dos migrantes - tomou uma série de medidas na tentativa de sanar a problemática gerada pela vinda destas pessoas.Dentre as estratégias utilizadas, destacam-se: construção de canal artificial medindo 10 quilômetros de extensão, 40 metros de largura por 5 metros de profundidade, dividindo a área de mangue já urbanizada da área ainda intocada; reurbanização da área invadida estabelecendo uma política habitacional conjunta entre prefeitura e moradores e medidas sócio- educativas - peças teatrais, palestras de conscientização da importância do manguezal, concurso garota ecologia etc. - aliadas às anteriores (TEBALDI, 2008).Neste sentido, a análise do discurso utilizado permite-nos compreender as lacunas geradas, motivando-nos a buscar elucidações que permeiem o projeto na sua complexidade, tais como: o discurso empregado pelo autor, estabelecer as séries diversas, divergentes e não autônoma compreendendo as razões de sua presença (Foucaut, 1970 p. 56).A partir do século XVIII, já não importava apenas disciplinar as condutas individuais, mas, sobretudo, implantar um gerenciamento planificado da vida das populações. Assim, o que se produzia por meio da atuação específica do biopoder não era mais apenas o indivíduo dócil e útil, mas era a própria gestão da vida do corpo social. Passou-se então, a aplicabilidade de dados estatístico referente à população e, apartir destes, promover ações de governamentalidade.A partir da discussão acerca da gestão da população, emerge o conceito da Biopolítica - abordada pela primeira vez em 1974 em uma conferência no Rio de Janeiro sobre o Nascimento da Medicina Social publicada em 1977. A partir da publicação de o Nascimento da Biopolítica em 1978/1979, a pesquisa de Foucaut toma nova direção. Busca analisar as novas formas de controle biopolítico, segundo eixos da economia de mercado, influenciado pelo neoliberalismo econômico onde o homem passa a ser compreendido na perspectiva do homo oeconomicus - como surgido no século XVIII, é aquele que obedece ao seu interesse, aquele que aceita a realidade ou que responde sistematicamente às modificações nas variáveis do meio, agente influenciado que procura responder as exigências de mercado. Neste sentido, “é preciso governar para o mercado, em vez de governar por causa do mercado” (FOUCAULT, 1978/1979, p. 64). As ações dentro dessa nova racionalidade passam a ser o controle dos indivíduos e da população, tal como elas se dão nas modernas economias de mercado.A situação de insalubridade, apresentada pela antropização do manguezal, e, consequentemente o agravo na saúde dos migrantes bem como as políticas públicas investidas para redução das questões elencadas, podem ser compreendidas a partir do conceito de Medicina Social exaustivamente abordada por Foucault, em Microfísica do Poder. Desenvolveu-se sobretudo na Alemanha, no começo do século XVIII, como uma prática médica efetivamente focada na melhoria do nível de saúde da população; Medicina Urbana ? representada pelo exemplo da França, onde, em fins do século XVIII, aparece uma Medicina Social centrada na problemática da urbanização e finalmente, Medicina dos Pobres, da força de trabalhoEsta ação de manter os migrantes em áreas de manguezais, nos leva a refletir suas razões. Havia intencionalidade por parte do poder público em manter esta divisão socio-espacial? Manter a visão germânica da colonização? Segregação? Podemos tentar visualizar/compreender este arguir, estabelecendo analogias ao exilamento do leproso e a reclusão dos acometidos da peste que não traziam consigo um sonho político “Um é de uma comunidade pura e o outro de uma sociedade disciplinar. Duas maneiras de exercer o poder sobre os homens, de controlar suas relações, de desmanchar suas perigosas misturas” (FOUCAUT, 1987, p.164). REFERÊNCIAS FOUCAUIT, M. Microfísica do poder. Organização e tradução de Roberto Machado. - Rio de Janeiro: Edições Graal, 4ª ed. 1984. (Biblioteca de filosofia e história das ciências; v. n. 7).______. O nascimento da Biopolítica: curso dado no College deFrance (1978-1979) Tradução Eduardo Brandão. Martíns Fontes, São Paulo, 2008. .A ordem do discurso: Aula inaugural no College deFrance, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. Tradução: Laura Fraga de Almeida Sampaio. 8ª ed. Julho de 2002, edições Loyola, São Paulo, Brasil, 1996. TEBALDI, Marco Antônio. Projeto mangue: preservação dos manguezais e zonas de maré. Join- ville/SC: Editora Letradágua, 2008.Palavras-chave: Manguezal. Discurso. Poder.
Este artigo discute algumas decisões de preservação patrimonial adotadas pela Comissão do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Natural do Município de Joinville (COMPHAAN) na ocasião da demolição do conjunto arquitetônico das fábricas Mayerle Boonekamp e Linhas Corrente S.A., patrimônio fabril da cidade de Joinville (SC) que constava no cadastro de Unidades de Interesse de Preservação (UIPs). Além dos questionamentos acerca da liberação das unidades para demolição,em decorrência do pedido de uma grande rede de supermercados, outros pontos de discussão são as medidas de preservação adotadas antes da demolição, as tensões relativas à preservação do patrimônio cultural no contexto de urbanização de Joinville e os agentes que decidem sobre o direito ao patrimônio e à memória.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.