Usos Dialetais E Preconceito Linguístico Na Telenovela “Joia Rara”

Abstract

Este artigo objetiva apresentar uma análise da personagem Zefinha da telenovela “Joia Rara” (2013), a partir de seus usos dialetais, de estereótipos e do preconceito linguístico perceptíveis na trama. Como aportes teóricos, são utilizados os conceitos de preconceito, a partir de Crochík (1995) e de preconceito linguístico, com base em Bagno (2006). Como consideração final reforça-se a ideia de que a telenovela, ao caracterizar essa variação linguística em casos isolados e ao trazer para a esfera pública algumas características mais marcantes do dialeto em questão, reforça o preconceito que pesa sobre este, já que o classifica como uma minoria inferior inserida na sociedade, considerada modelo.

Sotaque e telejornalismo: representações de comunicadores de mídia nordestinos

“…The accent is one of the main cultural identifiers of territoriality, "denouncing" the origin of the subject. In the case of the Northeast this source relates, in the national imagination, to a series of stereotypes, as that this region is a poor and dry place, with poor Portuguese 26 . This prejudice is not limited to not value certain regional varieties, but mainly because it considers "wrong" varieties spoken by people who belong to other social classes when they do not comprehend the standard variant, the one learned at school, or a prestigious variety 27 .…”

Para além da descrição da diferença: apontamentos sobre o método da roleta interseccional para estudos em Comunicação

“…Nesse sentido, é relevante perceber os efeitos da colonialidade em processos interacionais que deixam escapar a percepção dicotômica dos "primitivos" e dos "modernos" (Quijano, 2002), denunciando dinâmicas de estigmatização, preconceito linguístico e estereotipia que podem direcionar os princípios comunicacionais. No domínio midiático, esta problematização é fundamental para localizar tanto análises de representação caricatural quanto de modos de hierarquização da linguagem e, consequentemente, dos sujeitos (Pelinson, 2016).…”