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RESUMOO presente trabalho avalia a viabilidade agronômica de um biossólido, resultante da mistura de lodo da estação de tratamento de esgotos (ETE) da indústria de refrigerantes, palha de soja e terra para a cultura de couve Brassica oleleracea da variedade tronchuda. O ensaio de campo foi realizado em um solo caracteristicamente pedalférico, destacando-se os solos vermelhos argiloarenosos, diferenciados na base da textura média ou argilosa, de camada superficial castanho-avermelhada no período de fevereiro a junho de 2012. O biossólido produzido apresentou uma relação nutricional de 0,5:1,0:0,2. O campo de ensaio foi dividido em nove parcelas. Três delas foram tratadas com o biossólido, três com adubo mineral e as três restantes foram definidas como parcelas de controle. Nas parcelas tratadas com biossólido foram adicionadas 30 gramas dele em cada pé de couve. A produtividade relativa foi definida tendo em conta os parâmetros: altura da planta, comprimento da folha, largura da folha e peso da folha. O biossólido melhorou a fertilidade do solo, o estado nutricional e a produtividade da couve superando a parcela de controle em cerca de 40,3%. Porém, teve uma eficiência relativamente menor que a parcela de adubação mineral, na ordem de 48,7%, podendo se considerar que o biossólido teve um rendimento mais próximo ao de adubação mineral. Os resultados mostram que o biossólido produzido a partir do lodo da estação de tratamento de esgotos da indústria de refrigerantes incrementa a produtividade do solo.Palavras-chave: Lodo de ETE, biossólido, fertilidade do solo, couve Brassica oleleracea.
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IntroduçãoA compostagem é definida como uma bioxidação aeróbia exotérmica de um substrato orgânico heterogêneo, caracterizado pela produção de dióxido de carbono, água, substâncias minerais e formação de matéria orgânica estável [1]. Dentre os vários substratos usados para a compostagem, pode-se destacar o lodo de esgoto em razão do elevado teor de matéria orgânica em sua composição, que pode representar mais de 50% de sua matéria seca, dependendo do sistema de tratamento de esgoto utilizado [2]. Outros importantes constituintes do lodo são hidrocarbonetos, aminoácidos, proteínas ou lípidos, proporções de nitrogênio e fósforo, tendo em conta o tipo de esgoto gerado [1]. O lodo de esgoto é um subproduto resultante de tratamento de águas residuais, mas pode ser utilizado na forma de composto, para correção de solo, em função do seu teor de nutrientes e matéria orgânica, melhorando a fertilidade e propriedades físicas dos solos e aumentando a produtividade agrícola [3,4].A aplicação agrícola fornece uma alternativa de baixo custo para a disposição do lodo, mas é essencial que ele seja estabilizado antes da sua aplicação para minimizar potenciais problemas ambientais, tais como: patógenos, metais pesados e compostos orgân...