A política de cotas nas universidades públicas brasileiras, implantada no ano de 2012, que facilitou o acesso das classes menos favorecidas à educação superior no país, está prevista para ser revisada no ano de 2022. Visando gerar subsídios para este debate, este artigo tem como objetivo contribuir para a análise da mudança social, para isto foi investigada a influência desta política pública na mobilidade social dos beneficiários. Para isto, foi realizado um estudo comparativo entre os egressos dos grupos de cotas e de ampla concorrência. A pesquisa é de natureza aplicada com abordagem quantitativa. A coleta de dados foi realizada de setembro a outubro de 2020, por meio de questionário encaminhado por e-mail para 541 egressos dos cursos de graduação oferecidos pela Universidade Federal Fluminense no município de Volta Redonda-RJ. A pesquisa obteve 77 respostas válidas (14,2% do total), sendo que 54 ingressaram na universidade por ampla concorrência e 23 por grupos de cotas. Para a análise dos dados, foram utilizadas estatísticas descritiva e inferencial. No âmbito desta amostra, os principais resultados indicam que os egressos dos grupos estudados possuem características próprias: o grupo dos egressos que entraram na universidade por meio do sistema de cotas inicia sua vida no mercado de trabalho antes, possui um percentual maior de pessoas que tem expectativa de mobilidade social e, entre os egressos que têm expectativa de mobilidade social, aqueles que fazem parte do grupo de cotas esperam ascender maior número de níveis sociais que os egressos de ampla concorrência.