A partir da percepção e do esquecimento como metáforas, o ensaio tem como objetivo discutir a aprendizagem da leitura escolar, considerando que, para além de indícios de práticas, trata-se de um problema de reconhecimento da aprendizagem pelos sujeitos. As condições da aprendizagem parecem transitar por caminho que conduz a uma reflexão dos quadros do que é concebível – como algo a ser legitimamente ensinado e aprendido – e dos processos de esquecimento das práticas e representações não desejadas. Para tanto, dialoga com as formulações de Bernard Lahire e com estudantes do ensino médio, buscando configurar um ponto de vista que articula reflexões sociológicas, didáticas e experiências pessoais. O ensaio aposta na ideia de que tornar visíveis referências de leitura invisíveis no espaço escolar seria caminho promissor para a ampliação da compreensão do que se pode aprender nas instituições educativas.